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ENTREVISTA
Paulo Pimenta participa do Roda Viva e discute os assuntos mais comentados na política brasileira
Paulo Pimenta respondeu às perguntas dos jornalistas durante quase 2 horas de programa - Foto: Lucas Leffa/SECOM
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (SECOM) da Presidência da República, Paulo Pimenta, foi o convidado desta segunda-feira (23) do programa Roda Viva, na TV Cultura. Durante quase 2 horas, o ministro respondeu perguntas da bancada de entrevistadores sobre o conflito no Oriente Médio, o diálogo com o Congresso Nacional, a retomada dos programas sociais e os princípios da comunicação institucional do Governo Federal, entre muitos outros assuntos.
Paulo Pimenta destacou a posição do Governo do Brasil de condenar, desde o primeiro momento, os atos terroristas perpetrados pelo Hamas em Israel, no dia 7 de outubro, e comentou sobre a responsabilidade brasileira à frente da presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU, pautada pela tradição diplomática do país. “Nosso esforço no conflito entre Israel e Palestina é pautado pela mediação do cessar-fogo e pela criação de um corredor humanitário. Essas são as prioridades do Brasil à frente do Conselho de Segurança da ONU”, afirmou o ministro.
“Em quatro meses, nós retomamos todos os programas sociais que são tão importantes para o Brasil. Isso parecia impossível, no começo"
Paulo Pimenta, ministro da SECOM da Presidência da República
Ele falou também sobre a relação do Governo Federal com o Congresso Nacional, enfatizando que o governo tem conseguido aprovar questões importantes. “A mesma democracia que elegeu Lula é a democracia que não nos deu maioria no Congresso. Isso nos leva a um exercício de diálogo permanente. Isso é respeitar a democracia.”
O trabalho do Governo Lula de recuperação de programas sociais e de estabilização do ambiente econômico do país foi outro tema abordado pelo ministro Pimenta durante o Roda Viva. “Em quatro meses, nós retomamos todos os programas sociais que são tão importantes para o Brasil. Isso parecia impossível, no começo. Conseguimos controlar a inflação, mudamos a política de preços da Petrobras sem grandes ruídos, faz cinco meses que o preço dos alimentos está diminuindo, conseguimos criar um ambiente que fez com que a taxa de juros caísse.”
A bancada de entrevistadores contou com Eduardo Scolese, editor de política da Folha de S.Paulo; Jussara Soares, analista de política da CNN Brasil; Simone Iglesias, repórter de governo da Bloomberg no Brasil; Jeniffer Gularte, repórter do jornal O Globo em Brasília; e Guilherme Waltenberg, editor-sênior do Poder360. Durante o programa, houve ainda a participação do cartunista Luciano Veronezi, que ilustrou a entrevista em tempo real.
Confira os principais trechos do programa Roda Viva com o ministro Paulo Pimenta:
TRADIÇÃO DIPLOMÁTICA – O Brasil condenou desde o primeiro momento os atos terroristas no conflito Israel e Palestina. Temos uma tradição diplomática, porém, de orientar a nossa posição a partir das posições do Conselho de Segurança da ONU, que é quem tem a competência de definir quem são organizações terroristas. Além disso, esse mês, estamos à frente do Conselho de Segurança da ONU, o que é uma enorme responsabilidade. O presidente Lula tem duas prioridades: o esforço para a promoção da paz por meio do diálogo e a repatriação com segurança de todos os brasileiros e brasileiras que estão na zona de conflito.
REPATRIAÇÃO – O Brasil foi o primeiro país a fazer uma logística de repatriação de seus cidadãos em Israel. Essa logística foi coordenada pessoalmente pelo presidente Lula. São 1.410 brasileiros e brasileiras e 55 pets que agora estão em segurança em casa graças à Operação Voltando em Paz.
