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AJUDA HUMANITÁRIA
Paulo Pimenta: prioridade do Governo Federal no Rio Grande do Sul é salvar vidas
Paulo Pimenta em entrevista à CNN: ministro lembrou o anúncio de R$ 741 milhões em apoio federal ao estado do Rio Grande do Sul e às prefeituras - Foto: Lucas Leffa/SECOM
O ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, Paulo Pimenta, foi categórico ao afirmar, em entrevista ao vivo concedida nesta segunda-feira (11) ao programa Bastidores da CNN, que o Governo Federal segue monitorando de perto as ações de auxílio às famílias e aos municípios atingidos pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul. Segundo ele, a prioridade número um, neste instante, são as questões de natureza humanitária.
Quero fazer um apelo aqui para que as pessoas tenham um mínimo de empatia, de respeito pelas famílias que estão lá sofrendo, pelas famílias que perderam tudo: não utilizem e não repitam essa conduta lamentável de promover a desinformação, a mentira, as fake news. Isso destrói vidas. Pelo menos nesse momento, que esse tipo de conduta seja evitada”
Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República
“São prioridades as questões de natureza humanitária, salvar vidas, garantir condições mínimas para as pessoas que perderam as casas. Não tem nada pendente. O governo está presente, esteve presente desde o início e vai continuar presente. Na medida do necessário, qualquer um de nós pode, a qualquer momento, ser escalado para voltar para o Rio Grande do Sul”, assegurou.
Em outro ponto contundente da entrevista, Paulo Pimenta fez um pedido para que as pessoas interrompam as divulgações de fake news, que trazem ainda mais sofrimento e confundem as famílias atingidas pelas enchentes com notícias falsas.
“Quero fazer um apelo aqui para que as pessoas tenham um mínimo de empatia, de respeito pelas famílias que estão lá sofrendo, pelas famílias que perderam tudo: não utilizem e não repitam essa conduta lamentável de promover a desinformação, a mentira, as fake news. Isso destrói vidas. Pelo menos nesse momento, que esse tipo de conduta seja evitada”.
Segundo o ministro, a Polícia Federal e a Advocacia Geral da União foram acionadas para combater a disseminação de fake news ligadas à tragédia no Rio Grande do Sul. “O que a gente não pode aceitar é uma disputa de narrativa, que infelizmente se constituiu na região, como se o governo estivesse ausente. Ontem (10), nós tivemos que acionar a Polícia Federal pela quantidade de fake news criminosas disseminadas. Tinha um vídeo dizendo que as pessoas não podiam receber donativos porque o Lula tinha dado uma ordem de que enquanto ele não fosse na região e fosse fotografado nos locais onde as pessoas recebiam donativos, os donativos não podiam ser distribuídos. Isso viralizou, causando revolta, ressentimento. É uma mentira. Tivemos que acionar a Polícia Federal, porque são pessoas conhecidas que pagavam essas fake news”, detalhou Paulo Pimenta.
“Tivemos outro episódio muito grave. As pessoas passaram a divulgar que existem três usinas hidrelétricas na região tinham aberto as comportas e que isso poderia inclusive provocar uma ruptura, uma nova inundação. Vocês imaginem localidades sem internet, as pessoas sem comunicação, e os seus parentes, seus amigos começam a receber uma informação mentirosa, criminosa, de que havia ocorrido uma ação deliberada de abrir comportas, que isso poderia causar uma nova inundação. Isso é uma ação criminosa, é uma fake news criminosa. Tivemos que acionar a AGU, a Polícia Federal, porque não podemos permitir que pessoas sem escrúpulos se utilizem da tragédia”, prosseguiu.
CRONOLOGIA – O ministro da Secom ressaltou que, desde o início da semana passada, o Governo Federal já vinha monitorando a situação no Rio Grande do Sul. “Na segunda-feira da semana passada (4), as chuvas estavam fortes e os rios ainda não tinham chegado ao ponto da catástrofe que foi. Nós já começamos a trabalhar na própria segunda-feira. O presidente Lula determinou que todas nossas equipes ficassem alertas, de prontidão, e nós entramos a madrugada da segunda para terça trabalhando, eu, o ministro José Múcio (da Defesa), o ministro Waldez (do Desenvolvimento Regional), o chefe da Defesa Civil (Wolnei Wolff Barreiros), em contato com o Governo do Estado, com as prefeituras. Na terça-feira (5) pela manhã, o presidente Lula já fez a primeira manifestação pública, determinando prioridade absoluta do governo no acompanhamento dessa tragédia”, recordou Paulo Pimenta.
