Vigilância em Saúde Ambiental associada aos Fatores Físicos
A Vigilância em Saúde Ambiental associada aos Fatores Físicos - Vigifis tem por objetivo a proteção da saúde da população decorrente da exposição a radiações Ionizantes (RI) e não ionizantes (RNI), que se caracterizam pela fonte de exposição, e não pela natureza da radiação.
O Vigifis atua no desenvolvimento de modelos de vigilância em saúde ambiental relacionados à exposição humana à radioatividade natural elevada, em resposta às demandas crescentes vindas da população e de profissionais da área de saúde em regiões conhecidas como de alta concentração de minérios radioativos; bem como na preparação, prevenção e resposta do setor saúde em casos de emergências rádio nucleares.
Vigilância em Saúde Ambiental Relacionada aos Fatores Físicos – Vigifis, tem como objetivo a proteção da saúde da população exposta às radiações ionizantes (RI) e não ionizantes (RNI).
O Vigifis atua no desenvolvimento de modelos de vigilância em saúde ambiental relacionados à exposição humana à radioatividade natural elevada, em resposta às demandas crescentes vindas da população e de profissionais da área de saúde em regiões conhecidas como de alta concentração de minérios radioativos; na preparação, prevenção e resposta do setor saúde em casos de emergências radiológicas e nucleares e na vigilância da população exposta às radiações não ionizantes, sobretudo os grupos mais vulneráveis a esse tipo de radiação.
Radiação Ionizante
O aumento das aplicações de tecnologias que envolvem radiações ionizantes trouxe benefícios incontestáveis em diferentes atividades da sociedade nas áreas de energia, indústria, médica, farmacêutica, agricultura, etc. Estas aplicações crescem a cada dia e, consequentemente, aumentam também a demanda para o planejamento e a preparação visando à resposta em emergências associadas a essas práticas, que, a exemplo de praticamente todas as demais, não são isentas de riscos à saúde humana e ao meio ambiente.
As radiações ionizantes, pelo seu poder de provocar efeitos celulares, podem ser usadas com grandes benefícios para a sociedade, como, por exemplo, no diagnóstico e tratamento médico. Por outro lado, se esses efeitos ocorrem de maneira indesejada, podem provocar danos ao ser humano, desde um simples eritema (vermelhidão) até a síndrome aguda da radiação e que, inclusive, pode ser letal.
Um fato de suma relevância é que as radiações ionizantes não são perceptíveis aos sentidos humanos, o que nos impossibilita de identificá-las no ambiente sem o emprego de instrumentos específicos. Atualmente, também é grande a preocupação de organismos internacionais com possíveis atos criminosos ou terroristas usando-se agentes químicos, biológicos, radionucleares e explosivos.
Cabe ressaltar que em todos os países há risco de ocorrência de acidentes com radiação ionizante, considerando principalmente que os materiais radioativos e outras fontes de radiação ionizante vêm sendo usados no tratamento e no diagnóstico de várias enfermidades, na melhoria de produtos agrícolas, na produção de eletricidade e na expansão do conhecimento científico. Suas aplicações crescem a cada dia e, consequentemente, aumentam a demanda para o planejamento e a preparação para resposta a situações de acidentes e emergências associadas a essas práticas.
Uma emergência radiológica é, em geral, um evento não intencional e inesperado, envolvendo uma fonte de radiação ionizante, que pode resultar em exposições não planejadas de profissionais e membros do público, que podem levar a sérias consequências à saúde, além de danos ao meio ambiente e a propriedades.
O Brasil, que foi palco do maior acidente radiológico do mundo, em Goiânia, em 1987, conta hoje em seu território com cerca de 3.600 instalações que utilizam fontes de radiação ionizante. Além disso, possui outras 20 instalações do ciclo do combustível nuclear, como a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, em Angra dos Reis (RJ), a Fábrica de Combustíveis Nucleares, em Resende (RJ) e as minas de urânio em Caetité (BA) e Itatiaia (CE).
A experiência internacional mostra que a resposta a uma situação de emergência envolvendo exposição à radiação pode exceder à capacidade técnica e logística de organizações, de cidades, estados e países. Diversas publicações de organismos das Nações Unidas, como da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), têm demonstrado que essa dificuldade só pode ser superada através de preparação e planejamento prévios, visando à aplicação integrada de ações, de maneira coordenada.
