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CHUVAS
Governo amplia presença no Rio Grande do Sul. Presidente volta ao estado neste domingo
Prioridade continua sendo o resgate e a assistência humanitária a quem mais necessita. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Salvamentos e auxílio humanitário, envio de kits de medicamentos, convocação de profissionais de saúde, desbloqueios de estradas, reconstrução de estruturas, monitoramento de barragens, recuperação da transmissão de energia, articulação com empresas do setor de logística e uma nova visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Rio Grande do Sul neste domingo (5/5).
O presidente Lula confirmou a vinda ao Rio Grande do Sul neste domingo. Vem acompanhado de nove ministros. Uma forte presença. Vem para reunir com o governador e ampliar o compromisso do Governo Federal em apoiar o Rio Grande do Sul nesse momento dramático”
Paulo Pimenta, ministro da Secom
A terceira reunião da sala de situação do Governo Federal neste sábado, contou com a presença de 15 ministros, alguns em Porto Alegre e outros em Brasília (online), para avaliar os desdobramentos da situação de calamidade no Rio Grande do Sul em função das chuvas. Sob comando do ministro Rui Costa (Casa Civil), foi debatida a estratégia articulada com o governo do estado e os municípios envolvidos para minimizar danos, salvar vidas e levar conforto à população.
"O presidente Lula confirmou a vinda ao Rio Grande do Sul neste domingo. Vem acompanhado de nove ministros. Uma forte presença. Vem para reunir com o governador e ampliar o compromisso do Governo Federal em apoiar o Rio Grande do Sul nesse momento dramático”, afirmou o ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação da Presidência.
Pimenta e o ministro Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) estão desde a manhã deste sábado na capital gaúcha. Eles instalaram uma sala de comando operacional do Governo Federal que ficará ativa durante toda a crise para agilizar decisões e integrar ações. “Estamos num momento ainda muito difícil. A nossa prioridade, nas próximas horas, é o trabalho de salvamento. Já são mais de 30 aeronaves trabalhando. Este é um momento de união que precisamos”, completou.
Também participaram da reunião os ministros Renan Filho (Transportes), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Silvio Costa (Portos e Aeroportos), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Jader Filho (Cidades), Juscelino Filho (Comunicações), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), o titular do Gabinete de Segurança Institucional, general Amaro, além das ministras Nísia Trindade (Saúde) e Marina Silva (Meio Ambiente), .
O governo federal está em diálogo permanente com o governo do Rio Grande do Sul e com as prefeituras para apoiar a região no que for necessário. Não mediremos esforços para ajudar os municípios que sofrem com as chuvas e salvar vidas. pic.twitter.com/9ZKCqldXWW
— Lula (@LulaOficial) May 4, 2024
DOAÇÕES - Durante a reunião, ficou estabelecido que haverá um pedido para que os estados centralizem as doações das suas respectivas populações para o Rio Grande do Sul. Essa articulação será feita por meio da Secretaria de Relações Institucionais, com apoio da Secom e da Casa Civil. A proposta é que as doações sejam centralizadas junto às unidades do Corpo de Bombeiros dos estados. A decisão foi adotada após relato do Comandante Militar do Sul, General Hertz, responsável pela coordenação das ações de resgate em Porto Alegre. Após a centralização e triagem das doações nos estados, o material seria encaminhado às Bases Áreas do Galeão, no Rio de Janeiro, e de Guarulhos, em São Paulo. Segundo o general, os depósitos em Porto Alegre estão cheios de doações e com vários tipos de suprimentos. “É importante que a população saiba que precisamos priorizar alguns tipos de itens. Agora, o que é mais necessário são colchões, roupas de cama e de banho”, destacou.