Na conversa com os jornalistas Tainá Falcão e Gustavo Uribe, o ministro traçou uma cronologia da ação de apoio do Governo Federal, que já contou com visitas tanto de uma comitiva de ministros na semana passada quanto do presidente da República em Exercício, Geraldo Alckmin, no último domingo (10).
“Na quarta-feira (6), nós já estávamos lá, eu, o ministro Waldez, junto com uma equipe. Desde o início do nosso governo, o presidente Lula tem essa determinação: o governo tem que estar presente. Especialmente no momento da dificuldade, no momento em que as pessoas mais precisam”, lembrou o ministro.
“O Governo Federal trabalha por demanda. Os governos estaduais, as prefeituras, nos colocam o que eles precisam. Nós não temos absolutamente nada pendente. Nesse momento, foram solicitados dez botes com equipes para trabalhar no salvamento. Nós temos 46 óbitos, 46 famílias enlutadas, mas ainda temos quarenta e poucas pessoas desaparecidas. Vocês imaginem a dor, o desespero, tanto de quem perdeu familiares, como daquelas pessoas que há uma semana vivem um fio de esperança de encontrar alguém vivo”.
HOMENS, HELICÓPTEROS E COMUNICAÇÃO – Paulo Pimenta afirmou que atualmente 950 homens das Forças Armadas e do Batalhão de Engenharia estão em ação no Rio Grande do Sul. Segundo ele, foram disponibilizados oito helicópteros das Forças Armadas e da Polícia Rodoviária Federal. O Governo Federal também atuou prontamente para restabelecer a comunicação nas áreas atingidas.
“Chegamos lá, na quarta-feira passada, eu e o ministro Waldez, e não tinha internet. Imediatamente acionamos o Ministério das Comunicações, colocamos 13 antenas digitais, junto com a Eletrobras e com as companhias, e praticamente restabelecemos o sinal em tudo. Em menos de 48 horas reconhecemos a emergência em 73 municípios e com isso foi possível imediatamente o Auxílio Abrigamento, aquele dinheiro que vai para as prefeituras. Nós temos cerca de três mil pessoas em abrigos, para garantir água, alimentação, material de limpeza. Com isso também podemos antecipar o pagamento do Bolsa Família e a Caixa pôde autorizar a antecipação do Fundo de Garantia daquelas pessoas que residem nas cidades atingidas”.
HOSPITAL DE CAMPANHA E CESTAS – Paulo Pimenta também lembrou que o Governo Federal montou um hospital de campanha e que a Força Nacional do SUS já trabalha para auxiliar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Ele ainda explicou que 20 mil cestas básicas serão enviadas à região, das quais cinco mil já foram disponibilizadas.
“Em outro momento, nos foi solicitado o hospital de campanha. Ele já está instalado em Roca Sales. A Força Nacional do SUS, equipes do Hospital Conceição. As cestas básicas, 20 mil cestas básicas, da Conab e MDS (Ministério do Desenvolvimento Social). Cinco mil já chegaram”.
RECURSOS – Ao lembrar a visita de Geraldo Alckmin às regiões afetadas, Paulo Pimenta recordou o anúncio de mais de R$ 740 milhões em apoio federal ao estado e às prefeituras.
“Temos as equipes da Defesa Civil trabalhando junto com as equipes locais. E ontem nós já contabilizamos R$ 741 milhões anunciados pelo presidente em Exercício, Geraldo Alckmin, envolvendo todas as ações”.
Segundo ele, depois da prioridade relativa às questões humanitárias, um grande esforço ainda será necessário em outras frentes fundamentais para que as regiões afetadas no Rio Grande do Sul possam se recuperar da tragédia: a desobstrução, reconstrução e recuperação da economia.
“Nós temos milhares de toneladas de entulho, de lixo, ruas interditadas, avenidas interditadas, estradas interditadas, unidades de saúde, escolas, cidade sem água, cidade sem luz. E, num terceiro momento, a reconstrução das casas, das praças, das escolas, das unidades de saúde, e da capacidade econômica da região”, pontuou o ministro.
“É uma região que tem uma agricultura familiar, uma agroindústria forte, foi muito atingida. Produção de aves, de suínos, a bacia leiteira, produção de grãos, e o comércio local. Para vocês terem uma ideia, algumas cidades a água invadiu a rua principal do município. Então, todo o comércio foi comprometido. Pequenos estabelecimentos, cooperativas. Hoje é segunda-feira e muita gente, se quisesse voltar para trabalhar, os postos de trabalho não existem mais. Então, nós temos que fazer um trabalho de reconstrução do tecido econômico da região. E o presidente Lula que coordena tudo isso”, frisou.