Situações de Risco (Diagnóstico e Tratamento)
A depender das características do acidente (local, condições climáticas do ambiente, acesso, magnitude) e do produto liberado (potencial de perigo, quantidade, possibilidade de exposição humana e contaminação do ambiente), o evento pode resultar em:
- Óbitos, doenças (agudas e crônicas), intoxicações, ferimentos ou traumas, além de comprometer a saúde mental.
- Contaminar água, solo e ar;
- Comprometer ou interromper os serviços públicos essenciais (água, energia e transporte);
- Alterar a rotina ou a capacidade de resposta dos serviços de saúde, em função da urgência do atendimento às vítimas pelas equipes de vigilância, assistência farmacêutica, assistência pré-hospitalar e hospitalar, bem como dos serviços laboratoriais e de diagnóstico.
- Alterar a economia do local em função da interrupção de atividades econômicas (industriais, comerciais, agrícolas, extrativistas e de subsistência), restrição à circulação de pessoas e mercadorias, contaminação de alimentos e encarecimento dos meios de sobrevivência.
Radiação Não-Ionizante
A exposição humana à Radiação Não-Ionizante (RNI) vem crescendo, tendo em vista a expansão das suas aplicações, na ampliação do fornecimento de energia elétrica, sendo a telefonia celular e as tecnologias de comunicação sem fio os maiores exemplos disso.
Em relação à discussão da exposição humana aos campos eletromagnéticos são apresentados pontos de vista antagônicos. Um grupo de cientistas defende a inocuidade das RNI em baixas intensidades, e outros sustentam que ainda em baixas intensidades é possível ocorrer efeitos adversos à saúde humana em longo prazo.
O grupo se baseia em parâmetros internacionais como os da Comissão Internacional de Proteção Contra Radiação Não Ionizante (ICNIRP), e do Instituto de Engenharia Elétrica e Eletrônica (IEEE), reconhecendo apenas os chamados “efeitos térmicos”, que são os efeitos biológicos que aparecem quando o alvo biológico é esquentado pela radiação em 1 grau centígrado em curto tempo.
O segundo grupo de cientistas se baseia em material científico sobre os efeitos não térmicos que assinala efeitos adversos à saúde ainda em baixos níveis de radiação que não geram calor, a exemplo do Grupo Bioiniciative, grupo de trabalho que aborda os estudos mais recentes sobre o assunto, e a partir deles visa o estabelecimento de leis e padrões com a finalidade de proteger as pessoas contra a ação desses campos eletromagnéticos. No entanto, por ser uma discussão ampla, ainda, não há estudos conclusivos sobre os efeitos das radiações não ionizantes sobre a saúde humana.
A RNI de baixa frequência emitida pelas estações de transmissão de energia elétrica também causa preocupação, principalmente do ponto de vista ocupacional.
- Estruturação do Vigifis: Apoio à estruturação do Vigifis nos municípios de Caetité, Lagoa Real e Livramento de Nossa Senhora, no estado da Bahia, em decorrência de se localizarem dentro da área de influência da mina de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) e, também, em região com presença de radiação natural elevada;
- Projeto Planalto Poços de Caldas: Apoio à pesquisa sobre câncer e radiação natural elevada na região do Planalto Poços de Caldas, no estado de Minas Gerais;
- Elaboração do Plano de Contingência, do Ministério da Saúde, para Assistência Médica a Radioacidentados de forma a melhor preparar o atendimento às vítimas de acidentes radiológicos;
- Representação, do Ministério da Saúde, no Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (SIPRON) por meio de participação na Comissão de Coordenação da Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (COPRON), no Comitê de Planejamento de Resposta a Situações de Emergência Nuclear no Município de Angra dos Reis (COPREN/AR) e no Comitê de Articulação nas Áreas de Segurança e Logística do Sistema de Proteção ao Programa Nuclear Brasileiro (CASLON);
- Participação nos Exercícios Parciais e Gerais de Emergência Nuclear de Angra dos Reis, com o objetivo de fortalecer a preparação do Sistema Único de Saúde (SUS) para atuar em uma eventual emergência nuclear;
- Apoio às pesquisas relacionadas aos temas das radiações ionizantes e não-ionizantes;
- Elaboração do modelo de atuação do Vigifis (radiações ionizantes e não-ionizantes).