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CERIMÔNIA
Discurso do ministro da Casa Civil da Presidência da República, Rui Costa
Costa: "Lula pediu que nós, junto com outros ministros, possamos fazer o Brasil crescer, gerar emprego, gerar renda" - Foto: Victor Vitorino
Bom dia a todos e todas. Bom dia gente! Agora sim, na Bahia é sempre assim, tem que ter a sonoridade.
Agradecendo a Deus, a oportunidade que ele nos dá de estar aqui nessa manhã, quero cumprimentar e agradecer a presença de cada um de vocês. Cumprimentando inicialmente a minha esposa Aline Peixoto, e me junto aqui aos vários pedidos, e a uma compreensão maior de minha esposa e de minha família pela ausência de muitas horas que serão dedicadas a esse projeto, que é um projeto e um sonho coletivo do povo brasileiro. Quero cumprimentar também: eu tenho quatro filhos, dois estão aqui presentes — a minha filha, ela não gosta que diga que é mais velha, é a que nasceu o primeiro, então a que nasceu primeiro, minha filha Aline, o que nasceu segundo Caio e as duas pequenas não estão aqui, Malu e Marina. Está transmitindo ao vivo, depois elas vão assistir. Ontem falamos com Malu a noite. E a Malu tem sete anos e ela viu o debate de Lula com o outro candidato. E depois, quando o Lula esteve na Bahia, ela foi cumprimentar: "meus parabéns. Eu gostei daquela parte que você perguntou, fala aí? Eu já respondi! Você não respondeu? Eu respondi!". E ela ficou até quase uma hora, doze e tanta acompanhando o debate. Ontem, quando falei com ela, disse que acompanhou na televisão a posse do Lula, foi muito bonita. Sete anos de idade! Então Malu, um beijo.
Saudar aqui o governador, esse amigo que tem ascendentes negros e índios na sua família e a Bahia elege um descendente de negros e de índio, saudar sua família, sua esposa Tatiana, lhe desejar todo o sucesso do mundo. Agradecer a amizade de 40 anos desde que começou a nossa trajetória na Bahia, o senador Jaques Wagner lhe agradecer muito. A exatos 40 anos eu conheci Wagner e a partir daí, em 1982, no Sindicato dos Químicos e desenvolvemos essa amizade que dura muito mais tempo do que o casamento dele e do que o meu casamento. Então, é um casamento duradouro, de 40 anos. Saudar aqui esse grande amigo senador Otto Alencar, um parceiro que tem sido fundamental nessa caminhada na Bahia, e eu contarei e conto com a sua ajuda nesse desafio aqui. Saudar o senador Ângelo Coronel. Saudar e agradecer a presença da presidenta do Superior Tribunal de Justiça, Maria Thereza Assis Moura, lhe agradecer muito e vamos buscar muito diálogo com o Judiciário Federal e Estadual para que a gente possa destravar todas aquelas ações, obras que estão judicializadas, para que o Brasil possa gerar emprego, gerar renda e melhorar a vida das pessoas.
Saudar o presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas, em seu nome, cumprimentar todos os ministros, dizer que já tivemos a oportunidade de fazer um primeiro diálogo, mas também buscarei, e conto com a sua ajuda, baiano que é, para que a gente possa encontrar um caminho célere para fazer o Brasil avançar e encontrar rapidamente as soluções de todas as pendências, para que a gente dê a celeridade que o povo brasileiro espera de todos nós. Saudar todos os ministros, ministras de Estado aqui presentes e me permita para a gente ser célere, porque temos várias posses, não citá-los nominalmente. Mas quero agradecer também a presença de todos os parlamentares, senadores, deputados e gostaria de citar, na pessoa da presidente do meu partido, Gleisi Hoffmann, deputada federal, lhe cumprimentar. Agradecer sua presença. Agradecer a representação de todas as delegações internacionais das embaixadas. Nós também buscaremos um diálogo muito próximo junto com os outros ministérios, com cada embaixada buscando intensificar a parceria do Brasil com outras nações, com outros países em projetos específicos que serão realizados. Saudar aqui os novos secretários da Casa Civil, e eu quero primeiro anunciar e agradecer a aceitação do convite dessa que encontrei alguém que trabalha no mesmo ritmo e na quantidade de horas semelhantes à minha: a minha secretária executiva Miriam Belchior. Essa é das minhas! Eu já passei mensagem para ela à meia noite, ela já respondeu, ela já me passou mensagens 4h30 da manhã, cinco horas, eu já respondi. Então essa é uma das minhas, que não tem nem a noite nem de manhã cedo, e o ritmo, podem acreditar, vai ser o ritmo da correria. Saudar aqui também o Norberto Queiroz, que vai assumir a Secretaria de Administração. Não sei se está aqui agora porque ia entrar com a documentação da sua aposentadoria. A SAJ, a Secretaria de Assuntos Jurídicos, está aqui? Vai ser exercida pelo ex-procurador Geral de Justiça da Bahia, está ali, o Wellington César. Naquele período a ser nomeado e ficou poucos dias como ministro da Justiça e a partir de um entendimento do STF, teve que se desligar do cargo. Mas, hoje ele entra com sua aposentadoria no Ministério Público da Bahia, e assume a Secretaria de Assuntos Jurídicos. Saudar aqui Maurício Muniz, que assume a coordenação e monitoramento das obras de infraestrutura, Bruno Morete. E Marcus Cavalcanti, que assume o PPI.
