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SOLIDARIEDADE
Ampla frente de solidariedade se une no socorro às vítimas de chuvas no Rio Grande do Sul
Forças Armadas, voluntários e movimentos sociais se unem na produção e distribuição de alimentos no Rio Grande do Sul. Fotos: Divulgação
As dificuldades enfrentadas pelas famílias atingidas pelas enchentes causadas pelas fortes chuvas que atingiram diversos municípios no Rio Grande do Sul despertaram uma onda de solidariedade para socorrer as vítimas do ciclone. Além do suporte dos governos municipais, estaduais e federais nas tarefas de salvamento, recuperação e reconstrução, diversas entidades da sociedade civil garantem um suporte adicional e direto.
Temos uma condição que acumulamos ao longo de 40 anos de produzir alimentos em condições adversas. Nós nos propusemos a fazer mil marmitas, mas tudo acabou ganhando dimensão maior. Hoje chegamos a 17 mil. Quem faz essa distribuição é o comitê de crise. O Exército participa, além de voluntários. Numa situação dessas a gente trabalha com as pessoas sem nem saber o nome. É assim que é o movimento voluntário”
Cedenir Oliveira, integrante da direção nacional do MST no Rio Grande do Sul
Entre elas, a Associação Brasileira de Bancos e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e seus bancos associados, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA), a organização não governamental (ONG) Ação da Cidadania, a rede Cáritas Regional Rio Grande do Sul, a Fecomércio-RS/Sesc/Senac e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
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A cozinha solidária do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está instalada no município gaúcho de Encantado desde 7 de setembro. O trabalho conta com dezenas de integrantes do MST que se deslocaram de suas cidades de origem para ajudar na produção dos alimentos. A eles se juntaram dezenas de voluntários da cidade e inclusive o efetivo do Exército, que se unem diariamente para garantir a logística de montagem e entrega das refeições. Contribuições podem ser feitas via PIX pelo CNPJ 10568281000137.
“Quando ocorreu a tragédia, decidimos que viríamos aqui para essa ação. Temos uma condição que acumulamos ao longo de 40 anos de produzir alimentos em condições adversas. Nós nos propusemos a fazer mil marmitas, mas tudo acabou ganhando dimensão maior. Hoje (sexta-feira, 15/9), chegamos a 17 mil marmitas. Quem faz essa distribuição é o comitê de crise. O Exército participa, além de voluntários. Numa situação dessas a gente trabalha com as pessoas sem nem saber o nome. É assim que é o movimento voluntário”, detalha Cedenir Oliveira, integrante da direção nacional do MST no estado.
Ele adianta que, diante da gravidade da situação, a cozinha solidária do MST, que inicialmente havia planejado atuar uma semana, irá estender os trabalhos. “Nós chegamos aqui para ficar até domingo (17/9). Comunicamos o poder público mas ontem nos pediram para ficar mais uma semana. Então, vamos manter a cozinha até o fim da semana que vem”, afirmou.
A equipe da cozinha solidária conta com sete pessoas fixas, além de outras 20 do MST para dar suporte e apoio aos voluntários. Os alimentos básicos, como arroz e feijão, são produzidos e doados pelo MST, que tem recebido doações para ajudar a bancar as proteínas das marmitas e o gás. Segundo Cedenir, os trabalhos consomem 10 botijões de gás e 300 quilos de carne por dia, além de outros alimentos fornecidos.
Confira outras ações em curso:
CARRETA SOLIDÁRIA – Na quinta-feira (14/9), o município de Muçum recebeu o apoio da Carreta Solidária da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA). A unidade móvel está equipada para preparar 4.500 refeições por dia, além de lavar até meia tonelada de roupas e oferecer atendimento psicológico à comunidade. Nesse município, inicialmente, a carreta fornece refeições simples diárias, como sopa, e ainda refeições completas com arroz, feijão e proteína, além de lavar roupas e cobertores. A ação é possível graças à iniciativa das pessoas que fazem doações. Quem desejar pode contribuir via Pix pela chave emergencias@adra.org.br.