Confira alguns desdobramentos por áreas:
SAÚDE - O trabalho integrado para atenção à saúde terá o reforço de 60 profissionais da Força Nacional do SUS (FNSUS), sendo 40 destacados do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) e 20 do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Todos estão mobilizados e aguardam a definição dos locais prioritários para seguirem a campo. Dos 20 kits emergenciais com medicamentos e insumos enviados pelo Ministério da Saúde, dez já chegaram ao estado, cinco estão indo por via terrestre e outros cinco aguardam a reabertura do aeroporto Salgado Filho para deslocamento.
A instalação do hospital de campanha da FNSUS será realizada nas próximas horas, a partir da definição da área de saúde do Estado sobre o município mais adequado para receber a unidade. Em decorrência das mudanças nas últimas horas, a prioridade é o município de Canoas. O apoio na área de saúde está sendo mobilizado em vários estados: Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo estão articulando o envio de helicópteros. A Bahia enviou profissionais do Corpo de Bombeiros e da Vigilância em Saúde.
DNIT - Até o momento, segundo informações do O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), as fortes chuvas já acumularam 600m em algumas regiões, com sérios danos e obstruções das principais rodovias do Rio Grande do Sul. Nos municípios de Campestre da Serra, Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Picada Café, Veranópolis e Bento Gonçalves houve queda de barreiras. Esteio, Canoas, Cachoeira do Sul, Porto Alegre, Eldorado do Sul, Canoas, Santa Maria, Nova Santa Rita, Montenegro, Triunfo, Lagoa Vermelha tiveram pistas bloqueadas por alagamentos. Os acessos à ponte sobre o Rio do Sinos, em São Leopoldo, à ponte sobre o Rio Jacuí, no Rio Pardo, foram fechados por precaução. Em Cachoeira do Sul, está impedido o acesso à ponte do Fandango de maneira preventiva, e, em Porto Alegre, não se pode transitar pela ponte nova sobre o Rio Guaíba. Em Estrela e Lajeado, a alta do rio obrigou o bloqueio total dos trechos concedidos.
O DNIT mobilizou equipes que estão de prontidão e outras em monitoramento. Foram encaminhados 609 profissionais e deslocados 122 veículos leves e 235 equipamentos pesados para a região de São Leopoldo, Santa Maria, Passo Fundo e Vacaria. Além disso, já foram feitos contatos para vistorias as encostas das rodovias. A previsão é de que as quedas de barreiras tenham atendimento entre 24 e 48 horas, e as rupturas de bueiros, entre sete e 15 dias. Já as rupturas da plataforma demandarão avaliação técnica após as chuvas para que seja estabelecido um prazo de execução. No caso das regiões alagadas, é preciso que as águas retrocedam para a avaliação estrutural das pontes.
EMENDAS - O Governo Federal vai acelerar o pagamento de emendas individuais em ações que dialoguem com o enfrentamento aos danos causados pelas enchentes. “As emendas destinadas ao Rio Grande do Sul que já tenham sido analisadas pelos órgãos e que estejam aptas a serem executadas terão os pagamentos autorizados de forma imediata”, afirma o ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais. A SRI autorizou o Tesouro a liberar mais de R$ 580 milhões em emendas em oito ministérios, sendo que cerca de 93% dos recursos são referentes à saúde. Outros ministérios atendidos foram Agricultura, Educação, Justiça, Esporte, Integração e Desenvolvimento Regional, Desenvolvimento Social e Cidades.
ENERGIA - Para o fim de semana, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas (Cemaden) classifica com possibilidade muito alta novas ocorrências e permanência de inundações, assim como de deslizamento decorrente dos acumulados de chuva observado nos últimos dias e em função das que virão nas próximas 48 horas. Em Estrela, Lajeado e Muçum o nível do rio Taquari encontra-se em declínio, já abaixo do nível de inundação. Contudo, em Encantado voltaram a ocorrer precipitações significativas na bacia nas últimas 12h.
