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COMUNICAÇÃO
Me Conta, Brasil aponta caminhos para sair das dívidas com o Desenrola
Bate-papo contou com Alexandre Ferreira, coordenador de Economia e Legislação do Ministério da Fazenda, e Ronaldo Silva, chefe-adjunto do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central
"Eu realizei meu sonho, que era limpar meu nome e comprar um carro mais novo". A frase é do motorista de aplicativo Maurício Mendes da Silva, que depende do veículo para garantir o sustento da família. Morador da Zona Oeste de São Paulo, ele atribui a mudança de vida ao Desenrola Brasil, programa do Governo Federal que permitiu a ele renegociar as dívidas que acumulava e sair do endividamento.
A pessoa entra, acessa com uma conta do gov.br e vai ter, de cara, os descontos. Podem ter duas, três, quatro, cinco, seis dívidas com descontões, média entre 85% e 90%”
Alexandre Ferreira, coordenador de Economia e Legislação do Ministério da Fazenda
“Consegui sanar as dívidas que tinha e voltar ao mercado de financiamento, de ter uma situação favorável que possa garantir que eu tenha condições de comprar um carro, que foi o que eu fiz, por estar com meu nome em situação regular”, completou.
O relato integra o segundo episódio do videocast “Me Conta, Brasil”, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), que foi ao ar nesta quinta-feira, 29 de fevereiro, e reflete a realidade comum a mais de 11,5 milhões de brasileiros e brasileiras que conseguiram renegociar seus débitos, com descontos de até 96% do valor total das dívidas. Desde o lançamento, o Desenrola renegociou R$ 34 bilhões em dívidas.
FIM DAS DÍVIDAS – Em forma de bate-papo, o videocast traz gestores de diversos ministérios e autarquias federais para explicar as políticas do Governo Federal para a população. No segundo bate-papo, os convidados foram Alexandre Ferreira, coordenador de Economia e Legislação do Ministério da Fazenda, e Ronaldo Silva, chefe-adjunto do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central.
Juntos, os servidores explicaram detalhes sobre como as pessoas podem renegociar as dívidas pela plataforma digital do Desenrola. Também foi discutida a importância de se planejar o orçamento e buscar educação financeira para prevenir futuros endividamentos. “Por que o governo fez isso agora? É porque a gente se deparou com a situação de um país que sai da pandemia e que as pessoas se prejudicaram, desorganizaram suas vidas financeiras, deixaram de ter renda, precisaram parar de trabalhar, tiveram contratempos e isso impactou nas contas. Então, muita gente teve que se endividar até para comprar comida”, relata Alexandre.
“Muita gente teve que passar as compras do supermercado no cartão de crédito, não conseguiu pagar essa conta e isso foi se tornando o efeito da bola de neve, em que os juros e as multas vão se acumulando e impedindo que as pessoas façam uma série de coisas, porque ficam com o nome negativado, popularmente conhecido como nome sujo. E isso traz várias restrições para a vida das pessoas”, completou o servidor.
DESCONTÃO — As dívidas que podem ser renegociadas pelo Desenrola são as contraídas durante o período da pandemia de Covid-19, de 2019 a 2022. “A pessoa entra, acessa com uma conta do gov.br e vai ter, de cara, os descontos. Podem ter duas, três, quatro, cinco, seis dívidas com descontões, média entre 85% e 90%”, orientou Alexandre.
“Ela vai optar ou por pagar à vista, via PIX, ou parcelar. Mesmo com o desconto, você ainda pode parcelar. Tem uma coisa legal que é a gente consolidar essas dívidas para que as pessoas possam se organizar e ter essa educação financeira”, emendou.
Segundo uma pesquisa do Instituto Locomotiva realizada com pessoas de todo o país, 77% das famílias têm dívidas e 30% estão com alguma conta atrasada, em situação de inadimplência. Nas dívidas feitas no cartão de crédito, a estimativa chega a 60%.
EDUCAÇÃO — Já Ronaldo Silva, chefe-adjunto do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central, comentou sobre a importância da educação financeira como ferramenta para prevenir o retorno ao endividamento.
Um dos mecanismos apresentado por ele foi o Programa “Aprender Valor”, idealizado pelo Banco Central e financiado pelo Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) do Ministério da Justiça. A plataforma tem o objetivo de ensinar às crianças e aos jovens da rede pública, de maneira simples e didática, como elencar prioridades ao gastar dinheiro.
“A gente acha que, quanto antes a gente começar a tratar dessas questões relacionadas com o dinheiro, com vida financeira, melhor. É por isso que a gente pensou em ter esse programa direcionado às crianças e jovens”, disse Ronaldo. “É uma plataforma bastante robusta e está disponível para todas as escolas do ensino fundamental”, acrescentou.
O microempreendedor Tales Marcel, morador de Altamira, no Pará, participou do “Me Conta, Brasil” e aproveitou para pedir dicas sobre como economizar e começar a poupar dinheiro. Ele foi respondido pela economista Gabriela Chaves. “É importante que você determine, no início do mês, quanto você vai poupar da sua renda. Você estabelece esse valor entendendo qual o seu custo de vida. Calcula, separadamente, os gastos com moradia, saúde, alimentação e transporte essencial. Esse valor é fundamental para você entender quanto da sua renda é capaz de poupar e, a partir daí, é só sucesso”, respondeu.
O QUE É – O Me Conta, Brasil é uma ferramenta para dialogar com a população e divulgar informações sobre os programas do Executivo que fazem a diferença na vida das pessoas. A ideia é que o videocast seja um espaço de bate-papo para explicar como as pessoas podem garantir os seus direitos e se beneficiar com as ações federais. A cada apresentação, dois ou mais porta-vozes de diferentes ministérios devem participar do diálogo. "É nosso novo canal de comunicação. Queremos detalhar a relevância de cada ação e mostrar como esses programas de saúde, educação, segurança e moradia transformam a vida", afirmou o ministro da Secom, Paulo Pimenta.