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CHUVAS
Atendimento em saúde no RS ganha reforço de novo hospital de campanha, leitos de UTI e prevenção contra a Influenza
Com seis médicos e três enfermeiros, o Hospital de Campanha de Novo Hamburgo vai atender até 200 pacientes por dia - Foto: Carol Sampaio/MS
O cuidado com a saúde dos gaúchos tem sido umas das prioridades do Governo Federal desde o início da emergência climática no Rio Grande do Sul. Desde a instalação de Hospitais de Campanha (HCamp) até o incremento no contingente de profissionais, a qualificação da infraestrutura para atendimento dos pacientes e a prevenção de doenças por meio da vacinação, o Ministério da Saúde responde com efetividade à demanda da população.
Neste sábado (25), começou a funcionar o quarto HCamp operado pela pasta no estado após o desastre climático. Seis médicos, três enfermeiros e técnicos de enfermagem da Força Nacional do SUS (FN-SUS) prestarão atendimento 24 horas por dia na nova unidade, em Novo Hamburgo, que tem capacidade para realizar entre 150 e 200 atendimentos diários. Além de Novo Hamburgo, outros três hospitais de campanha do SUS já foram instalados em Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo. No total, incluindo os HCamp instalados pelo Ministério da Defesa, são 12 estruturas em funcionamento no Rio Grande do Sul.
Todos os Hospitais de Campanha do SUS receberão, nos próximos dias, leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs). São cinco unidades a serem distribuídas pelos HCamp. Compostos por camas hospitalares, ventiladores pulmonares, monitores multiparamétricos, bombas de infusão volumétrica e suportes para bombas, os equipamentos já se encontram em Porto Alegre.
Desde o dia 5 de maio, a Força Nacional do SUS atendeu 5,8 mil pessoas no Rio Grande do Sul. O HCamp de Canoas lidera os atendimentos, com 2,8 mil pacientes tratados. A unidade de Porto Alegre acumula 970. Por fim, a estrutura de São Leopoldo realizou 221 procedimentos.
A principal demanda são as Síndromes Respiratórias (SRs). Os atendimentos para essas doenças (síndrome gripal, pneumonia, resfriado) representam um quarto dos atendimentos. Esse quadro já era esperado para o período de entrada do inverno na região.
Em seguida, vêm os casos gastrointestinais (diarreia), que representam cerca de 7% dos atendimentos, seguidos pelas ocorrências suspeitas de dengue com 5%. Os casos suspeitos de leptospirose representam cerca de 2% dos atendimentos, sendo uma das doenças em tendência de crescimento nos atendimentos da FN-SUS, algo esperado devido ao contato das pessoas com água e lama contaminada com urina de ratos.
RECURSOS E DOSES – Diante desse quadro, o Ministério da Saúde reforçou a frente de prevenção contra a Influenza (gripe) no Rio Grande do Sul. Na próxima semana, o Governo Federal começa a destinar recursos para os municípios que enviaram planos de controle da doença. Ao todo, serão investidos R$ 53 milhões.
Em outra esfera, a pasta aguarda a finalização do planejamento da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul para o envio de mais 600 mil doses da vacina contra a doença. No início de maio, o ministério enviou 400 mil doses do imunizante para o estado.
As secretarias de Saúde dos municípios gaúchos estão disponibilizando vacinas nos mais de 700 abrigos que foram montados. O secretário de Atenção Primária à Saúde, Felipe Proenço, ressalta que a vacinação é fundamental para que a população esteja protegida e a atenção ficou maior sobre a doença após a queda das temperaturas no estado. “As vacinas chegaram e estamos mantendo o abastecimento”, afirma.
As doenças de transmissão respiratória são agravadas em ambientes fechados e com maior número de pessoas. Mesmo aquelas que estão em casa podem adoecer, mas o alerta maior é para a população que está em abrigos.
LEPTOSPIROSE – O Ministério da Saúde monitora o aumento de casos suspeitos de leptospirose no Rio Grande do Sul e reforça que a população deve buscar atendimento médico logo nos primeiros sinais da doença. Pacientes que tenham tido contato com água parada ou lama das enchentes, inclusive no processo de limpeza dos ambientes, e apresentem febre, dores musculares, dor de cabeça ou mesmo sintomas semelhantes à gripe, devem buscar atendimento médico em qualquer ponto da rede de atenção à saúde, incluindo os hospitais de campanha da Força Nacional do SUS.
O tratamento, orienta o ministério, deve ser iniciado no momento da suspeita clínica, não necessitando aguardar a confirmação dos resultados laboratoriais. É importante considerar que pode haver casos em municípios que não sofreram com as chuvas, já que muitas famílias se abrigaram em casas de familiares ou amigos em municípios vizinhos. Portanto, todos os agentes públicos devem estar sensíveis e buscar informações da origem do local de residência do paciente.
O Ministério da Saúde entregou 400 testes de leptospirose ao governo do Rio Grande do Sul. O insumo será usado na vigilância da doença.
Segundo o balanço deste sábado, atualizado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul às 18h, o número de municípios afetados no estado é de 469. São 55.791 pessoas em abrigos, 581.638 desalojados e 2,34 milhões de pessoas afetadas. Nas últimas 24 horas, houve o registro de três novos óbitos, elevando o número para 166 mortes. Há 806 feridos e 61 desaparecidos.
