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CHUVAS
Governo Federal instalará escritório de monitoramento em Porto Alegre para agilizar ações de apoio ao Rio Grande do Sul
Rio Guaíba após chuvas intensas na região da Usina do Gasômetro, cartão-postal de Porto Alegre - Foto: Gilvan Rocha/Agência Brasil
O Governo Federal terá, a partir desta segunda-feira, 6 de maio, um espaço físico em Porto Alegre que funcionará como escritório de monitoramento. No local, serão concentradas as informações sobre as ações do apoio federal ao Rio Grande do Sul em decorrência dos danos causados pelas fortes chuvas. As equipes federais no estado atuarão em sintonia com a coordenação do comandante militar do Sul, o general Hertz Pires do Nascimento.
“Nosso acompanhamento será ampliado com esta unidade em funcionamento. O governo está mobilizado e não mediremos esforços para salvar vidas. Faremos ainda contato direto com os prefeitos, com a articulação da Secretaria de Relações Institucionais, porque, além do diagnóstico estadual, queremos estar ao lado de cada município que sofre. Já são mais de 230 municípios afetados”
Rui Costa
Ministro-chefe da Casa Civil
A decisão foi tomada durante a segunda reunião da Sala de Situação, instalada nesta quinta-feira (2), no Palácio do Planalto, em Brasília, após o retorno da comitiva presidencial que visitou ontem a cidade de Santa Maria (RS) para reuniões com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, além de prefeitos do estado. A terceira reunião da equipe federal na capital está marcada para este sábado (4) às 14h.
“Uma das decisões é a ida do ministro Waldez, da integração, do ministro Pimenta (Secom) e de alguns outros órgãos para instalar, já amanhã, um escritório presencial lá no Rio Grande do Sul. A gente vai começar a organizar uma ação que, esperamos, entre numa nova fase, com a diminuição das chuvas e o recuo das águas, o que deve ocorrer a partir de segunda-feira”, afirmou o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
“Nosso acompanhamento será ampliado com esta unidade em funcionamento. O governo está mobilizado e não mediremos esforços para salvar vidas. Faremos ainda contato direto com os prefeitos, com a articulação da Secretaria de Relações Institucionais, porque, além do diagnóstico estadual, queremos estar ao lado de cada município que sofre. Já são mais de 230 municípios afetados”, prosseguiu Costa.
Segundo o ministro, durante a reunião desta sexta-feira em Brasília, a equipe ouviu o relato de todos os ministérios e outros órgãos do governo, relativos à questão das estradas, da energia elétrica, ações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), bem como da saúde e da infraestrutura, entre outros. “Todos os órgãos federais estão mobilizados e atuando”, garantiu Costa.
COORDENAÇÃO DAS AÇÕES – Para o ministro Paulo Pimenta, uma maior sintonia entre as equipes em Brasília e em Porto Alegre, com a implantação do escritório de monitoramento, permitirá a coordenação das ações federais em todas as dimensões necessárias. “Não vamos parar até que seja restabelecida a normalidade. Estaremos junto ao trabalho de resgaste e o apoio às pessoas que estão em abrigos. Essa é a prioridade do Governo Federal”.
“Temos várias frentes de atuação ao mesmo tempo. Mas, nesse momento, a centralidade do nosso trabalho envolve resgate de vítimas, resgate de pessoas isoladas e a desobstrução de rodovias, para reestabelecer minimamente o fluxo de funcionamento e o trabalho de apoio às pessoas desalojadas”
Paulo Pimenta
Ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
O ministro da Secretaria de Comunicação destacou a importância dessa centralização das ações. “Temos várias frentes de atuação ao mesmo tempo. Mas, nesse momento, a centralidade do nosso trabalho envolve resgate de vítimas, resgate de pessoas isoladas e a desobstrução de rodovias, para reestabelecer minimamente o fluxo de funcionamento e o trabalho de apoio às pessoas desalojadas”.
17 MINISTÉRIOS – A Sala de Situação em Brasília estará mobilizada durante os próximos dias para seguir com o avanço dos trabalhos e traçar novas estratégias de apoio ao estado. Salvar vidas é a determinação principal.
A força-tarefa federal de socorro ao Rio Grande do Sul conta com a participação de 17 ministérios, além de órgãos como Polícia Rodoviária Federal (PRF), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Forças Armadas.
A reunião desta sexta permitiu a atualização de informações e novas decisões, a exemplo da definição de dois boletins federais diários para detalhar a situação e o trabalho empenhado por todas as equipes do Governo Federal.
“Nós teremos dois relatórios diários para o aferimento das informações. Para termos uma informação mais perto da realidade, é fundamental que os municípios e o estado sejam os avalistas. Nós vamos estar em contato presencial com os prefeitos, porque ontem nós não conseguimos falar com eles diretamente e isso dificulta a perícia das informações”, disse o ministro Waldez.
