Notícias
IGUALDADE RACIAL
Anielle Franco anuncia monitoramento da Amazônia Negra e enfrentamento ao racismo ambiental
Instância será criada em parceria com o MMA - Foto: Audiovisual/PR
Neste domingo (6/8), a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial - MIR) anunciou a criação do Comitê de Monitoramento da Amazônia Negra e Combate ao Racismo Ambiental. A titular do MIR participou da plenária transversal "Amazônias Negras: racismo ambiental, povos e comunidades tradicionais", realizada durante os Diálogos Amazônicos, em Belém (PA).
A instância anunciada por Anielle será criada em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e terá a finalidade de propor medidas de enfrentamento ao racismo ambiental na Amazônia Legal.
“Colocar nossos povos tradicionais, comunidades quilombolas, povos de terreiro no protagonismo da proteção da Amazônia é dever não só do governo brasileiro, mas do mundo", disse a ministra. “A gente quer celebrar as mulheres e jovens negros em vida, quer salvar os nossos territórios, quer defender o nosso sagrado em vida”, sublinhou.
O Comitê de Monitoramento ainda irá contribuir com a ampliação dos órgãos de promoção da igualdade racial nos municípios e estados da Amazônia Legal, para que as políticas de igualdade racial cheguem de maneira efetiva ao maior número possível de estados e municípios.
Colocar nossos povos tradicionais, comunidades quilombolas, povos de terreiro no protagonismo da proteção da Amazônia é dever não só do governo brasileiro, mas do mundo
ANIELLE FRANCO
Ministra da Igualdade Racial
A atividade deste domingo materializou um espaço para o desenvolvimento do diálogo entre organizações da sociedade e governos dos países amazônicos sobre os principais desafios relacionados às diversificadas populações negras da região. A plenária reuniu mais de mil pessoas e teve representantes do Brasil, Equador, Colômbia e Venezuela, pautando o combate ao racismo ambiental como central à política ambiental mundial.
MULHERES PELO BEM-VIVER — No sábado (5), as ministras Anielle Franco, Cida Gonçalves (Mulheres) e Marina Silva (MMA) participaram do encontro “Mulheres pelo Bem-viver: justiça climática e combate às desigualdades”. No mesmo dia, também participaram do encontro com aproximadamente 50 lideranças quilombolas.
"Quando a gente fala que as mulheres negras, indígenas e quilombolas sustentam a força desse país, a gente não fala da boca pra fora, a gente tá falando com base em dados e pesquisas", disse Anielle, com base nas informações do Censo Quilombola, que revelou que um terço (1/3) da população quilombola do Brasil está no Pará. A ministra também falou sobre a violência que tem como alvos frequentes as mulheres em diversas realidades no país.
A titular do MIR se comprometeu a fazer diálogos dentro do governo para conseguir fortalecer os programas de bolsa permanência para estudantes quilombolas em todo o Brasil. Recentemente, a pasta anunciou o "Atlânticas" — o programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência, voltado para mulheres negras, quilombolas, indígenas e ciganas para doutorado e pós-doutorado no exterior.
ACORDO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA — O MIR abriu sua agenda de participação nos Diálogos Amazônicos na sexta-feira (4) com duas ações: a assinatura do Acordo de Cooperação Técnica (ACT) para medidas emergenciais de mitigação das graves questões socioambientais enfrentadas pela população do Arquipélago do Marajó, e a articulação de parceria com a Secretaria de Igualdade Racial e Direitos Humanos do Estado para criação de políticas públicas para a população quilombola.
A secretária executiva da pasta, Roberta Eugênio, se reuniu com a secretária adjunta da Igualdade Racial do Pará, Edilza Fontes, e montaram uma agenda de trabalho para construção conjunta de um Acordo de Cooperação, com eixos voltados à educação quilombola, à proteção dos povos tradicionais e à adesão de mais municípios ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir).