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A doação de órgãos é um ato por meio do qual podem ser doados de uma pessoa (doador) partes do corpo, sejam órgãos ou tecidos, para serem utilizados no tratamento de outra pessoa, com a finalidade de reestabelecer a função do órgão ou tecido doente. A doação é um ato que pode salvar vidas.
De um doador é possível obter vários órgãos e tecidos para o transplante. Podem ser doados rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas, intestino, córneas, valvas cardíacas, pele, ossos e tendões.
A doação de órgãos como o rim, parte do fígado, parte do pulmão e da medula óssea pode ser feita em vida.
A doação de órgãos de pessoas falecidas somente acontecerá após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica ou após uma parada cardiorrespiratória. Na morte encefálica, pacientes sofreram um acidente que provocou traumatismo craniano (acidente com carro, moto, quedas etc.) ou sofreram acidente vascular cerebral (derrame) que causou a morte encefálica.
É preciso que a população se conscientize da importância do ato de doar um órgão e tecidos.
Doar órgãos é um ato que pode salvar vidas em caso de órgãos vitais como o coração, bem como devolver a qualidade de vida, quando o órgão transplantado não é vital, como os rins. A doação de órgãos proporciona o prolongamento da expectativa de vida de pessoas que precisam de um transplante, permitindo o restabelecimento da saúde e, por consequência, a retomada das atividades normais.
Muitas vezes, o transplante de órgãos pode ser a única esperança de vida ou a oportunidade de um recomeço para pessoas que precisam da doação.
Se você deseja ser um doador de órgãos, avisar aos familiares é a mais importante, porque a lei brasileira exige o consentimento da família para a retirada de órgãos e tecidos para transplante.
Não é necessário deixar a vontade expressa em documentos ou cartórios, basta que sua família atenda ao seu pedido e autorize a doação de órgãos e tecidos.
Quando você comunica a sua família e amigos que é um doador de órgãos, você facilita o processo de transplantes e pode salvar muitas vidas.
Se você tem um parente doador, respeite a vontade dele.
Um doador vivo é qualquer pessoa juridicamente capaz, atendidos os preceitos legais quanto à doação intervivos, esteja em condições satisfatórias de saúde e concorde com a doação, desde que não prejudique sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte do pulmão ou parte da medula óssea, a compatibilidade sanguínea é primordial em todos os casos.
Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores em vida. Não parentes, somente com autorização judicial.
O doador está sujeito aos riscos normais de se submeter a uma cirurgia com anestesia geral, mas antes do procedimento são feitos exames a fim de minimizar os riscos.
Existem dois tipos de doadores falecidos:
A doação, em qualquer caso, só ocorre após a autorização da família.
Não existe restrição absoluta, entretanto a doação de órgãos pressupõe alguns critérios mínimos como o conhecimento da causa da morte, ausência de doenças infecciosas ativas, dentre outros. Também não poderão ser doadoras as pessoas que não possuem documentação ou menores de 18 anos sem a autorização dos responsáveis.
Praticamente todas as religiões encorajam a doação de órgãos e tecidos como uma atitude de preservação da vida e um ato caridoso. Elas têm em comum os princípios da solidariedade e do amor ao próximo que caracterizam o ato de doar. Por isso deixam a critério dos seus seguidores a decisão de serem ou não doadores.
Neste caso, apenas as córneas poderão ser doadas.
É muito importante que aconteça o mais rápido possível, pois a doação só será possível se for realizada em até seis horas após a parada circulatória (parada cardiorrespiratória) em temperatura ambiente. A declaração de óbito deve ser providenciada e a Central Estadual de Transplantes deve ser imediatamente comunicada. A Central acionará um Banco de Tecidos Oculares, cujo profissional fará todos os procedimentos necessários à retirada da córnea, inclusive a reconstituição do corpo. Caso a morte tenha decorrido de causa não natural, o corpo deverá ir para o IML para ser submetido a necropsia.
A retirada de outros tecidos, como pele e tecido ósseo, não pode acontecer nestas condições pois requer um ambiente apropriado, como um hospital, por ser um procedimento mais complexo.
A negativa familiar é um dos principais motivos para que um órgão não seja doado no Brasil. Atualmente, aproximadamente metade das famílias entrevistadas não concorda que sejam retirados os órgãos e tecidos do ente falecido para doação. Em muitos desses casos a pessoa poderia ter sido um doador.
Por isso, converse com sua família sobre o desejo de doar órgãos.
O que determina se o órgão é viável para transplante é o estado de saúde do doador. No entanto, algumas condições podem restringir limites de idade em situações específicas.
