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PARALIMPÍADAS
Brasil participa dos Jogos em Tóquio com a maior delegação no exterior
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio começaram - Foto: Rede do Esporte
Os Jogos Paralímpicos de Tóquio começaram. A abertura ocorreu nesta terça-feira (24), no Estádio Nacional do Japão, com mensagens de crença na capacidade humana e sobre a necessidade de uma sociedade mais inclusiva. O Brasil é um dos 162 países que disputam medalhas no evento representado por 236 atletas titulares que vão competir em 20 modalidades. O evento esportivo segue até o dia 5 de setembro.
Os porta-bandeiras da delegação brasileira na cerimônia de abertura foram Evelyn de Oliveira, campeã por equipes na bocha nos Jogos Rio 2016, e o velocista Petrúcio Ferreira, campeão mundial nos 100m e 400m.
O Brasil compete em Tóquio com a maior delegação em Jogos Paralímpicos fora do país. São 259 atletas, incluindo atletas-guia, calheiros, goleiros e timoneiro. Desse total, são 236 atletas titulares, dos quais 226 (95,7%) integram o Bolsa Atleta, programa do Governo Federal que é considerado um dos maiores do mundo de patrocínio individual.
Atleta da modalidade do tênis de mesa, Cátia Oliveira, tem boa expectativa para os jogos que começam. “Eu vim em busca de dar o meu melhor, esse momento é único. Um ano atrás a gente tinha incerteza se ia ter as Paralimpíadas de Tóquio, então, só quero curtir, e claro, o objetivo é sair com a medalha de ouro”, disse.
Ela e os outros atletas brasileiros do tênis de mesa já fizeram o reconhecimento do Ginásio Metropolitano de Tóquio, local onde serão realizadas as competições na capital japonesa. Um dos pontos conferidos por eles foi a iluminação do espaço, que é essencial para as partidas de tênis de mesa.
Modalidades disputadas
Os atletas brasileiros participam de 20 das 22 modalidades dos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Em 15 delas, 100% deles recebem o Bolsa Atleta. O Brasil só não tem participantes no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas.
Em seu planejamento estratégico, o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) estabeleceu como meta, manter-se entre as dez principais potências do planeta nos Jogos Paralímpicos.
Esportes estreantes
Os Jogos de Tóquio marcam a estreia de duas modalidades, o parabadminton e parataekwondo. Ambas começam na segunda metade dos Jogos e contam com a participação de atletas brasileiros.
Bolsa Atleta
A maior parte dos atletas (57,6%) que estão nos Jogos Paralímpicos de Tóquio recebem Bolsa Pódio, que é a principal categoria do Bolsa Atleta. São 136 atletas. Nas outras categorias são: 44 na Paralímpica, 26 na Internacional e 20 na Nacional.
O investimento total é de R$ 117 milhões do Governo Federal via Bolsa Atleta aos 226 esportistas desde 2005. Só no ciclo entre os Jogos Rio 2016 e Tóquio, são R$ 75 milhões depositados diretamente aos integrantes da delegação brasileira.
O atletismo responde pelo maior repasse no ciclo Rio-Tóquio, com R$ 30,9 milhões. Na modalidade, 64 dos 65 inscritos fazem parte do Bolsa Atleta. A natação vem na sequência com 32 dos 36 atletas em Tóquio contemplados. Eles receberam um montante equivalente a R$ 12,9 milhões no ciclo Rio-Tóquio.
Jane Karla Rodrigues foi atleta de tênis de mesa por 11 anos, mas em 2014 ela migrou para o tiro com arco. Em 2015, já se colocou entre as dez melhores do mundo e conquistou o primeiro lugar nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto.
Para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, ela treinou na Europa. Em meio à pandemia, a atleta conseguiu empréstimo de uma amiga, comprou um terreno e montou um espaço adaptado para o tiro com arco em uma área rural de Portugal. O empréstimo foi pago com as parcelas que ela recebe do Bolsa Atleta.
“A Bolsa, quando ela saiu para mim, eu encarei assim: o esporte é meu trabalho, realmente mudou tudo para mim, eu pude me dedicar ao esporte, eu pude criar meu filho. Sou muito grata mesmo, a Bolsa Atleta fez a diferença para mim”, afirmou Jane Karla.
“É super importante o que o Ministério [da Cidadania] faz porque eu participo dos campeonatos internacionais, eu tenho contato com outros atletas do mesmo nível que eu e eles não tem um suporte como o que o Brasil oferece aos atletas”, completou.
Saiba mais
O Brasil tem chances de conquistar a 100° medalha de ouro nos Jogos Paralímpicos de Tóquio. Com as 87 medalhas douradas, faltam apenas 13 para alcançar o feito histórico.
Já no primeiro dia do evento, durante a noite desta terça-feira (24) e a madrugada de quarta (25), no horário de Brasília, o Brasil estreia nas Paralimpíadas em modalidades como esgrima em cadeira de rodas, tênis de mesa e goalball.
A natação também estreia no primeiro dia oficial de competições do evento. Maior referência atual da natação brasileira paralímpica, Daniel Dias (classe S5) é o atleta com mais pódios na história do Brasil. Ele soma 24 medalhas em apenas três edições dos Jogos, sendo 14 de ouro, sete de prata e três de bronze.
A atleta mais jovem contemplada com o programa Bolsa Atleta é Jardênia Felix Barbosa da Silva, do atletismo, com 17 anos. Ela integra a categoria Internacional do programa. Já a mais experiente é Elizabeth Rodrigues Gomes, também do atletismo, com 57 anos, contemplada com o Bolsa Pódio.
O Brasil já conquistou 301 medalhas na história dos Jogos Paralímpicos. Foram 87 de ouro, 112 de prata e 102 de bronze.
O Brasil está entre os 20 países com maior quantidade de medalhas conquistadas em Jogos Paralímpicos. Ocupa a 19ª colocação do quadro de medalhas baseado na quantidade geral de pódios. Se for contabilizado o quadro de medalhas com base nas conquistas de ouro, o Brasil ocupa o 23º posto mundial.