Deficiência de Vitamina B1 – Beribéri
O Beribéri é uma doença causada pela deficiência de tiamina (vitamina B1). No Brasil desde 2006, têm sido notificados casos de Beribéri nos estados do Maranhão e Tocantins. Em 2008, foram identificados casos suspeitos de Beribéri em indígenas das etnias Ingaricó e Macuxi, no município de Uiramutã/Roraima e, desde então estão sendo empreendidas ações em parceria com o estado e município na investigação, acompanhamento, prevenção e controle do Beribéri. Em nível mundial, o Beribéri não é mais uma doença largamente difundida na população.
Tendo em vista que há mais de oitenta anos não se tinha registro de surtos de Beribéri no país, sua relevância epidemiológica se deve ao fato de acometer, majoritariamente, adultos jovens do sexo masculino, e pela sua capacidade de causar surtos e epidemias com o adoecimento e óbito em curto período de tempo. O Beribéri tem sido um importante problema de saúde pública, determinado pelas condições de vida e trabalho, sendo imprescindível, além das políticas de saúde, a definição de ações no bojo das políticas sociais para o seu enfrentamento.
Como a maioria das doenças nutricionais, grande parte dos surtos de beribéri associa-se a condições de pobreza e fome relacionando-se a situações graves de insegurança alimentar e nutricional, alimentação monótona baseada em arroz polido, elevado teor de carboidratos simples e também a alguns grupos de risco específicos como alcoolistas, gestantes, crianças e pessoas que exercem atividade física extenuante.
A carência da tiamina pode levar de dois a três meses para manifestar os sinais e sintomas que inicialmente são leves como insônia, nervosismo, irritação, fadiga, perda de apetite e energia e evoluem para quadros mais graves como parestesia, edema de membros inferiores, dificuldade respiratória e cardiopatia. Após a oficina de formação e desenvolvimento dos trabalhadores da saúde para o enfrentamento do Beribéri, realizada nos dias 5 e 6 de dezembro de 2011, a Coordenação-Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN/DAB/SAS) desenvolveu o Guia de Consulta para Vigilância Epidemiológica, Assistência e Atenção Nutricional dos Casos de Beribéri, que foi lançado em 2012.
Esse guia de consulta destina-se aos profissionais de saúde de toda a rede de atenção do SUS e de seu Subsistema de Atenção à Saúde Indígena, em especial àqueles que atuam na atenção básica, vigilância epidemiológica e que permanecem em contato direto com as populações sob risco, e destaca os aspectos relativos à vigilância epidemiológica, assistência e atenção nutricional do Beribéri. Esse enfoque visa à adoção das medidas de detecção, prevenção e controle da doença em tempo oportuno. O monitoramento dos casos suspeitos e confirmados de Beribéri deve ser feitos pelos municípios com casos dessa carência nutricional.
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