Quero dizer que aquelas imagens de ontem, que com certeza estão marcadas em nossas mentes, que nos emocionou a todos e ao povo brasileiro. Aquela imagem do Lula subindo com representantes do povo. Ela é muito forte e ela repercutiu no Brasil inteiro. E eu queria convidar cada um de vocês ministros, secretários, deputados, senadores, a construção de um projeto coletivo. Aprendi há muitos anos as palavras do senador Jaques Wagner, em que dizia um projeto coletivo dá certo quando cada um coloca a sua vaidade pessoal um degrau abaixo do projeto coletivo. Isso é fundamental. Quero que a gente possa refletir a enorme, gigantesca expectativa que o povo brasileiro tem do nosso presidente Lula. Mesmo aqueles que não votaram nele. Todas as pesquisas reveladas já apontam que mesmo os que não votaram nele, estão esperançosos, que ele vai melhorar o nosso país. Eu diria mais, pela presença de representantes internacionais pela repercussão em todas as nações do mundo da sua eleição, eu diria que o mundo inteiro tem uma grande expectativa do Brasil, do presidente Lula, de retomada e eu quero ao ver aqui saudar a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, da retomada do Brasil como ator. O sujeito de um planeta melhor, ambientalmente sustentável e o Brasil é muito relevante nesse debate, assim como o Brasil sempre foi muito relevante como uma palavra pacificadora no mundo, como um país que sempre levou uma mensagem de paz e de tentativa de buscar a solução dos conflitos internacionais a partir do diálogo.
Então, o mundo inteiro tem uma expectativa grande do presidente Lula e do Brasil. E o Lula, ao nos escolhermos a mim e a cada um dos ministros, a cada um que vai ocupar direções de empresas, eu vejo aqui o Jean Paul que vai ocupar a presidência da Petrobrás. Lula depositou em nós a confiança, a expectativa que cada um de nós deu o melhor de si para o sucesso desse projeto e para que ele possa atender às expectativas do povo brasileiro.
A sua emoção de ontem, reflete o motivo da sua eleição. O povo brasileiro votou no Lula que espera sair das ruas e não ver tanta gente embaixo dos viadutos pedindo ajuda para sobreviver, para comer. O povo brasileiro votou no Lula porque quer paz. E o Lula escolheu e ontem vocês viram, acho que todos prestaram atenção no slogan que ele escolheu para o governo dele: União e Reconstrução. Esta serão as duas palavras que simbolizarão este governo. Unir o Brasil, unir os diferentes. Unir não significa anular as ideias diferentes. Unir significa intensificar o debate, buscar sínteses, buscar consensos, e consensos, se busca, João, quero lhe complementar aqui em nome de todos os governadores. O governador da Paraíba, nosso amigo, nordestino. Se busca não na anulação das opiniões individuais, pessoais, mas se busca onde cada um abre mão da sua posição original e busca encontrar um meio termo, um ponto de consenso, sem abrir mão do eixo principal que conduzirá esse governo. Daremos da minha parte, da nossa equipe o melhor de nós, inclusive, sugerimos na saída, mudando o nome da Casa Civil que chamava-se chefe da Casa Civil. E como nós não queremos ser chefe, nós tiramos a palavra chefe e passa a ser Casa Civil da Presidência da República, porque nós acreditamos que ninguém faz nada sozinho. E não é com a relação de chefe é com a relação de cooperação. Então, desde já, na presença de todos os ministros, de que eu posso dar ao povo brasileiro nos próximos quatro anos o que melhor de mim eu posso fazer. Nós buscaremos um diálogo intenso com o setor produtivo, com a sociedade. A orientação do presidente Lula é de discutir com todos os atores econômicos, sociais. É a retomada de um país que vai crescer, acelerar, dialogando.
Então, sentaremos com cada ministro e vamos buscar intensificar com o ministro Padilha, que estava aqui, ali com a filhinha dele, num pacto buscar o pacto federativo, discutindo com os governadores. Sair desse momento de paralisia completa. Nem mesmo sabemos quantas obras no Brasil estão paralisadas. Cada um tem um número. Nem o próprio ministério de cada pasta consegue precisar quantas obras temos paralisadas hoje. Isso é a demonstração do caos que nós estamos recebendo. E ao buscar detalhar isso, a transição verificou que inclusive obras foram deletadas dos arquivos, como se concluídas estivessem. Como se o governo federal dissesse àquela creche que está com 70% de execução, como a responsabilidade é do prefeito não é mais minha, apaga do sistema e passa a ser um problema do prefeito, numa tomada de contas junto ao Ministério Público.
