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ECONOMIA
Desemprego cai a 7,8% em agosto, menor taxa desde 2015
Número de empregados com carteira assinada no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) foi de 37,2 milhões, o maior desde 2015. Na comparação anual, aumento é de 3,5% (mais 1,3 milhão de pessoas). Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
A taxa de desemprego no Brasil caiu a 7,8% no trimestre encerrado em agosto de 2023, queda de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, de março a maio. É o menor índice registrado desde fevereiro de 2015, quando foi de 7,5%. Em números absolutos, a quantidade de pessoas desocupadas foi de 8,4 milhões no trimestre encerrado em agosto de 2023, a menor desde junho de 2015, quando foi de 8,5 milhões. Na prática, isso significa 528 mil pessoas a menos desempregadas no país. Na comparação desde o início do ano, a queda é ainda mais expressiva: são 13,2%, ou 1,3 milhão de pessoas desempregadas a menos. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira, 29 de setembro, pelo IBGE.
A quantidade de pessoas desocupadas foi de 8,4 milhões no trimestre encerrado em agosto, a menor desde junho de 2015. Na prática, isso significa 528 mil pessoas a menos desempregadas no país
Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílio, a queda na desocupação está diretamente influenciada pela alta do número de pessoas trabalhando. A população ocupada chegou a 99,7 milhões, crescimento de 1,3% (ou 1,3 milhão de pessoas) no confronto contra o trimestre encerrado em maio. Na comparação com o mesmo trimestre de 2022, são 641 mil pessoas mais trabalhando. “O quadro favorável da ocupação permite a redução do número de pessoas que procuram trabalho”, afirma a pesquisadora.
Três grupos de atividades foram responsáveis pelo desempenho do mercado de trabalho no trimestre móvel terminado em agosto. A maior variação na comparação com o trimestre encerrado em maio foi em Serviços domésticos, que teve alta de 2,9%, o que significa um incremento de mais 164 mil pessoas ocupadas.
Em seguida, o grupo de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com alta de 2,4% (ou mais 422 mil pessoas), principalmente na área da Saúde e da Educação pública. Fecha o trio as atividades de Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas, que registraram expansão de 2,3% (mais 275 mil pessoas) ocupadas.
“No geral, houve resultado positivo também porque nenhum outro grupo registrou perda estatística de trabalhadores. Mas esses três grupamentos, em especial, contribuíram no processo de absorção de trabalhadores”, afirma Beringuy.
CARTEIRA ASSINADA EM ALTA - A PNAD Continua mostra que o trimestre móvel encerrado em agosto apresentou expansão na quantidade de trabalhadores tanto no segmento formal quanto no informal. O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) foi de 37,248 milhões, o maior desde fevereiro de 2015, quando foi de 37,288 milhões. Essa quantidade significa alta de 1,1% no confronto entre trimestres, ou seja, mais 422 mil com carteira de trabalho assinada. Na comparação anual, o aumento é de 3,5% (mais 1,3 milhão).
Também o número de empregados sem carteira no setor privado cresceu, passando para 13,2 milhões, aumento de 2,1% no trimestre (mais 266 mil pessoas), com estabilidade na comparação anual. Além disso, também houve estabilidade no número de empregadores (4,2 milhões de pessoas) e na quantidade de empregados no setor público (12,2 milhões de pessoas). Já o contingente de trabalhadores por conta própria (25,4 milhões de pessoas) ficou estável frente ao trimestre anterior e caiu 2% no ano, uma perda de 509 mil pessoas. Entre os trabalhadores domésticos, houve alta de 2,8% frente o tri encerrado em maio, chegando a 5,9 milhões de pessoas.
RENDIMENTO MÉDIO ESTÁVEL - O rendimento real habitual do trimestre encerrado em agosto ficou estável na comparação com o tri de maio e foi de R$ 2.947. No ano, esse valor significa um crescimento de 4,6%. A massa de rendimento real habitual, por sua vez, chegou a R$ 288,9 bilhões e bateu recorde da série histórica, crescendo 2,4% frente ao trimestre anterior e 5,5% na comparação anual.