Não, de maneira alguma.
A retirada dos órgãos para transplante somente é considerada depois da confirmação da morte encefálica, quando todos os esforços para salvar a vida de uma pessoa tenham sido realizados.
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e já estão aguardando em uma lista de espera unificada e informatizada. A posição na lista de espera é definida por critérios técnicos como tempo de espera e urgência do procedimento, compatibilidade sanguínea entre doador e receptor. A compatibilidade genética entre doador e receptores, quando necessária, é determinada por exames laboratoriais. Para alguns tipos de transplantes é exigida, ainda, a compatibilidade antropométrica.
Cabe à Central Estadual de Transplantes, por meio do sistema informatizado, gerar a lista de receptores compatíveis com o doador em questão. Se não existirem receptores compatíveis no estado ou o mesmo não realizar a modalidade de transplante referente ao órgão doado, o órgão é ofertado à Central Nacional de Transplantes CNT/MS para a distribuição nacional.
A existência desta lista única assegura a seriedade e a transparência de todo o processo.
O Sistema de Lista Única é constituído pelo conjunto de potenciais receptores brasileiros, natos ou naturalizados, ou estrangeiros residentes no país, inscritos para o recebimento de cada tipo de órgão, tecido ou célula. Este sistema é regulado por um conjunto de critérios específicos para a distribuição aos potenciais receptores, assim constituindo o Cadastro Técnico Único (CTU).
A lista é única, organizada por estado ou região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e por órgãos de controle federais. Isso impossibilita que uma pessoa conste em mais de uma lista e permite que a ordem legal seja obedecida.
As Organizações de Procura de Órgãos (OPO) atuam em parceria com as Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), junto aos hospitais com perfil notificante de determinada região geográfica, identificando potenciais doadores e viabilizando o processo de doação. As OPO e CIHDOTT são vinculadas à Central Estadual de Transplante.
Se existe um doador em potencial, com morte encefálica confirmada (vítima de acidente com traumatismo craniano, derrame cerebral, etc.) e após autorização da família para que ocorra a retirada dos órgãos, são mantidos os recursos para a preservação das funções vitais dos órgãos. As ações seguem a seguinte sequência:
Após a confirmação da morte encefálica, autorização da família e localização de um receptor compatível, a retirada dos órgãos para transplante é realizada em um centro cirúrgico, por uma equipe de cirurgiões autorizada pelo Ministério da Saúde e com treinamento específico para esse tipo de procedimento. Depois disso, o corpo é devidamente reconstituído e liberado para os familiares.
Após a avaliação do doador e autorização da família, a retirada de tecidos é realizada por uma equipe capacitada para tal, de um banco de tecidos, ou vinculadas a este.
Não. A retirada dos órgãos é uma cirurgia como qualquer outra e o doador poderá ser velado normalmente.
Após a retirada dos órgãos e tecidos, a equipe médica recompõe o corpo do doador, sendo visíveis apenas os pontos do local operado, não impedindo a realização do velório.
Para doação de tecidos oculares o profissional coloca uma prótese ou outro material como gaze no lugar do globo ocular, e para fechamento das pálpebras pode ser usada uma cola apropriada ou pontos internos (não parentes), de forma que o doador permaneça com o mesmo aspecto, não aparecendo qualquer deformidade;
Para doação de tecidos musculoesqueléticos são retirados principalmente ossos do braço (úmero) e da coxa (fêmur), além de cartilagens e tendões. Em seguida, a equipe de retirada reconstitui o corpo do doador com próteses apropriadas, refazendo as juntas do joelho, quadril, ombro e cotovelo;
Para doação de pele é retirada somente uma fina porção da pele do dorso das costas e das coxas, sem alterações na aparência do doador falecido.
Na doação em vida, sim, desde que atendida à legislação vigente.
Na doação após a morte, nem o doador, nem a família podem escolher o receptor. Este será sempre o próximo da lista única de espera de cada órgão ou tecido, dentro da área de abrangência da Central Estadual de Transplantes (CET) do seu local.
Morte encefálica é a parada definitiva e irreversível do encéfalo, provocando em poucos minutos a falência de todo o organismo. O encéfalo inclui o cérebro e o tronco cerebral ou tronco encefálico. É responsável pelas funções essenciais do organismo, como o controle da pressão, da temperatura e da respiração, entre outras. Após algumas agressões neurológicas, as células do cérebro podem morrer e deixar de cumprir essas funções, apresentando um quadro que é irreversível. Aparelhos e remédios podem manter a respiração e a pressão, mas por um espaço curto de tempo. Quando constatada a morte encefálica, significa que a pessoa está morta e que, nesta situação, os órgãos podem ser doados para transplante, se a família consentir. Se não houver o consentimento, os aparelhos serão desligados, já que o indivíduo está clínica e legalmente morto.
