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DESENVOLVIMENTO
Amapá tem R$ 342,7 milhões para investimentos em 59 obras de desenvolvimento regional
Recursos contemplam implantação de infraestruturas produtivas, fomento a arranjos produtivos locais, pavimentação de vias e estradas vicinais - Foto: Divulgação / MIDR
O Governo Federal investiu em 2023 cerca de R$ 6 bilhões em ações de desenvolvimento regional e territorial. Os recursos contemplam implantação de infraestruturas produtivas, fomento a arranjos produtivos locais, pavimentação de vias e estradas vicinais, construção de pontes e compra de equipamentos e máquinas.
No Amapá, são R$ 342,7 milhões já empenhados pelo Governo Federal, voltados para 59 obras a serem consolidadas no estado. São R$ 176 milhões para pavimentação, outros R$ 43,3 milhões para construção de pontes, cerca de R$ 5,7 milhões para recuperação de estradas vicinais, além de R$ 29,2 milhões para a construção de dez mercados municipais, R$ 17,6 milhões para a construção de um porto e terminal hidroviário, R$ 15 milhões para construção e recuperação de estradas estaduais. O estado terá, ainda, R$ 4,9 milhões em investimentos para aquisição de equipamentos.
As obras de pavimentação e recuperação de estradas vicinais contemplam municípios como Macapá, Calçoene, Tartarugalzinho, Pedra Branca do Amapari, Cutias, Santana, Laranjal do Jari, Oiapoque e Ferreira Gomes.
No total nacional, são mais de 2 mil iniciativas, que beneficiam os 26 estados do país, além do Distrito Federal, via Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). Dos R$ 6 bilhões, R$ 1,9 bilhão foram repassados em 2023 e R$ 4,1 bilhões estão empenhados para repasse em 2024. É o maior volume investido pela Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial desde sua criação, em 2006.
"Esse valor já no primeiro ano mostra o compromisso do governo em promover o desenvolvimento e reduzir as desigualdades regionais. Retomamos políticas e planos de base regional e territorial e ampliamos as capacidades de gestão dos entes federados", afirma a secretária nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial do MIDR, Adriana Melo.
BALANÇO — Em 2023, o Governo Federal recuperou 452 estradas vicinais, pavimentou 761 vias, fez a execução ou manutenção de 11 obras rodoviárias estaduais e construiu 79 pontes em todos os estados. Além disso, houve mais de R$ 530 milhões em investimentos na compra de 625 máquinas e equipamentos voltados ao desenvolvimento produtivo; R$ 77 milhões na implantação de 48 mercados municipais; R$ 16 milhões em sete abatedouros públicos; R$ 6,5 milhões na construção de dois galpões para armazenamento e cinco galpões municipais para estimular a economia regional e fortalecer a capacidade produtiva de pequenas comunidades.
Infográfico 1 - Investimentos do Governo Federal em 2023, por unidade da Federação / Fonte: MIDR
ROTAS — Outra ação prioritária em 2023 foi o Programa Rotas de Integração Nacional, que estimula o empreendedorismo, o cooperativismo e a inclusão produtiva, possibilitando que os produtores trabalhem em conjunto e possam comercializar com outras localidades, estados e até países.
Foram implantados 15 novos projetos das Rotas, contemplando 68 ações de certificação, assistência técnica, aquisição de insumos e equipamentos e agroindústrias, em benefício de 64 mil famílias produtoras. Além disso, o MIDR implantou duas novas Rotas (da Mandioca e da Avicultura Caipira) e cinco novos Polos (Rota do Pescado e da Moda, em Minas Gerais, da Biodiversidade no Amapá, da Avicultura Caipira na Paraíba e do Mel no Paraná).
Outros polos estão em fase de implementação nas Rotas do Mel (Rio Grande do Norte, Sergipe e Paraíba), da Avicultura Caipira (Ceará), da Moda (Pernambuco) e da Mandioca (Amapá e Bahia).
"O Rotas de Integração causa impacto significativo no dia a dia. Estamos em 3.670 municípios, sempre com a missão de levar desenvolvimento com base na sustentabilidade e apostando na agricultura familiar, nas associações e cooperativas, como alavancas de desenvolvimento regional”, destaca Adriana Melo.
BIOREGIO — Na busca por impulsionar o desenvolvimento sustentável, a inovação e a geração de empregos por meio da bioeconomia regional, o MIDR também instituiu, no ano passado, o Programa de Bioeconomia e Desenvolvimento Regional Sustentável (BioRegio). A estratégia será implementada em diferentes biomas, considerando as particularidades de cada região. Povos indígenas, comunidades tradicionais, agricultores familiares e empreendedores, especialmente jovens e mulheres, são o público-alvo.
