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TRANSFERÊNCIA DE RENDA
Bolsa Família leva dignidade à porta de Luana Xavier em Tocantins
Luana (sentada), quatro de seus seis filhos e integrantes da equipe de assistência social de Palmas (TO). Foto: Divulgação
As verduras e legumes que Luana Xavier Santana leva para a mesa dos seis filhos em Porto Nacional, no Tocantins, agora são selecionadas nas principais prateleiras do mercado, e não mais entre o que não era aproveitado para comercialização formal. O molho de macarrão trocou a salsicha pela carne moída. O remédio de uso frequente do Vitor, de 12 anos, está em dia.
Além de serem loucos por verduras e frutas, os meninos gostam de macarronada com carne moída. Antes, era mais ovo e salsicha. Agora dá para variar mais. Não toda vez, mas já dá para fazer”
Luana Xavier, beneficiária do Bolsa Família em Porto Nacional (TO)
A mudança no patamar de dignidade e de qualidade de vida tem conexão direta com as novidades implementadas no Bolsa Família. Em junho do ano passado, ela recebia R$ 520 do programa de transferência de renda do Governo Federal. Em junho de 2023, o saque a que ela teve direito foi de R$ 1.344, um aumento de mais de 150%.
“Eu quase não acreditei quando vi que seriam R$ 1.344. Você não tem ideia de como estou feliz”, afirmou Luana, de 30 anos, que atualmente vive em uma fazenda na área rural. “Além de serem loucos por verduras e frutas, os meninos gostam de macarronada com carne moída. Antes, era mais ovo e salsicha. Agora dá para variar mais. Não toda vez, mas já dá para fazer”.
O novo Bolsa Família prevê um mínimo de R$ 600 por família, mas a retomada do programa passou a entender de forma individualizada as diferentes composições familiares. Desde março, o Benefício Primeira Infância prevê um adicional de R$ 150 para cada criança de zero a seis anos no núcleo familiar. E, em junho, o Benefício Variável Familiar passou a prever o adicional de 50 a cada criança e adolescente de sete a 18 anos na família.
CADÚNICO - Com a ação de busca ativa de profissionais da assistência social de Palmas, em Tocantins, a família de Luana teve a configuração atualizada no Cadastro Único do Governo Federal. Na casa dela, Valentina (dois anos) e Ester (quatro) passaram a se encaixar no Benefício Primeira Infância, de R$ 150. Miguel (sete), Everson (nove), Vitor (12) e Evellen Cristina (13), no Benefício Variável Familiar, de R$ 50.
“Esse aumento melhorou muito as coisas. Isso nos permite ter algumas coisinhas a mais e garante o medicamento que meu filho toma”, disse Luana. Ela vive com o marido, Genival, que completa a renda familiar em trabalhos esporádicos como diarista.
Os pagamentos do Bolsa Família em junho seguem até a próxima sexta-feira, 30/6. Em Porto Nacional, 4.741 famílias recebem o benefício. No estado do Tocantins, são 156,7 mil, que recebem um valor médio de R$ R$ 734.
RECORDE - O novo Bolsa Família atinge em junho dois patamares inéditos: pela primeira vez o valor médio do benefício supera a casa dos R$ 700 e chega a R$ 705,40. Os repasses do Governo Federal são os maiores já realizados: quase R$ 15 bilhões. O total de famílias manteve-se no patamar de maio: 21,2 milhões. O número de pessoas contempladas supera 54 milhões.
O aumento no valor médio (que em maio foi de R$ 672,45, até então o recorde) e no total de repasses (no mês passado, R$ 14,1 bilhões) se deve à estreia do Benefício Variável Familiar. Em junho, são 15,7 milhões de contemplados, a partir de um repasse de R$ 766 milhões. Nesse universo estão 943 mil gestantes (R$ 46 milhões) e 14,8 milhões crianças e adolescentes (R$ 720 milhões). Esses acréscimos garantem que 9,8 milhões de famílias beneficiárias do programa recebam mais recursos neste mês do que em maio.