Sim. O diagnóstico de morte encefálica é regulamentado por uma Resolução do Conselho Federal de Medicina e realizado por meio de exames específicos e pela avaliação de dois médicos diferentes. O intervalo mínimo de tempo a ser observado entre os exames clínicos é de no mínimo uma hora nos pacientes a partir de 2 anos de idade. Além disso, é obrigatória a confirmação do diagnóstico por, pelo menos, um dos seguintes exames complementares: angiografia cerebral, cintilografia cerebral, ultrassom com doppler transcraniano ou eletroencefalograma.
Sim. O diagnóstico é clínico, mas pela legislação brasileira, ele deve ser confirmado com outro método de análise: eletroencefalograma, angiografia cerebral, entre outros.
Em princípio, sim, porque o diagnóstico básico é clínico e deve ser feito por um médico especificamente capacitado a realizar os procedimentos para a determinação de morte encefálica. Contudo, alguns hospitais não têm condições de complementar o diagnóstico com exames específicos, como a lei exige. Sendo assim, uma equipe médica e equipamentos podem ser deslocados de um hospital para outro para a realização dos exames necessários.
Para a manutenção hemodinâmica do corpo após a morte encefálica, o coração é induzido a funcionar à custa de medicamentos, o pulmão funciona com a ajuda de aparelhos e o corpo continua sendo alimentado por via endovenosa.
Não. A morte do encéfalo não é a mesma coisa que o coma. Algumas pessoas confundem morte encefálica com coma, mas essas são condições completamente diferentes. O coma é reversível; ou seja, a pessoa ainda pode acordar.
Um paciente com morte encefálica não tem possibilidade de acordar novamente, é quando o cérebro para de funcionar, isto é, o sangue deixa de circular não levando mais oxigênio para as suas células acarretando perda irreversível das funções cerebrais, caracterizando o óbito da pessoa.
Existem exames neurológicos que facilmente diferenciam o coma do estado de morte encefálica.
Não. Coma é um estado que pode ser reversível, já a morte encefálica, como o próprio nome sugere, não. Uma pessoa somente se torna um potencial doador após o correto diagnóstico de morte encefálica e a autorização dos familiares.
O transplante é uma cirurgia em que uma pessoa com doença grave recebe um órgão ou tecido saudável, proveniente de um doador falecido ou vivo.
O transplante é indicado quando as medidas clínicas e cirúrgicas no tratamento foram esgotadas e o transplante é a melhor e frequentemente a única alternativa de tratamento.
O paciente será avaliado por uma equipe de transplantes autorizada pelo Ministério da Saúde. Após avaliação médica com consulta e exames específicos e, caso a indicação para transplante seja confirmada, a equipe médica responsável realizará a inscrição do paciente no sistema informatizado de transplantes que gerencia a lista de espera.
Os órgãos mais comumente transplantados são: rins, fígado, coração, pâncreas e pulmões. Podem ser transplantados também: córneas, valvas cardíacas, vasos sanguíneos, segmentos de ossos, ossos longos e particulados, cartilagens, tendões, fáscia lata, pele, estômago e intestino. Parte do fígado, parte do pulmão, ou um rim podem ser transplantados de doador vivo, desde que este seja parente do receptor em até quarto grau, ou com autorização judicial.
O transplante pode trazer enormes benefícios às pessoas afetadas por doenças que, de outro modo, seriam incuráveis. Milhares de pessoas contraem, todos os anos, doenças cujo único tratamento é um transplante. O maior benefício que se espera de um transplante é que a expectativa de vida seja melhor do que a doença que motivou o procedimento, mesmo sendo cuidada com todas as opções de tratamento disponíveis. Muitos transplantados passam a não ter limitações físicas em suas atividades do cotidiano.
O sucesso depende de inúmeros fatores como o tipo de órgão a ser transplantado, a causa da doença, as condições de saúde do paciente, adesão aos medicamentos imunossupressores entre outras. Com os recursos atuais, de novos medicamentos e de técnicas aprimoradas, a sobrevida dos transplantados tem sido cada vez maior.