EFETIVO AMPLIADO – O efetivo das Forças Armadas foi ampliado nesta sexta-feira para garantir ainda mais eficiência e agilidade nas ações. Ao todo, 936 militares atuam no estado neste momento em operações de salvamento às vítimas. As equipes trabalham em 25 municípios, onde estão sendo empregadas nove aeronaves, 98 embarcações e 70 viaturas.
Para auxiliar no socorro às vítimas, será instalado um hospital de campanha em Lajeado (RS), um dos municípios mais atingidos. O módulo conta com enfermaria, 40 leitos, dois consultórios para atendimento e um para triagem. A previsão é de que outra unidade seja montada no município de Estrela.
O trabalho das Forças Armadas, por meio da operação Taquari II, teve início na terça-feira, 30 de abril. As ações ocorrem em apoio à Defesa Civil e ao Corpo de Bombeiros. As atividades desempenhadas incluem resgate de pessoas ilhadas, evacuações aeromédicas, distribuição de água, alimentos e donativos e auxílio na recuperação da infraestrutura danificada. Os militares atuam, ainda, na montagem de barracas para triagem de desabrigados e fornecimento de colchões.
SAÚDE – O Ministério da Saúde confirmou a mobilização de 60 profissionais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e do Grupo Hospitalar Conceição (GhC), que promoverão assistência à população gaúcha. As equipes da Força Nacional do SUS também chegaram ao estado para reforçar o atendimento em saúde.
A pasta enviará 20 kits emergência, compostos por 32 tipos de medicamentos e 16 tipos de insumos cada – luvas, seringas, ataduras e outros – suficientes para atender, no total, 30 mil pessoas durante um mês. O Ministério da Saúde também instalará um Centro de Operações de Emergência (COE) para eventos naturais extremos. O COE permite a análise de dados e informações para subsidiar a tomada de decisão dos gestores e técnicos, na definição de estratégias e ações adequadas para o enfrentamento de emergências em saúde pública.
Por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), o Ministério da Saúde determinou o envio de informações epidemiológicas e de impactos nos territórios indígenas localizadas nos estados de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além disso, a pasta determinou o estabelecimento de fluxo de comunicação rápida entre Polos Base, Distrito Sanitário Especial Indígena Interior Sul (DSEI ISUL) e Ministério da Saúde, bem com a Defesa Civil dos municípios de referência e com os dois estados.
POLÍCIA RODOVIÁRIA – Outro destaque nas ações são as medidas da Polícia Rodoviária Federal, que já possui 75 agentes em atuação. Outros sete especialistas em resgate estão em deslocamento para o estado. Três aeronaves da PRF estão mobilizadas, sendo que uma já se encontra em Porto Alegre. No momento, 20 viaturas atuam no suporte.
INTERDIÇÕES – Muitos municípios gaúchos estão ilhados e equipes do Dnit e empresas contratadas atuam para viabilizar os acessos com mais de 300 profissionais em ação nesta frente de trabalho. O ministro dos Transportes, Renan Filho, apresentou um raio-X da situação das rodovias federias. “Temos 53 pontos de interdição, sendo 40 com interdição total. Por segurança, determinamos ainda o fechamento das pontes do Guaíba. O nível do rio já está 4,6 metros acima do nível normal. Apenas o tráfego de ambulâncias e veículos de resgate será permitido, excepcionalmente”, afirmou o ministro.
ENCOSTAS – O ministro das Cidades, Jader Filho, anunciou que serão destinados R$ 55 milhões para quatro projetos para contenção de encostas no Rio Grande do Sul, com recurso do Novo PAC. Numa segunda fase, serão destinados recursos para obras de drenagem.
CAIXA ECONÔMICA – A Caixa Econômica anunciou medidas de apoio aos municípios do Rio Grande do Sul afetados pelas fortes chuvas e enchentes. Serão enviados à região especialistas nas áreas de habitação, FGTS e governo para prestar apoio técnico às prefeituras e auxiliá-las em providências que possam ajudar a população.
Para o Saque Calamidade do FGTS, o banco está auxiliando as prefeituras para que o processo de liberação dos valores aos trabalhadores seja iniciado. É necessário que o município em estado de calamidade pública ou situação de emergência, devidamente reconhecida por Portaria do Governo Federal, apresente ao banco a declaração das áreas afetadas pelo desastre.
A Caixa possibilita a pausa de até 90 dias nos contratos de financiamento habitacional nas regiões atingidas, mediante solicitação dos clientes. Além disso, é possível a incorporação das prestações no saldo devedor dos clientes inadimplentes. O banco também dará suporte aos clientes para acionamento de seguro habitacional e procedimentos para pagamento de indenizações, de forma imediata.
BALANÇO – O governador do Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública nesta quarta-feira (1). As aulas na rede estadual estão suspensas até este domingo. De acordo com a última atualização do governo do estado (disponibilizada às 12h desta sexta-feira), os números indicavam 235 municípios atingidos e 351.639 pessoas afetadas. O estado contabiliza 23.598 desalojados e outras 7.949 pessoas em abrigos, com 37 mortes, 74 feridos e 74 desaparecidos.