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Governo Federal recebe reivindicações da Marcha das Margaridas 2023
Cerimônia de entrega de pauta da Marcha das Margaridas - Foto: Bruno Peres (SGPR)
Ampla ação estratégica das mulheres rurais, a Marcha das Margaridas reivindicou, nesta quarta-feira (21), o compromisso do Governo Federal em dialogar e tomar medidas concretas que garantam os direitos das mulheres do campo e da floresta. Realizada desde 2000, a Marcha ganhou grande capacidade de mobilização e organização pelo seu caráter formativo e de direta negociação política com o Estado.
A cada edição, a Marcha das Margaridas entrega um documento que contém as pautas de reivindicações, e exige reuniões para dialogar com a União. "Nós nos guiamos pelos princípios de um feminismo antirracista, antipatriarcal, e que reflete cada uma das nossas realidades, um feminismo que valoriza a vida vinculando a defesa dos bens comuns. As pautas aqui apresentadas são fruto de diálogo estabelecido entre organizações e movimentos sociais articulados", destacou a coordenadora nacional da Marcha, Mazé Morais.
De acordo com o ministro Márcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que fossem desobstruídos os canais de participação e de organização popular. "Ele recriou esse ministério para que fosse o endereço dos movimentos sociais aqui no Palácio. Aqui é a casa de vocês. Vamos nos debruçar na pauta para que sejam alcançados os sonhos, desejos e necessidades de todas as mulheres desse país", argumentou.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, reconhecendo a relevância da voz feminina e a pertinência das pautas trazidas, assumiu o compromisso de dialogar com outras pastas. "Queremos ver a participação política das mulheres no campo, ou em todos os espaços em que vivemos. A Marcha vem para fazer diferença no Brasil e eu vou trabalhar para garantir todas as respostas das reivindicações", explicou a ministra.
A comunicação com as lideranças da Marcha das Margaridas é um passo importante para a construção de soluções conjuntas que abordam questões como violência doméstica, acesso à saúde, educação, trabalho digno, reforma agrária, entre outras demandas urgentes.
Por isso, participaram do evento as ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima); Nísia Trindade (Saúde); Anielle Franco (Igualdade Racial); Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação); Daniela Carneiro (Turismo); Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos); e o ministro Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), entre outros representantes e autoridades.
A MARCHA – A Marcha das Margaridas é considerada a maior mobilização de mulheres do campo e das cidades da América Latina. Em 2023, será realizada a sétima edição, nos dias 15 e 16 de agosto, e mais de 150 mil mulheres são aguardadas em Brasília.
Ela é promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), federações e sindicatos que se consolidaram na agenda do Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (MSTTR) e das organizações parceiras, movimentos feministas e de mulheres trabalhadoras e centrais sindicais e organizações internacionais.
As pautas de reivindicações são orientadas por 13 eixos, entre os quais destacam-se o fortalecimento das trabalhadoras rurais; o protagonismo (e visibilidade) à contribuição econômica, política e social das mulheres do campo; a crítica ao modelo de desenvolvimento hegemônico a partir de uma perspectiva feminista; e a luta pelo aperfeiçoamento e consolidação das políticas públicas voltadas às mulheres do campo, da floresta e das águas (desde a esfera municipal, estadual e federal).