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ATENÇÃO P´RIMÁRIA
Curva de ganho de peso na gravidez utilizada no SUS será atualizada
Novas recomendações sobre a curva de monitoramento do ganho de peso das gestantes brasileiras foram discutidas durante a I Oficina de Trabalho das Novas Curvas de Ganho de Peso . O espaço para discussão faz parte das estratégias do Ministério da Saúde (MS) para aprimorar a avaliação do estado nutricional de gestantes, considerando seu impacto para a saúde da criança e da mulher.
O evento ocorreu em 21 de janeiro, em Brasília, e reuniu técnicos do Ministério da Saúde (Saps/MS); especialistas e profissionais de saúde que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS); e representantes de maternidades no acompanhamento de gestantes nas consultas de pré-natal.
Na ocasião, o projeto financiado pelo Ministério da Saúde e pela Fundação Bill & Melinda Gates e coordenada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com objetivo de aprimorar a ferramenta de monitoramento ganhou destaque. A atualização proposta foi feita a partir de estudos brasileiros feitos nos últimos 30 anos e validada a partir do uso de dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan) a partir de 2008 e, em breve, será testada junto a profissionais de saúde e a gestantes acompanhadas na Atenção Primária.
"Espera-se, com essas discussões e a atualização, que o instrumento possa, especialmente na Atenção Primária, facilitar a identificação de riscos nutricionais e demais fatores associados, além de contribuir para o cuidado integral e prevenção de agravos à saúde da mulher e da criança”, afirmou a coordenadora de Alimentação e Nutrição, Gisele Bortolini.
O momento também permitiu discussões sobre o design da nova curva de avaliação a ser testada e debates sobre os desafios de implantação da atualização, além da adequação da curva aos parâmetros brasileiros de ganho de peso durante a gestação.
Monitoramento na APS
O ganho de peso gestacional (GPG) é um dos indicadores de saúde mais importantes na gestação, considerando que inadequações do ganho de peso (insuficiente e excessivo) têm sido associadas a desfechos maternos e infantis adversos, como a retenção de peso pós-parto, a prematuridade, o baixo peso ao nascer e a macrossomia fetal.
Por isso é importante que, já na primeira consulta de pré-natal, seja feita a avaliação nutricional da gestante, com base em seu peso e sua estatura, para que seu estado nutricional seja conhecido e possa subsidiar a previsão do ganho de peso até o final da gestação.
Atualmente, a curva de acompanhamento do estado nutricional da gestante está disponível na Caderneta da Gestante e serve de apoio para os profissionais de saúde na Atenção Primária. O Ministério da Saúde adota a combinação de dois métodos de avaliação desse estado nutricional: a curva de Atalah (ATALAH et al., 1997) e as recomendações do Instituto de Medicina Americano (IOM, 2009). Entretanto, essas técnicas serão reformuladas para que tenham maior capacidade de predizer a ocorrência de desfechos perinatais adversos.