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TRABALHO
Luiz Marinho e líderes sindicais brasileiros prestam solidariedade a trabalhadores em greve nos EUA
Luiz Marinho, acompanhado de líderes de centrais sindicais brasileiras, se reuniu com diretores da UAW - Foto: Divulgação/Secom
O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, acompanhado de líderes de centrais sindicais brasileiras, reuniu-se nesta terça-feira (19), em Nova York, com diretores da UAW (United Auto Workers), sindicato que decretou greve há cinco dias nos Estados Unidos. O encontro foi um gesto de solidariedade, em nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de apoio à categoria que negocia melhores salários e condições de trabalho no setor automotivo norte-americano.
“As novas tecnologias deveriam facilitar a vida, com menor jornada, mais espaço para a família, para a cultura e o lazer. Mas não é isso que acontece. Há mais acúmulo e concentração de renda e riqueza no mundo”
Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego
No encontro, Marinho defendeu que é preciso trazer proteção ao mundo do trabalho, pois os trabalhadores estão em situação de abandono das condições sociais e salariais. “As novas tecnologias deveriam facilitar a vida, com menor jornada, mais espaço para a família, para a cultura e o lazer. Mas não é isso que acontece. Há mais acúmulo e concentração de renda e riqueza no mundo”, disse ele.
O ministro destacou que essa é uma preocupação do governo brasileiro e que, por isso, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Joe Biden, dos Estados Unidos, lançarão, nesta quarta-feira (20), a Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras, para garantir trabalho digno e igualitário. Segundo Marinho, o sucesso da greve nos Estados Unidos servirá de farol para mundo.
Brandon Mancilla, diretor da regional 9A da UAW, agradeceu o apoio do presidente brasileiro e lembrou que Lula é membro honorário do sindicato. “Temos um histórico de parceria e somos honrados que o presidente é membro honorário”, destacou. Para Mancilla, a UAW tem a mesma visão dos sindicatos do Brasil. “Não lutamos apenas por nossos associados, mas para que essas corporações paguem o valor justo pelo trabalho”, completou.
Também diretor regional da UAW, Daniel Vicente ressaltou que o avanço na produção de carros elétricos precisa estar associada à ampliação na geração de energia, o que não está acontecendo. Mesmo assim, as montadoras avançam na precarização, com perda de empregos e redução de salários. Trabalhadores cumprem carga de 12 horas por dia, todos os dias da semana. “Tenho quatro filhos e fico mais tempo no trabalho do que em casa”, lamentou.
Presentes no encontro, os dirigentes das centrais sindicais do Brasil apoiaram a paralisação nos Estados Unidos. Sérgio Nobre, da CUT, destacou a importância da reorganização dos trabalhadores neste momento de precarização. Miguel Torres, da Força Sindical, apontou a coragem e o apoio que a UAW receberá de categorias no Brasil. Ricardo Patah, da UGT, reforçou que essa paralisação será importante para categorias no Brasil também. Antônio Neto, da CSB, lembrou que a precarização também ocorre com as grandes empresas de tecnologia, e que isso está levando trabalhadores a se organizarem contra. Adilson Araújo, da CTB, apontou que as montadoras sempre receberam apoio dos governos e que, de repente, viram as costas aos funcionários. Para Moacyr Auersvald, da NCST, o sucesso nas negociações da UAW vai correr mundo afora, colaborando com a reorganização dos demais trabalhadores.