Notícias
ECONOMIA
Alimentação, bebidas e carros puxam preços para baixo e Brasil tem deflação de 0,08% em junho
Queda no preço das frutas ajudou a derrubar a inflação de junho. Foto: Rafael Zart / MDS
Óleo de soja, frutas, leite longa vida, carnes e automóveis. A queda de preços nesse grupo de produtos ajudou a determinar uma deflação de 0,08% em junho, a menor variação para o mês desde 2017. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi anunciado nesta terça-feira, 11/7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Você percebe que as pessoas que estavam pessimistas estão vendo o dólar cair, a economia crescer, estão vendo sinais de que o salário vai crescer, estão vendo sinais de que o emprego vai crescer. Ou seja, as pessoas estão ficando mais otimistas. A inflação está caindo, e logo, logo vai começar a baixar a taxa de juros”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
A queda foi de 0,31 ponto percentual abaixo da taxa de maio (0,23%). No ano, o IPCA acumula alta de 2,87% e, nos últimos 12 meses, de 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a variação tinha sido de 0,67%.
O resultado se encaixa com uma perspectiva de crescimento econômico e de otimismo da população em relação ao futuro diagnosticada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Você percebe que as pessoas que estavam pessimistas estão vendo o dólar cair, a economia crescer, estão vendo sinais de que o salário vai crescer, estão vendo sinais de que o emprego vai crescer. Ou seja, as pessoas estão ficando mais otimistas. A inflação está caindo, e logo, logo vai começar a baixar a taxa de juros”, afirmou Lula durante o Conversa com o Presidente, na manhã desta terça, em bate-papo online com o jornalista Marcos Uchôa.
O resultado de junho foi influenciado principalmente pelas quedas em Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%). Artigos de residência (-0,42%) e Comunicação (-0,14%) também registraram recuo nos preços no IPCA de junho. No lado das altas, o maior impacto (0,10 p.p.) e a maior variação (0,69%) no índice do mês vieram de Habitação.
A queda do grupo Alimentação e bebidas (-0,66%) deve-se, principalmente, ao recuo nos preços da alimentação no domicílio (-1,07%), que haviam registrado estabilidade em maio. Destacam-se as quedas do óleo de soja (-8,96%), das frutas (-3,38%), do leite longa vida (-2,68%) e das carnes (-2,10%). No lado das altas, batata-inglesa (6,43%) e alho (4,39%) subiram de preço.
Em Transportes (-0,41% e -0,08 p.p.), o resultado foi influenciado pelo recuo nos preços dos automóveis novos (-2,76%) e dos automóveis usados (-0,93%), muito em função da política de créditos estabelecida pelo Governo Federal e que gerou uma alta na venda de veículos. A política federal permitiu que 125 mil veículos fossem adquiridos por meio do crédito tributário e gerou um recorde histórico de 27 mil emplacamentos no dia 30 de junho.
Além disso, destaca-se o resultado de combustíveis (-1,85%), por conta das quedas do óleo diesel (-6,68%), do etanol (-5,11%), do gás veicular (-2,77%) e da gasolina (-1,14%). No lado das altas, as passagens aéreas subiram 10,96%, após queda de 17,73% em maio.
No grupo Habitação (0,69%), a maior contribuição (0,06 p.p.) veio da energia elétrica residencial (1,43%), devido a reajustes aplicados em quatro áreas de abrangência do índice: Belo Horizonte (13,66%), com reajuste de 14,69%, a partir de 28 de maio; Recife (3,73%), com reajuste de 8,33%, a partir de 14 de maio; Curitiba (1,64%), com reajuste de 10,66% a partir de 24 de junho e Porto Alegre (-0,26%), com reajuste de 2,92% a partir de 19 de junho, em uma das concessionárias pesquisadas.
Fonte: IBGE