AÇÃO DA CIDADANIA - Já a organização Ação da Cidadania, com o apoio de uma Cozinha Solidária parceira, está distribuindo diariamente às vítimas das enchentes 500 refeições prontas para consumo. Mais de uma tonelada de alimentos estão sendo usados no preparo das refeições, informou a ONG. Estão sendo doados também kits de higiene e limpeza, velas e isqueiros. Doações às populações das cidades gaúchas atingidas pelo desastre podem ser feitas através do site www.acaodacidadania.org.br/emergencias e pelo Pix sos@acaodacidadania.org.br.
CESTAS - No último domingo (10/9), o município de Lajeado recebeu as primeiras cestas de alimentos doadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) às famílias atingidas pela cheia no Vale do Taquari. Foram entregues 1,2 mil cestas, de um total de 5 mil, com o apoio de integrantes do Exército na base de apoio logístico da Defesa Civil na região. A doação foi anunciada pelo presidente da Conab na quarta-feira (6/9), quando uma primeira comitiva do governo federal visitou as áreas atingidas. Entre os alimentos entregues estão arroz, feijão, leite em pó, farinha de trigo, macarrão e fubá.
CÁRITAS - A rede Cáritas Regional Rio Grande do Sul, por meio da campanha “Sementes de Solidariedade”, também está mobilizada e recebe contribuições através do Pix CNPJ 33.654.419/0010-07.
MESA BRASIL - Outra frente de apoio vem do sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, através do Mesa Brasil e das unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc) de todo o estado, que serão pontos de coleta para doações dos materiais arrecadados para direcionamento aos desalojados.
R$ 4 MILHÕES – Até quinta-feira (14/9), a Associação Brasileira de Bancos e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) já tinham contabilizado R$ 4 milhões em doações para auxiliar no socorro aos moradores dos municípios atingidos. Os recursos são direcionados de forma colaborativa por meio de organizações da sociedade civil que atuam no estado.
SOS - No sábado (9/9), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou a criação da conta SOS Rio Grande do Sul, no Banrisul, bem como a chave Pix CNPJ: 92.958.800/0001-38 para doações em dinheiro às vítimas das enchentes. Em dois dias, foram arrecadados R$ 2,2 milhões via Pix. De acordo com o governo gaúcho, os recursos serão direcionados para apoio a iniciativas de recuperação de infraestrutura e reconstrução de casas das vítimas, nos locais afetados, entre outras finalidades.
741 milhões - No último domingo, o Governo Federal, por meio do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou repasse de R$ 741 milhões em recursos para as cidades atingidas pelas fortes chuvas, com divisão em ações voltadas para áreas de habitação, saúde, telecomunicações, assistência social, defesa, recuperação de infraestruturas, logística, entre outras.
BNDES - Na última terça (12/9), após reunião ministerial realizada no Palácio da Alvorada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou mais R$ 1 bilhão para ajuda à população gaúcha via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A linha é voltada a pequenos produtores rurais, microempreendedores individuais e micro, pequenos e médios empresários do estado, para recuperação da economia local. Os recursos são oriundos do novo programa Crédito Solidário do banco.
FGTS – O Governo Federal também anunciou que R$ 600 milhões em recursos do FGTS serão liberados para 354 mil trabalhadores da região que têm saldo no fundo. O FGTS é uma poupança aberta pela empresa em nome do trabalhador. Ela funciona como uma garantia para proteger o empregado em caso de demissão sem justa causa.
BOLSA FAMÍLIA – Em mais uma ação de suporte do Governo Federal ao Rio Grande do Sul, 159,7 mil famílias de 97 municípios atingidos no estado recebem de forma unificada o Bolsa Família de setembro nesta segunda-feira (18/9), quando tem início o cronograma de depósitos em todo o país. Normalmente, o Bolsa Família é feito de forma escalonada, pelo fim do Número de Identificação Social. Em casos de situação de emergência como a vivida pelo estado, o Governo Federal pode unificar os pagamentos para o primeiro dia de repasses.