Confira outras atualizações das frentes de trabalho do Governo Federal no Rio Grande do Sul:
ARROZ – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta sexta-feira (24) a Medida Provisória (MP) nº 1.225/2024, que autoriza a compra pública, pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), através da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de arroz beneficiado importado. Os estoques adquiridos serão destinados à venda direta para mercados de vizinhança, supermercados, hipermercados, atacarejos e outros estabelecimentos comerciais com ampla rede de pontos de venda nas regiões metropolitanas. Ao todo, foram liberados R$ 7,2 bilhões para a compra de até 1 milhão de toneladas de arroz estrangeiro que serão comercializadas com a logomarca do Governo Federal e chegarão ao consumidor com o preço tabelado de R$ 4 por quilo. O objetivo é garantir que o cereal chegue diretamente ao consumidor final, assegurando o abastecimento alimentar em todo o território nacional, que pode ser afetado pela tragédia climática no Rio Grande do Sul. O estado é responsável pela produção de 70% do arroz consumido no Brasil.
CESTAS DE ALIMENTOS – Até o momento, o MDS destinou R$ 8,4 milhões para a compra inicial de 52 mil cestas de alimentos (mais de 1.100 toneladas). Desse total, 44.381 (954 toneladas) já foram distribuídas em atendimento à emergência no estado, sendo 17.630 cestas distribuídas para 15 municípios e 15.531 para atendimento em 332 cozinhas solidárias, incluindo entidades gestoras que atendem outras cozinhas menores. Outras 6.420 cestas de alimentos já foram entregues para indígenas, quilombolas e pescadores artesanais; e 4.800 entregues para a Defesa Civil Estadual para atendimento à região do Vale do Taquari. Já foi autorizada a retirada das seguintes cestas de alimentos: 8.345 cestas de alimentos pela Funai para atendimento às comunidades indígenas (retirada 4.065); cestas de alimentos para atendimento a comunidades isoladas de pescadores (retiradas 545); 570 cestas de alimentos para comunidades ciganas; 7.543 cestas de alimentos para comunidades quilombolas (retiradas 1.810); 1.764 cestas de alimentos para famílias acampadas, conforme demanda apresentada pelo INCRA.
ENERGIA ELÉTRICA – Nas últimas 24 horas, 7 mil clientes foram religados, em um esforço das distribuidoras, não obstante as inundações na região da Lagoa dos Patos, que vem recebendo o escoamento das águas do Rio Guaíba e o grande volume de chuvas ocorrido em Porto Alegre a partir de 23/5. Atualmente Porto Alegre apresenta 42.069 clientes sem energia elétrica. Destes, a Equatorial CEEE não possui acesso para iniciar o atendimento de cerca de 40 mil clientes. Porto Alegre, Canoas e São Leopoldo ainda são as cidades com o maior número de unidades consumidoras desligadas.
PETROBRAS – A empresa contabilizou o fornecimento de 1.802 mil litros de água potável para abrigos e Defesa Civil até esta quinta-feira (23). Também foram fornecidos 5.725 litros de gasolina e 862 litros de diesel para veículos de resgate e atendimento humanitário nos municípios de Esteio e Canoas. Foi concluída a doação de Jet-A para as aeronaves da FAB utilizadas na região: foram doados 69.943 litros até dia 23/5.
SECRETARIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS – O Governo Federal já pagou R$ 740 milhões em emendas parlamentares para os municípios gaúchos. Foram remanejados R$ 30 milhões em emendas individuais (antes destinadas a outros estados), nos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e na Defesa Civil. A janela para remanejamento de Emendas de Comissão (RP8) e Emendas de Bancada (RP7) está aberta até o dia 31 de maio.
RODOVIAS FEDERAIS – O Ministério dos Transportes informa que havia, nesta sexta-feira (24), 11 trechos com interdição total em 3 rodovias federais: BR-116, nos trechos km 174, km 175, km 181, km 270; BR-386, nos trechos km 302, km 308, km 309; BR-470, nos trechos km 178, km 192, km 188 ao km 190, km 194 ao km 201. Outros 23 trechos em sete rodovias federais estavam com interdição parcial: BR-101, no trechos km 256,2, km 260,2; BR-116, nos trechos km 108, km 161, km 162, km 166,8, km 170, km 232, km 486; BR-153, no trecho km 412; BR-287, no trecho km 312; BR-290, nos trechos km 86, km 92, km 98; BR-386, nos trechos km 288, km 297, km 325, km 349, km 350, km 361, km 372, km 426; BR-470, no trecho km 262. Já foram liberados 103 trechos em 11 rodovias federais que cortam o Rio Grande do Sul. Neste momento, 19 trechos estão em obras ou com serviços para liberação das pistas e não há segmentos liberados somente para veículos de emergência.
JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA – O balanço do Ministério da Justiça e Segurança pública contabiliza 3.131 pessoas e 1.319 animais resgatados pela Polícia Federal; 1.916 pessoas e 186 animais resgatados pela Polícia Rodoviária Federal; 886 pessoas e 563 animais resgatados pela Força Nacional; 35 salvamentos realizados pela Força Nacional e 29.552 kg de mantimentos transportados. A Polícia Federal passou a empregar a totalidade de suas equipes em ações de segurança pública, realizando operações de resgate de forma pontual. Foram apreendidos 124 kg de drogas, além de 3.907 armas.