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IGUALDADE RACIAL
Em Moçambique, ministra Anielle Franco assina acordos de cooperação para combate à discriminação
Os documentos assinados pela ministra Anielle Franco firmam o Programa Caminhos Amefricanos - ação de intercâmbio Sul-Sul, para estudantes de licenciatura e docentes - Foto: Luna Costa/MIR
Na busca por ampliar os laços diplomáticos e fomentar o diálogo internacional, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, integra a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na África.
Durante viagem da ministra a Moçambique, foram pactuados dois acordos históricos de cooperação para o combate à discriminação e promoção da igualdade racial com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Moçambique, a Universidade Pedagógica de Maputo (UP-Maputo) e a Universidade Púnguè (Uni-Púnguè).
Os memorandos preveem o desenvolvimento de ações de cooperação focadas na disseminação de conhecimento sobre a história e a cultura do continente africano, particularmente de Moçambique, bem como da história afro-brasileira. O documento prevê também a realização de intercâmbios técnicos e culturais, seminários e capacitações para a promoção da igualdade racial nos países.
CAMINHOS AMEFRICANOS – Os documentos assinados firmam o Programa Caminhos Amefricanos – ação de intercâmbio Sul-Sul, para estudantes de licenciatura e docentes. A iniciativa é uma estratégia de enfrentamento ao racismo e impulsionamento das ações por igualdade racial. “O programa vai fomentar a troca de conhecimento sobre políticas públicas em países do Sul Global, fortalecendo a agenda da equidade étnico-racial e a construção de uma educação antirracista”, declarou a ministra.
Anielle também considerou que o programa vai produzir e socializar conhecimento construído em cooperação com países africanos, além de permitir que os docentes ensinem às crianças brasileiras uma educação antirracista. "A expectativa é que a gente possa ter essa troca e trazer políticas públicas para cá e eles para o Brasil. Embora a gente tenha poucas vagas, porque é o que o nosso orçamento permite no momento, eu senti que esse foi um passo importante porque estávamos há seis anos sem essa troca", pontuou.
A viagem, marcada por encontros bilaterais, eventos de cunho político e humanitário, busca não apenas fortalecer os laços comerciais, mas também estimular um intercâmbio de experiências e conhecimentos que possam contribuir para o desenvolvimento mútuo e a diminuição da discriminação racial.
GRAÇA MACHEL MANDELA – Na África do Sul, a ministra visitou, com a primeira-dama Janja, o bairro de Soweto, periferia histórica de Joanesburgo e símbolo de resistência e luta contra a segregação do apartheid no país. Lá, elas conheceram a casa onde viveu o líder Nelson Mandela por 15 anos e reuniram-se com Graça Machel Mandela, política e ativista dos direitos humanos moçambicana. Estão previstas ainda reuniões com o Parlamento Sul-Africano, o Mecanismo Africano de Revisão por Pares (em inglês, African Peer Review Mechanism - APRM) e com lideranças políticas femininas da África do Sul.