Na estratégia de fortalecimento para atender o sistema de transmissão no estado e na região metropolitana de Porto Alegre, o Ministério das Minas e Energias articulou uma transferência parcial de cargas da subestação de energia da Cidade Industrial para Canoas. Também está sendo realizada a importação de energia do Uruguai (entre 120 e 390 MW). Mesmo assim, 349 mil famílias estão sem atendimento de energia em função da destruição de estruturas. Algumas cidades estão sem combustível e com desabastecimento de água e alimentos. Com a ponte do Rio Guaíba interditada, não há ligação entre a capital e o sul do Estado. Ainda há fluxo de produtos a partir do Paraná e Santa Catarina por rotas as alternativas.
INFRAESETRUTURA - O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, informou que dos 12 aeroportos do Rio Grande do Sul, 11 estão em operação. Ele ainda revelou que está em contato com a operadora do aeroporto de Porto Alegre e a expectativa é de que volte a operar na segunda-feira (6). Já o ministro dos Transportes, Renan Filho, destacou que duas embarcações reboque que colidiram com a Ponte do Guaíba devem ser removidas nas próximas horas. O ministério trabalha junto com a Marinha nesta ação. O ministro Renan também destacou que cerca de 600 profissionais atuam no trabalho de recuperação das rodovias que foram danificadas.
APOIO AO RS – Até o momento, 9.749 pessoas já foram resgatadas na região
— Governo do Brasil (@govbr) May 4, 2024
São 7.007 ações terrestres, 2.340 fluviais e 402 aéreas. As ações de resgate continuam ocorrendo 24h por dia, com efetivo de 29 helicópteros, quatro aeronaves, 866 viaturas e 182 embarcações
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FORÇAS ARMADAS - As inundações e deslizamentos mobilizam um efetivo de quase mil militares das Forças Armadas e já resultaram em 9.749 resgates na região. São 7.007 ações terrestres, 2.340 fluviais e 402 aéreas. A operação, batizada de Taquari 2, envolve 31 helicópteros, quatro aeronaves, 866 viaturas e 182 embarcações, além de 85 equipamentos de engenharia, levando em conta Exército, Marinha, Aeronáutica e agências parceiras, num efetivo de quase 900 pessoas. A lista de atividades logísticas da operação contabiliza ainda 31 voos para transporte de materiais, 520 transportes terrestres de pessoas, 29 transportes terrestres de materiais de 69 ações de evacuação de pessoas.
POLÍCIA RODOVIÁRIA - A Polícia Rodoviária Federal também apresentou um balanço das interdições e das atuações do órgão no Rio Grande do Sul. O efetivo conta com 210 profissionais, com reforço previsto de outros 68 nas sedes de Lajeado, Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Santa Maria. A logística das operações emprega 20 viaturas e três aeronaves. As equipes trabalham ininterruptamente em apoio à população atingida em todo o estado.
POLÍCIA FEDERAL – O esforço da Polícia Federal no Rio Grande do Sul envolve mais de 350 policiais, nove embarcações, seis viaturas, um helicóptero e um caminhão. A corporação informou que 61 pontos de rodovias federais apresentam interdição, sendo 56 interdições totais e outras cinco interdições parciais. Além disso, 27 interdições já foram finalizadas.
DOAÇÕES FAB - A Força Aérea Brasileira deu início a uma campanha de coleta de donativos para vítimas das enchentes. Além de receber o material – inicialmente roupas, colchonetes, água potável e gêneros alimentícios não-perecíveis – a FAB realizará a distribuição em coordenação com o Comando Conjunto Ativado para a Operação Taquari II.
ONDE DOAR
Base Aérea de Brasília (Área Militar do Aeroporto Internacional de Brasília), das 8h às 18h.
Base Aérea de São Paulo (Portão G1 - Av. Monteiro Lobato, 6365 - Guarulhos - SP ou Portão G3 (Acesso pelo Aeroporto), das 8h às 18h.
Base Aérea do Galeão (Estrada do Galeão S/N), das 8h às 18h.