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Frente Nacional dos Prefeitos promove encontro entre ministras e prefeitas
- Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
A Frente Nacional dos Prefeitos (FNP) promoveu nesta terça-feira (28), em parceria com o Instituto Alziras, uma reunião entre ministras, deputadas e prefeitas para debater os problemas relativos à pobreza nos municípios, violência política de gênero e a participação de mulheres na política.
O encontro, chamado Mulheres na Política, foi realizado no Hotel Windsor Plaza, em Brasília e contou com as presenças das ministras Nísia Trindade (Saúde), Anielle Franco (Igualdade Racial), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Margareth Menezes (Cultura), Cida Gonçalves (Mulheres), Esther Dweck (Gestão e Inovação em Serviços Públicos), além das deputadas Lídice da Mata (PSB/BA), ex-presidente da FNP, Valeska Gregório (União/AC) e Meire Serafim (União/AC).
No Brasil, aproximadamente 12% dos municípios são governados por mulheres. Além disso, a bancada feminina da Câmara é composta por 91 deputadas, apenas 18% de um grupo majoritariamente masculino.
Em sua fala, a ministra Cida Gonçalves, das Mulheres, antecipou que deve fazer uma marcha contra a misoginia que deve começar nesta quinta e percorrer várias cidades brasileiras até abril. E pediu ajuda das mulheres prefeitas para se juntarem ao movimento e ajudar no combate à discriminação de violência de gênero.
Cida Gonçalves ainda destacou as ações anunciadas pelo governo federal no Dia Internacional das Mulheres, no Palácio do Planalto, como a igualdade salarial. “O governo federal precisa da adesão das prefeituras para diretamente garantir os direitos das mulheres. Venham a Brasília para a gente negociar”, estimulou a ministra.
A ministra Anielle Franco chamou atenção para o fato de apenas 4% das mulheres prefeitas serem negras e pediu adesão delas à reformulação e restruturação do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Sinapir). “Que tenhamos cada vez mais mulheres prefeitas, vice-prefeitas, governadoras, ministras. E, por que não pensarmos, mais uma vez, em uma presidente, uma-vice-presidente?: Para isso, a gente precisa se fortalecer, e se fortalecer significa cuidar uma da outra", disse.
Nísia Trindade, ministra da Saúde, defendeu o combate à violência de gênero em todas as esferas mas, sobretudo, o combate à violência obstétrica. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, falou sobre como as mulheres são menorizadas em todas as esferas. A ministra ressaltou que uma de suas prioridades é trabalhar contra o racismo ambiental, que vitima, em sua maioria, mulheres pobres e negras.
A ministra Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, falou a importância de entender os indígenas como cidadãos e de aproximar as prefeituras dessas pessoas. “Nós não somos inimigos das prefeituras. É importante esse diálogo. Porque, equivocadamente, muitos prefeitos entendem os povos indígenas como à parte. Somos contados no censo municipal. Então, é preciso pensar em políticas públicas municipais, estaduais conjuntamente", disse.
Esther Dweck, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, falou das parcerias que podem ajudar as prefeituras. "O ministério faz muito em todas as esferas e as prefeitas terão prioridade!". A ministra disse que a Pasta criou a Assessoria de Cooperação Federativa para atender prefeitos. E solicitou a cooperação das prefeitas com a plataforma Mãos à Obra, com de informações sobre seus municípios.
Para reduzir desigualdades de gênero nas carreiras científicas, a ministra Luciana Santos, do MCT&I destacou o edital de R$ 10 milhões para estimular mulheres no setor. Nós, mulheres, já somos 60% da base de iniciação científica, mas não conseguimos ir ao fim da carreira, porque há dificuldade de permanecer, devido às barreiras do machismo cultural. O nosso lema é 'Pesquise como uma mulher'", declarou.
Margareth Menezes, da Cultura, falou sobre a reabertura do diálogo com o setor cultural. "Estamos recebendo todas, e são bem-vindas. A gente pode ampliar a presença da mulher na política [...] Somos uma força de representatividade gigante para transformar políticas mais dirigidas a nós", disse.