VETO AMERICANO – A resolução de paz escrita pelo presidente Lula no Conselho de Segurança da ONU teve um apoio muito expressivo, 12 países votaram a favor, dois países se abstiveram, e tivemos um veto dos EUA. Acredito que esse veto americano tenha acontecido muito mais por questões políticas internas do que por discordância ao trabalho realizado pelo Brasil. E por isso nós não desistimos. Vamos continuar tentando uma resolução pelo cessar-fogo, pela vida das pessoas.
TOLERÂNCIA – A mensagem do presidente Lula é muito clara: que o Brasil vire a página do ódio e da intolerância. Que é preciso governar para todos, mas com o olhar especial para os que mais precisam. Essa é a obsessão do presidente e é para isso que a gente trabalha.
RELAÇÃO COM O CONGRESSO – A mesma democracia que elegeu Lula é a democracia que não nos deu maioria no Congresso. Isso nos leva a um exercício de diálogo permanente. Isso é respeitar a democracia. O governo tem conseguido fazer com que o seu programa funcione e seja aprovado, isso é importante.
MULHERES NO GOVERNO – Somos um governo que tem mulheres em papéis estratégicos e decisivos dentro do governo. Esse é um compromisso do governo Lula.
RECUPERAÇÃO DO PAÍS – Em quatro meses, nós retomamos todos os programas sociais que são tão importantes para o Brasil. Isso parecia impossível, no começo. Conseguimos controlar a inflação, mudamos a política de preços da Petrobras sem grandes ruídos, faz cinco meses que o preço dos alimentos está diminuindo, conseguimos criar um ambiente que fez com que a taxa de juros caísse. Nós estamos muito satisfeitos.
COMUNICAÇÃO DO GOVERNO – A comunicação institucional do governo se baseia em dois pontos: democratização e regionalização. As novas campanhas de governo estão saindo com 27 formatos, com locutores locais e imagens locais. Estamos trabalhando muito forte a pluralidade do povo brasileiro.
FORA DE CONTEXTO – O documento que assinei em 2021 foi tirado totalmente de contexto. Na época, em plena pandemia, a Inglaterra queria restringir a entrada de ajuda humanitária em Gaza alegando uma discordância com Hamas. Nós nos manifestamos dizendo que era um absurdo com as famílias palestinas. Isso não tem nada a ver com a guerra. Eu condeno, desde o primeiro dia, as ações terroristas e a morte de civis.
PAUTA LEGISLATIVA – Vamos chegar ao final do ano com a pauta legislativa cumprida. Vamos entrar 2024 com novo orçamento, nova LDO e concluindo programas importantes como o Desenrola.
ELEIÇÕES NA ARGENTINA – O presidente Lula tem uma posição institucional em relação às eleições na Argentina. Ele respeita a soberania de todos os países. Os argentinos são os nossos maiores parceiros comerciais na América do Sul e nós queremos preservar essa relação. Essa é a conduta do Brasil.
AGENDA ECONÔMICA – O ministro [da Fazenda] Fernando Haddad tem mostrado uma enorme capacidade. Ele é um homem importante, também, para a agenda internacional do governo e tem respaldo do presidente Lula. Logo, a agenda do Haddad é a agenda do governo Lula.
REFORMA TRIBUTÁRIA – Nós conseguimos aprovar uma Reforma Tributária na Câmara pela primeira vez na história do Brasil dentro do ambiente de normalidade democrática. Isso não é pouca coisa!
PRIMEIRA DAMA - A primeira dama é uma pessoa que tem uma trajetória própria. Estamos em 2023, quando se fala sobre empoderamento das mulheres. A Janja tem um papel e um protagonismo importante. Janja foi extraordinária na nossa viagem ao Rio Grande do Sul. Janja ajuda muito o governo. Janja é um ativo muito positivo para o governo do presidente Lula.
MARCO TEMPORAL – Nós temos um princípio de respeito à demarcação das terras indígenas e também temos o respeito à segurança jurídica dos produtores e produtoras que eventualmente estejam de boa-fé em uma área demarcada, que merecem ser indenizados.