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SANEAMENTO
Domicílios com coleta de esgoto crescem 18 pontos percentuais desde 2000
Todas as Unidades da Federação registraram aumento da proporção da população residindo em domicílios com coleta de esgoto. Foto: Getty Images
A proporção de domicílios com acesso à rede de coleta de esgoto no Brasil chegou a 62,5% em 2022, um avanço de 18 pontos percentuais levando em conta os últimos 22 anos. Em 2000, o índice era de 44,4% e havia subido para 52,8% em 2010. Os dados são do Censo Demográfico 2022, organizados a partir das características dos domicílios, e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 23 de fevereiro.
A pesquisa traz informações referentes à forma de abastecimento de água, destino do lixo, tipo de esgotamento sanitário, existência de banheiro ou sanitário e existência de canalização de água, permitindo uma caracterização de elementos importantes dos domicílios e das condições de vida da população.
Todas as unidades da Federação (UFs) registraram aumentos da proporção da população residindo em domicílios com coleta de esgoto e da proporção dos habitantes morando em domicílios com esgotamento por rede coletora ou fossa séptica. Mato Grosso do Sul foi a UF com maior evolução (34,8 pontos percentuais) entre 2010 e 2022, saltando de 37,7% (2010) para 72,5% (2022).
A região Sudeste (86,2%) foi a que apresentou a maior parcela da população morando em domicílios com coleta de esgoto. No sentido oposto, a região Norte (22,8%) mostrou a menor taxa do indicador. Considerando a comparação entre as UFs, os destaques no lado positivo e no negativo foram, respectivamente, São Paulo (90,8%) e Amapá (11%).
A proporção da população residindo em domicílios com esgotamento por rede coletora apontou uma relação com o tamanho populacional dos municípios: em cidades com até 5 mil habitantes, apenas 28,6% deles mora em domicílios com coleta de esgoto. O número sobe gradualmente a cada faixa de tamanho da população, até atingir 83,4% nos municípios com 500.001 habitantes ou mais.
BANHEIROS — O banheiro (cômodo com vaso sanitário e instalações para banho) que era utilizado, no dia a dia, apenas pelos moradores dos domicílios e seus hóspedes foi classificado como “de uso exclusivo”. Em 2022, havia no mínimo um banheiro de uso exclusivo em 71 milhões de domicílios, onde residiam 197,5 milhões de pessoas. O número corresponde a 97,8% da população brasileira.
Já a quantidade de domicílios onde não existem banheiros, sanitários ou covas para dejeções foi de 367 mil. Nessas moradias residiam 1,2 milhão de pessoas, equivalente a 0,6% da população. Piauí (5,0%), Acre (3,8%) e Maranhão (3,8%) foram as UFs com as taxas mais elevadas.
Infográfico 1 | Evolução comparativa das instalações sanitárias nos domicílios brasileiros - Fonte: IBGE
ACESSO — Em 2022, as faixas etárias mais jovens apresentaram maior incidência de situação de precariedade no acesso a saneamento básico. Na população entre 0 e 4 anos, 3,4% residiam em domicílios sem canalização de água; no grupo com 60 anos ou mais, essa proporção foi de 1,9%. Quanto à ausência de banheiro, sanitário ou covas para dejeções nos domicílios, os índices obtidos foram de 0,9% no grupo entre 0 e 4 anos, e 0,4% no grupo com 60 anos ou mais.
A abrangência de serviços públicos de saneamento, como abastecimento por rede de água, coleta de esgoto e coleta de lixo também se mostrou relacionada à faixa etária, registrando menores índices para os grupos de idade mais novos. A proporção da população residindo em domicílios com abastecimento de água, principalmente pela rede geral, foi de 80,9% no grupo entre 0 e 4 anos, e de 83,5% no grupo com 60 anos ou mais.
O Censo 2022 ainda revelou que as pessoas de cor ou raça amarela, seguidas das de cor ou raça branca, tiveram as maiores proporções de conexão de redes de serviços de saneamento básico e maior índice de presença de instalações sanitárias nos domicílios. As pessoas de cor ou raça preta, parda e indígena obtiveram proporções menores.
“Esse panorama está ligado à distribuição regional dos grupos, com presença maior da população de cor ou raça preta, parda e indígena no Norte e Nordeste, regiões com menor infraestrutura de saneamento. Em todos os 20 municípios brasileiros mais populosos, a população de cor (ou raça branca) tem mais acesso a abastecimento de água, esgotamento sanitário e coleta de lixo do que a população de cor ou raça preta, parda e indígena”, detalhou Bruno Perez, analista da pesquisa divulgada nesta sexta.
SOBRE A PESQUISA — O Censo Demográfico 2022: características dos domicílios - resultados do universo traz informações referentes à forma de abastecimento de água, destino do lixo, tipo de esgotamento sanitário, existência de banheiro ou sanitário e existência de canalização de água, permitindo uma caracterização de elementos importantes dos domicílios e das condições de vida da população.
Os dados estão disponíveis para Brasil, grandes regiões, estados e municípios. As informações serão desagregadas também segundo a cor ou raça e os grupos de idade da população. Os dados podem ser visualizados na Plataforma Geográfica Interativa (PGI) e no panorama do Censo 2022.