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PARALIMPÍADAS
Em Tóquio, 95% da delegação conta com apoio do Bolsa Atleta
É maior equipe brasileira disputando as Paralimpíadas fora do país - Foto: Rede do Esporte
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio começam nesta terça-feira (24) com 95% da equipe brasileira recebendo apoio do Governo Federal por meio do Bolsa Atleta. A delegação conta com 259 atletas, incluindo atletas-guia, calheiros (auxiliam atletas da bocha), goleiros e timoneiro. Desse total, são 236 atletas titulares, dos quais 226 (95,7%) integram o Programa Bolsa Atleta, da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.
A maior parte dos atletas (57,6%) recebem Bolsa Pódio que é a principal categoria do Bolsa Atleta. São 136 atletas. Nas outras categorias são: 44 na Paralímpica, 26 na Internacional e 20 na Nacional. O investimento total é de R$ 117 milhões do Governo Federal via Bolsa Atleta aos 226 esportistas desde 2005. Só no ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio, são R$ 75 milhões depositados diretamente aos integrantes da delegação brasileira.
A expectativa é de que, a exemplo do que ocorreu nos últimos Jogos, o investimento se converta em resultados. Na Rio 2016, 100% das medalhas conquistadas pelos atletas paralímpicos brasileiros vieram com integrantes do Bolsa Atleta. Foram 72 medalhas: 14 ouros, 29 pratas e 29 bronzes, o que garantiu ao Brasil a oitava posição no quadro de medalhas.
“Programas como o Bolsa Atleta e o Bolsa Pódio são imprescindíveis para manutenção da excelência do treinamento desses atletas. São atletas em que, na sua grande maioria, têm uma segunda atividade, além da esportiva, e que para otimizar esse tempo, o Bolsa Atleta passa a ser um subsídio importantíssimo e é estritamente necessário para que eles se mantenham em treinamento e participando de competições internacionais”, lembrou o secretário nacional de Paradesporto do Ministério da Cidadania, José Agtônio Dantas.
“O Bolsa Atleta realmente tem uma relevância muito grande na preparação desses atletas. Principalmente no modelo paralímpico, os atletas têm uma certa dificuldade de material, de deslocamento, às vezes na compra de uma prótese específica, isso é muito importante para preparação deles”, ressaltou o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania, Bruno Souza.
Maior delegação
A delegação brasileira no Japão é a maior disputando os jogos fora do país. Na última edição fora do Brasil, em Londres 2012, o Brasil compareceu com 178 atletas. Nos Jogos Rio 2016, o Brasil garantiu vagas em todas as modalidades por ser o país-sede e contou 286 atletas no total, ficando em oitavo lugar no ranking de medalhas.
A meta do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) é manter-se entre os primeiros lugares no mundo nos Jogos Paralímpicos.
“Esse é um marco importante, ou seja, permanecer nas dez potências mundiais no esporte paralímpico será bastante significativo”, disse o secretário nacional de Paradesporto do Ministério da Cidadania, José Agtônio Dantas. Segundo ele, tem outra meta próxima de ser alcançada. “Ter uma meta que não está muito difícil de ser atingida que é a centésima medalha de ouro. Faltam apenas 13”.
Acima das medalhas, os Jogos Paralímpicos tem um significado especial na trajetória de vida dos atletas. “Os Jogos Paralímpicos significam para mim a maior união de um grito a favor da inclusão social. O esporte é uma das maiores portas inclusivas que existem no mundo e os Jogos Paralímpicos significam e representam bem isso”, definiu Cássio Reis, da seleção brasileira de futebol de 5.
Modalidades
O Brasil participa de 20 das 22 modalidades do programa dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. O atletismo possui o maior número de atletas. São 65 representantes e 19 atletas-guia.
Lorena Spoladore é uma das promessas de medalha. A paranaense de 25 anos nasceu com um glaucoma congênito e perdeu a visão gradativamente. Nos Jogos Paralímpicos Rio 2016, ela conquistou a prata no revezamento 4x100m e bronze no salto em distância. “O coração já está a mil, muita ansiedade para botar em prática tudo o que nós treinamos para ir lá buscar a nossa medalha de ouro e defender a nossa bandeira do Brasil”, resume Lorena.
Jennyfer Parinos foi bronze por equipes na classe 6-10 do tênis de mesa nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 e desta vez pretende superar esse desempenho. “Estou com as melhores expectativas para Tóquio. A gente está aqui treinando muito e eu espero voltar com pelo menos umas medalhinhas, mas vou tentar voltar com duas, no individual e por equipes, e conto com a torcida de todos”.
Tanto Lorena quanto Jennyfer fazem parte do Bolsa Atleta. Neste ano, das 20 modalidades com brasileiros qualificados, em 15 delas todos os atletas são bolsistas. São os casos de bocha, esgrima, futebol de cinco, halterofilismo, hipismo, judô, badminton, canoagem, ciclismo, taekwondo, remo, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro esportivo e tiro com arco.
A modalidade com o maior número de convocados é o atletismo com 64 dos 65 integrando o programa. A natação aparece na sequência com 32 dos 36 esportistas recebendo o Bolsa Atleta.
Loterias Caixa
Outro investimento do Governo Federal na área paradesportiva é o patrocínio de R$ 24,7 milhões das Loterias Caixa ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB). São 12 parcelas pagas entre junho de 2021 e junho de 2022 por meio do Fundo de Desenvolvimento das Loterias (FDL).
Os recursos serão usados na formação de mais de 26 mil atletas, desde o esporte de base até o alto rendimento, em de 11 modalidades: atletismo, natação, halterofilismo, tiro esportivo, futebol de 5, bocha, judô, goalball, basquete em cadeira de rodas, tênis de mesa e vôlei sentado.