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ECONOMIA
Carnes estão entre os alimentos com maior queda de preço no ano em Brasília
Alimentos foram os principais responsáveis por manter a inflação de agosto abaixo do que era projetado pelo mercado - Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil
Os churrascos com a família e os amigos estão mais frequentes no cotidiano da estudante e estagiária Caroline Sodré Brito. O vale alimentação da enfermeira Roberta Alves passou a render mais. As idas ao mercado da vendedora de marmitas Patrícia Elídio Santos ficaram mais rentáveis na hora de passar no caixa.
A percepção das três tem respaldo nos dados de inflação de alimentos medido pelo IPCA e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta semana. Uma lista de mais de 30 itens, com destaque para carnes, óleo de soja, cebola e batata, teve quedas expressivas nas prateleiras desde o início do ano em Brasília (DF). No país como um todo, já são três meses de deflação no grupo alimentos.
A cebola lidera a lista dos produtos com maior queda no prato dos brasilienses. A redução no ano é de mais da metade do preço aplicado no ano passado (53,4%). Na sequência, aparecem o óleo de soja (27,4%) e a batata inglesa (25,8%).
O grupo carnes teve redução média de 13%, com destaque para cortes como alcatra (20,2%), acém bovino (15,3%), contrafilé (13,7%) e picanha (13,2%). Outros produtos que tiveram queda de valor acima de 10% em Brasília nos últimos oito meses são frango em pedaços (14,8%) e frango inteiro (13%).
"Semana passada teve uma promoção lá perto de casa e a fila estava enorme, dando volta no mercado, porque as carnes boas, de boa qualidade, estão baratas. Antigamente até a carne suína estava cara", afirmou Caroline Sodré.
"Quando eu acho mais em conta, eu até compro em grandes quantidades de uma vez, para economizar com o transporte", explicou Patrícia Elídio dos Santos, que depende das proteínas para preparar suas marmitas.
Para Roberta Alves, os itens da lista de compras em que ela percebe valor mais baixo são óleo, feijão, leite, alguns cortes de carne e o café. "Está mais acessível fazer as refeições. Acho que ainda não é o ideal para muitos, comparando com o salário mínimo, mas deu uma queda relativamente boa", afirmou.
Deflação
Os dados nacionais indicam que houve uma retração expressiva e consecutiva nos últimos três meses no grupo de alimentos e bebidas. Em agosto, o recuo deste grupo foi de -0,85%, em grande parte devido à redução nos preços da alimentação no domicílio (-1,26%). A maior queda foi a da batata-inglesa (-12,92%) e destacam-se ainda o feijão-carioca (-8,27%), o tomate (-7,91%), o leite longa vida (-3,35%), o frango em pedaços (-2,57%) e as carnes (-1,90%).
INFLAÇÃO — No geral, a inflação de agosto foi de 0,23%, abaixo do que era projetado pelo mercado, e 0,11 ponto percentual acima da taxa de 0,12% registrada em julho. No ano, o IPCA acumula alta de 3,23%. Em agosto, o maior impacto (0,17 p.p) e a maior variação (1,11%) vieram de Habitação, com destaque para o subitem energia elétrica residencial, com um aumento de 4,59% e impacto de 0,18 p.p. no índice geral.
"O aumento na energia elétrica foi influenciado, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, referente a um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica de Itaipu em 2022, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e que não está mais presente em agosto", explica André Almeida, gerente do IPCA/INPC.