Não, é problema nosso e nós vamos resolver logo no início. As creches, as escolas, os postos saúdem, porque o povo está precisando. Esta semana será uma semana de conclusão, de montagem dos ministérios, mas já hoje e amanhã nós buscaremos agendar, já na semana que vem, uma reunião com cada ministro para que juntos possamos definir as prioridades que serão homologadas pelo Presidente da República. E essas prioridades serão monitoradas, acompanhadas pela Casa Civil, com prazos porque o povo tem pressa. Quem tem pressa não é o presidente, não é o ministro da Casa Civil. Quem tem muita pressa, ansiedade de sair da fome, de ter uma casa para morar no programa Minha Casa, Minha Vida, que o Lula já anunciou que vai retomar. Temos dezenas ou centenas de casas prontas porque falta o acesso com 95, 98, 90%. Tem casas que estão prontas desde o governo Dilma e não estão habitadas ainda. Isso é inadmissível e elas serão todas habitadas ainda no primeiro semestre desse ano. Todas!
Quero, como último ponto, o Lula pediu que nós, junto com outros ministros, possamos fazer o Brasil crescer, gerar emprego, gerar renda. Há pouco, tive a visita do vice presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, em meu gabinete, que veio me cumprimentar e que fará solenidade na quarta feira aqui nesse mesmo local. Então já deixo aqui o convite para todos vocês. Dialogava com ele a importância e a urgência da gente, junto com Padilha, intensificar o diálogo com o setor produtivo, com a indústria, com o comércio e com a agricultura.
E, definitivamente, eu queria dizer aqui que nós buscaremos ali, com o ministro Favaro, com o ministro do MDA, nosso Paulinho, buscar construir a agricultura brasileira e definitivamente superar esse conceito que as agriculturas são antagônicas. Construímos e dialogamos na Bahia nos últimos anos, um diálogo intenso, com o agronegócio do oeste da Bahia, que é fortíssimo, com a agricultura familiar. E fizemos, inclusive, projetos comuns de parcerias onde o maior ajuda a transferir tecnologia para o menor. Onde o maior eventualmente demanda e compra produção com preço definido do menor. Onde a agroindústria faz contratos de longo prazo com a agricultura familiar que permite a sustentabilidade desses projetos. Então, nós trabalharemos também para unir o setor agrícola brasileiro. Todos são brasileiros. A economia brasileira precisa do agronegócio.
Portanto, nós haveremos de deixar no passado triste da história do Brasil esse momento de tensão. Vocês acompanharam diversos projetos e protestos, projetos não, digo melhor, protestos pós eleição e na Bahia nós dialogamos com o agronegócio e eu digo sempre a eles se vocês são empresários, empresários de ponta, muitos deles com laboratórios avançados em suas fazendas, utilizando de alta tecnologia, tendo produtividades que são simbólicas perante o mundo. E todos vocês podem e irão contribuir com esse projeto.
Não será por falta de convite ou de persistência, assim como a indústria, que nós precisamos caminhar para reindustrializar o Brasil. Não é possível continuar com um país que a cada dia perde capacidade de produção industrial. Os desafios são muitos.
Eu queria encerrar dizendo que a palavra é gratidão ao presidente Lula pela confiança a esse homem que quando eu estive visitando lá naquele lugar que aprisionaram ele, saí absolutamente com o coração e com a cabeça partida. Era um gigante enjaulado. Fui no enterro do seu neto. E a revolta, a indignação, naquele momento, como o governador da Bahia me tomou conta, de ver o desespero, o sofrimento de um homem de 70 e tantos anos, hoje com 77 anos, que tem energia um vigor. Como ele diz, um tesão de 20 em prantos com o seu neto mais querido. E nem naquele momento, ao redor do caixão o simbolismo de policiais fortemente armados com fuzis, armas de grosso calibre ao redor do caixão não lhe foi permitido ter um momento de paz, um momento de despedida só ele, o neto e a família. Aquele momento para mim, ficou marcado como um momento de absoluto desrespeito aos direitos básicos de qualquer ser humano, principalmente de alguém em que, não tenho dúvida em afirmar isso, é singular no mundo. O Lula é singular no mundo pela sua persistência, pela sua coragem, pela sua tenacidade e admirável resistência física, aos 77 anos. E de uma mente e de uma memória surpreendente. Semanas atrás, conversando com ele, ele me perguntava nominalmente sobre pessoas da cidade de Jacobina, que ele tinha passado na década de 90. Citava nome por nome das pessoas. É um ser singular, em que o povo brasileiro depositou nesse ser toda sua confiança e eu peço, saudando aqui o desembargador Cafezero, do desembargador Jatahy, em nome de toda a justiça baiana. Peço a cada um de nós, cada um de nós, pois o povo brasileiro está esperando muito de cada um de nós. Vamos juntos, com a vaidade individual lá em baixo, mas com vontade coletiva muito grande de acertar. E, podem ter certeza, darei o melhor de mim para que o povo brasileiro tenha a sua esperança realizada, materializada ao longo dos quatro anos do governo Lula.
Que Deus os abençoe! Muito obrigado.