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ESPORTE
A um ano dos Jogos Paralímpicos, país já tem vagas garantidas em oito das 22 modalidades
Delegação da natação brasileira no Mundial de Manchester, na Inglaterra, em 2023: 46 pódios, quarto lugar geral e 100% de integrantes do Bolsa Atleta entre os medalhistas. Foto: Ale Cabral / CPB
Uma cerimônia diferente, fora de um estádio, em um dos cartões postais mais conhecidos de Paris, vai abrir daqui a um ano os Jogos Paralímpicos de Paris, na França. Serão 12 dias de competições em 22 modalidades para 4.400 dos melhores atletas de todo o planeta. A abertura será no dia 28 de agosto, na Champs-Élysées, região icônica da capital francesa. O desfile dos atletas se estenderá pelo coração da cidade até a Praça da Concórdia.
Com campanhas expressivas em alguns dos principais mundiais disputados em 2024, o Brasil chegará mais uma vez com força para se constituir como protagonista da competição esportiva. Em Tóquio, no Japão (2021), a equipe nacional terminou na sétima posição no quadro de medalhas, com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes. A um ano da abertura, o país já tem vagas garantidas em oito modalidades do programa: vôlei sentado (masculino e feminino), goalball masculino, ciclismo, tiro com arco, atletismo, natação, canoagem e futebol de cegos.
BOLSA ATLETA
Em Tóquio, 68 dos 72 pódios conquistados pelo Brasil nos Jogos Paralímpicos foram obtidos por integrantes do programa Bolsa Atleta: 94,4% do total. O Bolsa Atleta é um programa de patrocínio direto do Governo Federal que, atualmente, contempla 2.236 atletas paralímpicos em todas as modalidades do programa dos Jogos de Verão e de Inverno.
Nesse grupo há uma faixa de elite, com 259 nomes, que recebem a Bolsa Pódio, o topo do programa, que prevê repasses mensais de R$ 5 mil a R$ 15 mil para aqueles que se qualificam entre os 20 melhores do mundo em suas modalidades.
No programa como um todo, o edital de 2023 é o maior da história, com mais de 8,2 mil contemplados, entre atletas olímpicos e paralímpicos.
No vôlei sentado, a seleção feminina se classificou após o título mundial conquistado em Sarajevo, Bósnia, em novembro de 2022. A masculina foi campeã parapan-americana, em uma competição exclusiva da modalidade, realizada no Canadá, em maio deste ano.
O time de goalball masculino, atual campeão paralímpico, também estará na capital francesa no ano que vem, graças ao título mundial obtido em Portugal, no último mês de dezembro. O feminino teve a oportunidade de classificar por meio dos Jogos Mundiais da Federação Internacional de Esportes para Cegos encerrados no último domingo, na Inglaterra, mas ficou na terceira posição e só a equipe campeã, no caso, a China, garantiu vaga. Agora, resta mais um caminho para a classificação: o título do Parapan de Santiago, Chile, torneio que ocorrerá no próximo mês de novembro.
Campeã em todas as edições da história do futebol para cegos em Jogos Paralímpicos, a seleção de futebol de cinco também está garantida em Paris, com a terceira colocação nos Jogos Mundiais da modalidade. O país tentará na França o sexto título consecutivo. Venceu em 2004 (Atenas, na Grécia, estreia da modalidade), 2008 (Pequim, na China), 2012 (Londres, na Inglaterra), 2016 (Rio de Janeiro, no Brasil) e 2021 (Tóquio, no Japão)
NA MOSCA — O Brasil já conquistou também vagas (ainda não nominais) no ciclismo, no tiro com arco e na canoagem, com ótimas performances dos atletas nacionais. Exemplo claro é a goiana Jane Karla, do tiro com arco. No Mundial disputado na cidade de Pilsen, na República Tcheca, a brasileira conquistou três medalhas. Foi bronze no individual pela primeira vez e conquistou pratas nas duplas feminina (ao lado de Helena de Moraes) e mista (com Reinaldo Charão). O resultado ainda levou a atleta de 48 anos à liderança do ranking da modalidade e aumentou os sonhos de um pódio inédito em Jogos Paralímpicos. "Três medalhas, a conquista da vaga em Paris para o Brasil e a primeira colocação do ranking mundial dá força e confiança de que o trabalho vem trazendo resultados", comemora.
Jane integra o Bolsa Atleta de forma ininterrupta desde 2005. Durante dez anos, até 2014, defendeu o Brasil no tênis de mesa paralímpico. Na última década, trocou as raquetes por arcos e flechas e continuou com a mesma qualidade de performance no cenário internacional. Integrante da categoria Pódio, a principal do programa, desde 2016, ela defendeu o Brasil no tiro com arco nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro e de Tóquio. O investimento total do Governo Federal via Bolsa Atleta ao longo da carreira dela supera R$ 1,3 milhão. "É um apoio que faz uma enorme diferença na vida de todos os atletas", resumiu a atleta, que vive atualmente em Portugal.
NATAÇÃO — Já na natação, o Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês) ainda não divulgou oficialmente a quantidade de vagas brasileiras, algo que deve ocorrer no próximo dia 15 de setembro. No entanto, como o Brasil teve campeões mundiais em Manchester, Inglaterra, no torneio disputado entre os dias 31 de julho e 6 de agosto deste ano, é certo que terá representantes nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Os nadadores convocados serão definidos a partir de uma seletiva, marcada para o ano que vem.
MODALIDADES — O programa do megaevento terá 22 modalidades: badminton, bocha, futebol de cegos, goalball, judô, canoagem, hipismo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, esgrima em cadeira de rodas, basquete em cadeira de rodas, tiro com arco, atletismo, halterofilismo, vôlei sentado, natação, remo, tiro esportivo, taekwondo, triatlo, rúgbi em cadeira de rodas e ciclismo.