Em 2023, três projetos foram iniciados: o Plano da Bioeconomia do Amapá, em parceria com a Universidade Federal do Amapá (Unifap), que visa mapear os recursos da bioeconomia do estado (R$ 1,6 milhão); o plano de capacitação de produtores de cacau do Xingu, no Pará, também em parceria com Unifap-Biotec (R$ 2,4 milhões); e o desenvolvimento de pesquisas aplicadas e construção de uma ferramenta para certificar produtos no Centro de Bioeconomia e Biotecnologia Médica e Inovação da Caatinga (CEBBI Caatinga), na Universidade de Federal de Campina Grande, na Paraíba (R$ 3,3 milhões).
RETOMADAS — As políticas e planos de base regional e territorial do Brasil também foram destaque em 2023. Uma das prioridades foi a reformulação da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR). O Governo Federal reativou o Comitê Executivo da PNDR, além de instalar um Núcleo de Inteligência Regional e um Grupo de Trabalho voltado à territorialização da política industrial.
Além disso, foram investidos R$ 1,7 milhão no Projeto Linguagem Simples, que visa tornar a política acessível à sociedade, e realizada consulta pública, que recebeu 87 contribuições que estão sendo incorporadas para aperfeiçoar o texto da PNDR, que já se encontra em apreciação pela Casa Civil da Presidência da República, com previsão para publicação ainda no primeiro semestre de 2024.
Em parceria com a Escola de Administração Pública (Enap), o MIDR também prevê formalizar o programa Cidades Intermediadoras, que visa fortalecer cidades médias, especialmente da Amazônia, Nordeste e Centro-Oeste, em função do papel que têm no deslocamento de ativos, serviços e bens das capitais para o interior do País.
Outra iniciativa foi a retomada do Plano Sub-regional de Desenvolvimento Sustentável do Xingu (PDRSX), que teve seu Comitê Gestor reativado em junho do ano passado. Até o momento, o órgão analisou 30 dos 44 projetos que estavam paralisados desde a última gestão. Desses, 12 já estão liberados para pagamento, totalizando R$ 4,4 milhões. Além disso, outros R$ 3 milhões foram autorizados para novos projetos. Cerca de 500 mil pessoas serão beneficiadas com os recursos do PDRSX.
FRONTEIRA — O Governo Federal ainda investiu R$ 1,3 milhão na elaboração do Plano Estadual para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira (PDIFF) do Amapá, por meio da realização de trabalhos de campo e visitas técnicas nos oito municípios fronteiriços do estado e com a implementação do Laboratório de Estudos de Fronteira da Unifap. Foram reativados o conselho gestor e os núcleos de fronteira do Amapá, Pará, Amazonas e Rio Grande do Sul.
CAPACIDADES — Com a intenção de desenvolver ações e estratégias dinâmicas que possam gerar emprego e renda nos municípios brasileiros, o MIDR lançou, em maio de 2023, o Programa de Desenvolvimento das Capacidades para Integração e Desenvolvimento Regional (PCDR). A iniciativa visa aumentar a capacidade de gestão e sustentabilidade institucional dos municípios para melhor atender a população local, assegurando maior autonomia fiscal e financeira para as municipalidades.
O programa recebe projetos de instituições de ensino e pesquisa da rede federal, a partir do diálogo com os municípios, para identificar as necessidades de capacitação em proteção e defesa civil, segurança hídrica, desenvolvimento regional e territorial e fundos e instrumentos financeiros.
ORDENAMENTO TERRITORIAL — O ano de 2023 também foi marcado pela retomada das discussões acerca da formulação da Política Nacional de Ordenamento Territorial (PNOT) e de sua importância para o desenvolvimento do país e a melhoria da qualidade de vida da população. “Muitos impasses relacionados ao uso e à ocupação do território se devem às dificuldades de articulação e à inexistência de instâncias de negociação. A PNOT é uma política transversal por natureza e busca criar instâncias de governança com sustentabilidade, de forma participativa e com envolvimento da sociedade”, explica Adriana Melo.
AMAZÔNIA AZUL — Já o Programa Amazônia Azul teve edital lançado para impulsionar a economia de toda a costa marítima que compreende as áreas marinhas situadas ao largo da porção continental e as localizadas ao redor das ilhas oceânicas e rochedos, como o Arquipélago de Fernando de Noronha e as ilhas Trindade e Martim Vaz. O chamamento público busca estabelecer parcerias com universidades e institutos federais ligados à rede de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). A colaboração será formalizada por meio de Termos de Execução Descentralizada (TED), com foco em apoiar projetos de pesquisa, extensão e desenvolvimento científico e tecnológico.