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CHUVAS
Sala de situação no Planalto é instalada para agilizar socorro ao Rio Grande do Sul
Sala de situação vai estabelecer uma comunicação diária e direta entre Brasília e as autoridades e gestores no Rio Grande do Sul: agilidade. Foto; Wagner Lopes / Casa Civil
O Governo Federal instalou nesta quinta-feira (2/5), no Palácio do Planalto, em Brasília, um sala de situação para concentrar informações e orientar iniciativas no socorro às famílias afetadas pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul. Neste momento, as ações federais, estaduais e municiais têm como prioridade salvar vidas e resgatar pessoas.
A primeira reunião em torno do tema foi realizada no Palácio do Planalto, logo após o retorno da comitiva que acompanhou a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Santa Maria (RS). Uma das definições iniciais é o retorno de uma comitiva do Governo Federal ao estado no início da próxima semana. Ficou acertado que haverá reuniões diárias para monitorar ações. A próxima será nesta sexta, 3/5, a partir das 10h. Durante o fim de semana, a dinâmica de acompanhamento será mantida e as reuniões serão virtuais ou presenciais.
“Essa é uma sala de situação coordenada pela Casa Civil para que possamos construir um grupo permanente e ter pronta-resposta a todas as questões, acompanhando a evolução do agravamento dos fatos”, explicou o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência. Uma estrutura similar foi criada em Santa Maria, com pontos focais no General Hertz do Nascimento, vice-chefe do Estado-Maior do Exército, e Wolnei Barreiros, secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil. “É importante para que a gente possa se comunicar diariamente com eles, ou várias vezes ao dia”, completou Rui Costa, ministro da Casa Civil.
Também participaram os ministros Renan Filho (Transportes), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), Jader Filho (Cidades), Esther Dweck (Gestão) e Marina Silva (Meio Ambiente), além do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, o almirante de esquadra Aguiar Freire, e do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.
A reunião contou ainda com a participação de representantes dos ministérios da Saúde, Meio Ambiente, Desenvolvimento Social, Desenvolvimento Agrário, Comunicações e da Polícia Rodoviária Federal, e foi um desdobramento da determinação do presidente Lula, que pela manhã garantiu que não faltarão nem empenho nem recursos federais.
“Não faltará ajuda do Governo Federal para cuidar da saúde. Não vai faltar dinheiro para a questão do transporte e não vai faltar dinheiro para alimentos. Tudo o que estiver no alcance do Governo Federal, seja através dos ministros, em parceria com a sociedade civil ou através dos nossos militares, vamos nos dedicar 24 horas para que a gente possa atender as necessidades básicas do povo que está isolado”, afirmou Lula.
ESTRADAS BLOQUEADAS – Ao dar detalhes da gravidade da situação em dezenas de municípios do estado, o ministro Paulo Pimenta citou como exemplo a situação das rodovias federais e estaduais do Rio Grande do Sul. “Existem 141 pontos de bloqueio. Isso faz com que várias cidades estejam isoladas, sem possibilidade de chegar combustível, alimentação. As pessoas estão com um desespero por temor de falta de alimento. Água mineral já não tem para vender em vários locais. As ambulâncias não conseguem circular. Médicos, plantonistas de cidades pequenas, próximos às grandes cidades, não conseguem chegar às cidades”, detalhou.
Segundo Rui Costa, equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) já estão trabalhando para recuperar estradas nos locais onde a água abaixou e seguirão com os trabalhos nos próximos dias e semanas. O efetivo das Forças Armadas foi ampliado de 335 para 626 militares. A pasta já forneceu 45 viaturas e 12 embarcações e botes de resgate enviados pela Marinha e Exército, além de oito aeronaves que estão atuando. Os números serão ampliados conforme a necessidade de atendimento.
COMUNICAÇÃO – Outra frente de ação do Governo Federal é no restabelecimento emergencial da comunicação. Várias cidades estão com dificuldades por falta de internet ou de sinal de celular. Segundo o ministro Paulo Pimenta, as Forças Armadas estão direcionando para o estado todos seus rádios como alternativa de comunicação para regiões que estão sem internet. “Do Rio de Janeiro para baixo, todos estão sendo levados para o Rio Grande do Sul, em um voo, para resolver o problema da falta de comunicação em várias regiões”, afirmou.
MEDICAMENTOS – Outra frente de preocupação é a questão da saúde, uma vez que as inundações tendem a comprometer estoques de medicamentos. “É importante já iniciar o processo de mobilização para tentar contato com secretários de saúde. Muito provavelmente as cidades que ficarão alagadas de hoje até sábado vão perder parte do estoque de medicamentos e a situação de saúde tende a se complicar”, pontuou Rui Costa.
ENERGIA – O Ministério de Minas e Energia (MME) está tomando as providências para que o suprimento energético seja restabelecido e a segurança das pessoas seja garantida. A equipe da pasta mantém contato direto com as distribuidoras CPFL Energia e CEEE Equatorial Energia e cobra ações diretas e efetivas para a retomada do fornecimento de energia elétrica.
Dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) apontam que as chuvas ultrapassaram 400 milímetros (mm) e houve rajadas de ventos de até 152 km por hora nas últimas 72 horas. De acordo com a CPFL Energia, até as 14h, 268 mil unidades consumidoras - residências, comércios e indústrias - estavam com os serviços interrompidos. Já segundo informações da CEEE Equatorial, não há desligamentos de grandes proporções, mas foram registrados problemas de suprimento em 33 mil unidades.
BALANÇO – O governador do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública nesta quarta-feira (1/5), em face dos estragos causados pelos eventos climáticos. As aulas na rede estadual estão suspensas até domingo. No início da noite, os números do governo estadual indicavam 154 municípios atingidos e 71.306 pessoas afetadas. O estado contabiliza 10.242 desalojados e outras 4.645 pessoas em abrigos, com 29 mortes, 36 feridos e 60 desaparecidos.