Sala de Situação de Monkeypox (Encerrada)
No Brasil, o Ministério da Saúde por meio da Sala de Situação, instalada em 23 de maio, monitora as notificações de casos de Monkeypox no mundo e, no Brasil, além do monitoramento também é realizada a investigação dos casos, assim como a elaboração de documentos técnicos para fomentar ações públicas. A sala tem atuado na padronização das informações e na orientação dos fluxos de notificação e investigação para as Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e Distrito Federal, bem como para os Laboratórios Centrais e de Referência de Saúde Pública.
Sobre a doença
A Monkeypox é uma doença causada pelo vírus Monkeypox do gênero Orthopoxvirus e família Poxviridae. O nome deriva da espécie em que a doença foi inicialmente descrita em 1958. Trata-se de uma doença zoonótica viral, em que sua transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animal ou humano infectado ou com material corporal humano contendo o vírus. Apesar do nome, é importante destacar que os primatas não humanos não são reservatórios do vírus da varíola. Embora o reservatório seja desconhecido, os principais candidatos são pequenos roedores (p. ex., esquilos) nas florestas tropicais da África, principalmente na África Ocidental e Central. O Monkeypox é comumente encontrado nessas regiões e pessoas com a doença são ocasionalmente identificadas fora delas, normalmente relacionadas a viagens para áreas onde a Monkeypox é endêmica.
A transmissão entre humanos ocorre principalmente por meio de contato pessoal com secreções respiratórias, lesões de pele de pessoas infectadas ou objetos recentemente contaminados. A erupção geralmente se desenvolve pelo rosto e depois se espalha para outras partes do corpo, incluindo os órgãos genitais. Os casos recentemente detectados apresentaram uma preponderância de lesões na área genital. A erupção cutânea passa por diferentes estágios e pode se parecer com varicela ou sífilis, antes de finalmente formar uma crosta, que depois cai. Quando a crosta desaparece, a pessoa deixa de infectar outras pessoas. A diferença na aparência com a varicela ou com a sífilis é a evolução uniforme das lesões.
A Organização Mundial da Saúde emitiu alerta sobre casos da doença em países não endemicos. Desta forma, em 23 de maio foi ativada Sala de Situação de Monkeypox, na Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde para coordenar a resposta aos casos prováveis da doença no país e organizar as ações relacionadas à vigilância e assistência à saúde. Esta estrutura permite detectar casos, avaliar os riscos e impactos à saúde e; monitorar e analisar os dados para subsidiar a tomada de decisão dos gestores e técnicos, nas orientações estratégicas adequadas e oportunas para o enfrentamento do evento de saúde pública.
Resposta Nacional
O Ministério da Saúde, por meio do Centro de Informação Estratégica de Vigilância em Saúde (CIEVS) Nacional, desde o primeiro caso no Reino Unido em 07 de março de 2022 relatado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), elaborou alerta e informe sobre o evento.
Em 22 de maio de 2022, o CIEVS Nacional emitiu um Comunicado de Risco nº 06 - alerta sobre um alto número de casos de Monkeypox em países não endêmicos, elucida a definição de caso preconizada pela OMS e estabelece processo de notificação imediata, 24 horas disponível, para situações inusitadas, inesperadas ou com alteração importante do perfil epidemiológico.
Em 23 de maio, a Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde ativou a Sala de Situação de Monkeypox. A Sala monitora a investigação dos casos, assim como elabora documentos técnicos e articula para subsidiar possíveis casos que venham a ocorrer no Brasil.
Em 11/07/2022, as atividades da sala de situação foram encerradas e a organização e a coordenação das ações de vigilância passaram a ficar sob a coordenação do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, juntamente com outras áreas dessa Secretaria. As atribuição de cada área são apresentadas no Anexo 1 do Ofício Circular que oficializou o encerramento da sala e a transição para o DCCI.