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DESCARBONIZAÇÃO
Paulo Pimenta afirma que Brasil tem papel fundamental na transição global da matriz energética
Ministro fez menção à COP 30 no Brasil e ressaltou a necessidade de chegar à Conferência com avanços - Foto: Lucas Leffa / Secom PR
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, defendeu que é fundamental responder aos desafios impostos pela mudança climática, seja com políticas de mitigação, seja com adaptação. Acompanhado pelos ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), Fernando Haddad (Fazenda) e Renan Filho (Transportes), Pimenta participou do Seminário Descarbonização: os caminhos para a mobilidade de baixo carbono para o Brasil, realizado nesta terça-feira, 19 de março, em Brasília (DF).
"O Brasil tem papel importantíssimo na transição global para uma matriz energética sustentável", argumentou o ministro. "Os caminhos passam pelo controle do desmatamento, pela economia de baixo carbono, e nós temos vantagem, em comparação com outros países, já que a nossa matriz energética é predominantemente composta por energia renovável e somos um dos maiores produtores de biocombustíveis do mundo".
Pimenta ainda fez menção à COP 30 em 2025, a ser sediada no Brasil, e ressaltou a necessidade de chegar à Conferência com avanços. "Nós também temos desafios e lições de casa para fazer, por exemplo: as emissões do segmento de transporte têm aumentado significativamente ao longo dos anos. E, por isso, é fundamental trabalhar com o setor para enfrentarmos o desafio de reduzir as emissões", expressou.
O Seminário Descarbonização, destinado a debater sobre soluções inovadoras e a descarbonização do setor automotivo, foi realizado pelo Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB) em parceria com o Esfera Brasil e reuniu os principais tomadores de decisão do Poder Público.
O vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin evidenciou que o Brasil tem potencial de ser o protagonista do mundo no enfrentamento das mudanças climáticas, com estímulo à inovação para a descarbonização da indústria. "Estamos em frente a um desafio e o Brasil vai ser o grande protagonista do mundo, em segurança alimentar, energética e clima. O Brasil é um exemplo com inúmeras oportunidades, tem a energia elétrica mais limpa do mundo", sustentou.
Alckmin abordou o empenho federal para reduzir o desmatamento: "se nós queremos diminuir a emissão de carbono e gás de efeito estufa, o primeiro item é parar o desmatamento. E esse trabalho está sendo feito de maneira extremamente responsável. Caiu quase 40% do desmatamento na Amazônia. E o esforço continua, permanentemente, até recomposição de matas e florestas".
TRIBUTAÇÃO — Em sua participação, o ministro Fernando Haddad ressaltou a interlocução do Governo Federal com o Congresso Nacional para a aprovação de medidas importantes para o país, como a reforma tributária. "Desde o primeiro dia do ano passado, quando começa este governo, a agenda do Ministério da Fazenda tem sido a de abrir várias frentes estratégicas concomitantes endereçadas ao Congresso Nacional, que tem recebido com muita generosidade as nossas propostas", pontuou.
Segundo Haddad, o governo brasileiro deve enviar ao Congresso, em abril, um projeto de lei para regulamentar a reforma tributária. "Temos que nos unir em torno de um grande sonho de tantos brasileiros que querem um país justo, solidário, com progresso e desenvolvimento", defendeu o ministro.
R$ 90 BILHÕES — Durante a abertura do Seminário, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, informou que desde 2023 a instituição já aprovou R$ 90 bilhões para a indústria brasileira. "A nossa meta era R$ 300 (bilhões), já entregamos R$ 90 (bilhões)", revelou. Os recursos integram o Plano Mais Produção, da Nova Indústria Brasil.
De acordo com Mercadante, no ano passado as consultas no Banco cresceram 88%, as aprovações 32% e o desembolso 17%. "O projeto entra, é avaliado, é aprovado, o desembolso vai no ritmo em que os investimentos são feitos. É a melhor consulta dos últimos dez anos, a maior aprovação dos últimos nove anos e o maior desembolso dos últimos oito anos", completou, referindo-se aos dois primeiros meses de 2024.
O presidente do BNDES sublinhou que o banco é a instituição que mais financiou energia renovável no mundo — e que 83% dos investimentos em energia renovável da América Latina, no ano passado, vieram para o Brasil. "O país tem todas as condições de liderar a transição para a economia e a transição com a energia sustentável", disse.
O Brasil está assistindo agora, na avaliação de Mercadante, à recomposição da indústria automotiva. "Conseguimos aprovar R$ 5 bilhões por ano para a inovação. E uma de nossas determinações é induzir o P&D (pesquisa e desenvolvimento) do carro híbrido no Brasil, para a gente poder ter novos produtos mais competitivos, mais eficientes, adequando a nossa realidade e a nossas potências internas", defendeu.
TRANSPORTES — Durante o painel "O protagonismo do Brasil na transição energética", Renan Filho evidenciou o papel do Brasil como o país que menos emite carbono na média utilizada por veículo. O ministro citou exemplos do país para a redução de emissões em transportes: o aumento do biodiesel no diesel, o aumento de etanol na gasolina e o estímulo à frota de caminhões a gás natural liquefeito (GNL). "A gente já incorpora à gasolina um percentual muito significativo de etanol e já incorporamos ao diesel um percentual de biodiesel que também está em crescimento. O Brasil é modelo na geração de energia limpa", concluiu.