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MEIO AMBIENTE
BNDES vai bloquear financiamento de produtor rural que desmatar
Detectar, notificar e bloquear. Novo convênio firmado entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o MapBiomas, iniciativa formada por ONGs, universidades e startups de tecnologia, vai cortar o mal do desmatamento pela raiz. Produtores rurais que desmatarem irregularmente serão notificados e terão financiamentos com o banco bloqueados.
O MapBiomas é uma ferramenta de satélite que mapeia anualmente a cobertura e uso da terra do Brasil. Além disso, também valida e elabora relatórios para cada evento de desmatamento detectado no país desde janeiro de 2019, por meio do MapBiomas Alerta.
A parceria com o BNDES se dá da seguinte maneira. O satélite monitora a área e mapeia regiões onde houve supressão vegetal. Cruza as informações com a base de dados de autorizações do Ibama e produz um laudo que identifica imagens de antes e depois do desmatamento.
Essas informações são encaminhadas ao BNDES, que informa a instituição bancária para que bloqueie imediatamente o repasse do crédito rural ao produtor infrator.
A ferramenta foi testada com sucesso em fevereiro. Até o momento, 58 proprietários rurais tiveram os recursos bloqueados.
BNDES VERDE - A medida vai ao encontro do compromisso firmado pelo presidente do banco, Aloizio Mercadante, quando de sua posse em fevereiro. Ele afirmou que o BNDES do futuro será verde, inclusivo, tecnológico, digital e industrializado.
Na ocasião, Mercadante alertou que o crescimento econômico só pode ocorrer, na atualidade, com a implantação sistemática de políticas ambientais responsáveis. “O BNDES não tem chance de sobreviver e prosperar se o sistema financeiro não mudar radicalmente para enfrentar a emergência climática e social. Estamos muito perto de uma catástrofe ambiental sem retorno e a tragédia social está por toda a parte”.
Nesse contexto, sinalizou que, entre as prioridades das novas políticas do banco, estão o respeito à preservação ambiental e a criação de oportunidades para o desenvolvimento de uma cadeia energética limpa. “Precisamos enterrar de vez o obtuso negacionismo climático que nos tornou o grande vilão ambiental do planeta. O BNDES precisa apoiar a transição justa para a economia de baixo carbono. Não existirá futuro sem preservar a Amazônia e outros biomas”, disse.