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Reunião Ministerial
Na primeira reunião com ministros, Lula reafirma prioridades no social e pede muito trabalho de todos
O presidente Lula enalteceu seus ministros e disse que todos terão seu total apoio. “Vocês foram chamados porque têm competência - Foto: Ricardo Stuckert
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva realizou nesta sexta-feira (06/01), no Palácio do Planalto, a primeira reunião com todos os 37 ministros. Em pronunciamento na abertura da reunião, Lula destacou que as prioridades do governo são o combate à fome, a educação, a cultura e garantir que a população tenha o adequado atendimento à saúde. “Todo mundo sabe que eu tenho obsessão para acabar com a fome nesse país. Eu tenho obsessão para garantir e melhorar a saúde para esse povo”, disse.
Dirigindo-se à ministra da Saúde, Nísia Trindade, Lula destacou os desafios que estão diante da pasta. “Essa é uma área que passa ano, entra ano, e a saúde sempre está um pouco ausente daquilo que é o sonho do povo brasileiro. Se nós não resolvermos esse problema, nós não estaremos fazendo jus ao voto e à expectativa que esse povo depositou em nós”.
O presidente também anunciou que o governo fará uma “revolução cultural neste país”. “Se prepare, porque esse povo precisa de cultura”, disse, falando para a a ministra da Cultura, Margareth Menezes. Lula ressaltou que parte da violência que existe no país não é por falta de polícia, mas “pela ausência do Estado no cumprimento de suas obrigações. Está faltando escola, está faltando saúde, está faltando lazer, está faltando esporte, está faltando quase tudo”.
Ao observar a importância da educação, o presidente destacou o estado do Ceará, do ministro da Educação, Camilo Santana, como referência, principalmente em relação às escolas em tempo integral, experiência que pode ser replicada nacionalmente. “O Ceará é o estado que, ao longo de muitos anos, vem tendo a mais importante história de educação fundamental e de ensino básico. Inclusive, talvez seja o estado com mais escolas em tempo integral”, lembrou o presidente.
Lula afirmou que existem quatro mil obras na área de educação paralisadas e adiantou que pretende se reunir com o ministro Camilo Santana, na próxima semana, para tratar do assunto.
Congresso Nacional
Lula pediu empenho e dedicação dos chefes das pastas da Esplanada e os orientou a manter a melhor relação possível com deputados e senadores, mandando um claro recado sobre o tratamento que pretende dispensar ao Congresso Nacional.
“É preciso que a gente saiba que é o Congresso que nos ajuda. Nós não mandamos no Congresso. Nós dependemos do Congresso. Nós temos que saber que nós é que precisamos manter uma boa relação com o Congresso Nacional e cada um de vocês, ministros, tem a obrigação de manter a mais harmônica relação com o Congresso Nacional”, afirmou o presidente.
União
O presidente Lula pediu às famílias que encerrem suas desavenças políticas e que voltem a viver em união. “É preciso acabar com as brigas familiares. Durante esse processo dos últimos quatro anos, teve família que pais não conversavam mais com o filho, que sogro não conversava mais com nora, que a nora não conversava mais com a sogra, que filho não conversava com o pai, irmão não conversava com irmão, primo não conversava com primo, tudo estabelecido pelo ódio que foi colocado em prática nesse país”.
Nesse sentido, o presidente Lula destacou o exemplo do próprio governo, que tem o objetivo de ser plural, democrático e aberto à diferença de opiniões na construção de um plano de gestão eficiente.
“Nós não somos um governo de um pensamento único. Não somos um governo de uma filosofia única. Não somos um governo de apenas pessoas iguais. Nós somos um governo de pessoas diferentes. E o que é importante é que a gente, pensando diferente, tem que fazer um esforço para que, na construção do nosso processo de reconstrução desse país a gente pense igual, a gente construa igual”, destacou.
Ao falar sobre o campo da agricultura, Lula disse que o empresário que produz de forma responsável será “muito respeitado e muito bem tratado” e mandou um recado duro aos que trabalharem de maneira ilegal. “Aqueles que quiserem teimar e continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, esses a força da lei imperará sobre eles e nós vamos exigir que a lei seja cumprida”.
Na mesma linha, ele fez um alerta a seus ministros. “Todo mundo sabe da nossa responsabilidade, todo mundo sabe que a nossa obrigação é fazer as coisas corretas, é fazer as coisas da melhor forma possível. Quem fizer errado sabe que só há um jeito: a pessoa será simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo. E, se cometeu algo grave, a pessoa terá que se colocar diante das investigações e da própria Justiça”.
Ao final, o presidente Lula enalteceu seus ministros e disse que todos terão seu total apoio. “Vocês foram chamados porque têm competência. Vocês foram chamados porque foram indicados pelas organizações políticas que vocês pertencem e eu respeito muito isso. Portanto, estejam certos de que vocês terão em mim, se possível, um irmão mais velho, se possível, um pai. Tratarei vocês como uma mãe trata os filhos, com muito respeito e muita educação, e exigindo muito trabalho de cada um de vocês e cada uma de vocês”.
Governadores
Concluída a primeira reunião ministerial de seu governo, o presidente Lula já tem agendada para o dia 27 de janeiro, em Brasília, desta vez com os governadores dos 26 estados e do Distrito Federal. O objetivo é retomar a relação federativa da União com estados e municípios que, segundo o ministro da Casa Civil, Rui Costa, está “paralisada nos últimos anos”.
A ideia do Planalto é que os encontros com governadores e com o fórum de prefeitos sejam realizados regularmente para dar mais capilaridade às políticas de governo e buscar mais eficiência na implementação das políticas públicas para saúde, educação, infraestrutura, segurança pública e combate à pobreza, por exemplo.