Além dos riscos inerentes a uma cirurgia de grande porte, podem ocorrer:
O mais próximo possível do normal, visto que transplante não é cura, mas sim um tratamento que pode prolongar a vida com uma melhor qualidade. Muito embora a compatibilidade entre doador e receptor seja testada antes de um transplante, a prescrição de medicamentos imunossupressores é obrigatória e de forma permanente, com o objetivo de evitar a rejeição do órgão. Em casos de rejeição, poderá ser oferecido um novo transplante ao paciente. As consultas periódicas de acompanhamento pós-transplante são obrigatórias.
O sucesso do transplante depende de inúmeros fatores, como a causa da doença, as condições de saúde do paciente, entre outras. Com os recursos atuais de novos medicamentos e de técnicas aprimoradas, a sobrevida dos transplantados tem sido cada vez maior. O valor médio aproximado de sobrevida, depois de um ano, é de 70% para o enxerto e para o paciente.
O prazo entre a retirada do órgão do doador e o seu implante no receptor é chamado de tempo de isquemia.
Os tempos máximos de isquemia normalmente aceitos para o transplante de diversos órgãos são : • Coração: 4 horas • Fígado: 12 horas • Pâncreas: 12 horas • Pulmão: 6 horas • Rim: 48 horas
A identificação de potenciais doadores é feita, principalmente, nos hospitais onde os mesmos estão internados, através das Comissões Intra-hospitalares de Transplante, nas UTIs e Emergências em pacientes com o diagnóstico de Morte Encefálica.
Se existe um doador em potencial, com morte encefálica confirmada (vítima de acidente com traumatismo craniano, derrame cerebral, etc.) e após autorização da família para que ocorra a retirada dos órgãos, são mantidos os recursos para a preservação das funções vitais dos órgãos e seguem as seguintes ações:
Para receber um órgão, o potencial receptor deve estar inscrito em uma lista de espera, respeitando-se a ordem de inscrição. A lista é única por estado ou por região e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e por órgãos de controle federais, impossibilitando que uma pessoa conste em mais de uma lista, ou que a ordem legal não seja obedecida. A inscrição na lista somente pode ser realizada por um médico com autorização vigente, concedida pelo SNT.
A situação do potencial receptor de órgãos pode ser consultada no Cadastro Técnico Único do Ministério da Saúde ou clicando aqui (para inscritos no estado de São Paulo, acesse aqui). Após preencher os dados, clique na lupa para ter acesso ao prontuário.
Sim. Algumas condições clínicas do paciente permitem o acesso mais rápido ao transplante, como as situações de extrema gravidade com risco de morte. Exemplos destas situações emergenciais é a impossibilidade total de acesso para diálise, no caso de doentes renais; a insuficiência hepática aguda grave, para doentes do fígado; necessidade de assistência circulatória, para pacientes cardiopatas; e rejeição de órgãos recentes de transplantados.
O tempo de espera por um transplante depende de diversos fatores como estado de saúde do receptor e principalmente a existência de doadores de órgãos, por isso é tão importante a conscientização da sociedade para a autorização da doação de órgãos e tecidos.
Devem ser respeitados critérios como a ordem de inscrição, a compatibilidade entre doador e receptor e a gravidade de cada caso.
A lista de espera total de potenciais receptores (ativos + semiativos) é atualizada mensalmente pelo Ministério da Saúde e publicizada no Portal dos Transplantes, podendo ser consultada acessando “Lista de espera por categoria - Órgão”.
A quantidade de transplantes realizados no Brasil desde 2001 podem ser consultadas acessando “Estatísticas Gerais do SNT” no Portal dos Transplantes.
O Brasil tem o maior programa público de transplantes do mundo!
Mais de 90% das cirurgias são feitas pelo SUS, a maioria dos planos privados de saúde não cobre este tipo de tratamento.
Os valores unitários básicos da tabela do SUS, para cada categoria de transplante podem ser consultados no Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS (SIGTAP), no Grupo 5 – Transplantes de Órgãos, Tecidos e Células.
Não. Qualquer manifestação de vender ou comprar órgãos é crime. Nenhum transplante de órgãos é realizado no Brasil sem o conhecimento das Centrais Estaduais de Transplantes das Secretarias de Estado da Saúde. Portanto, esta possibilidade não ocorre. Doação é um ato de livre e espontânea vontade e de amor ao próximo. O fato de muitas pessoas acreditarem em rumores deste tipo contribui para a diminuição do número de doações, tirando a chance de sobrevivência de vários pacientes que aguardam em lista de espera.
Não. O transplante é uma operação muito delicada e realizada somente em centro cirúrgico e em hospitais especializados. Os órgãos são distribuídos para estes hospitais pelas Centrais Estaduais de Transplantes organizadamente por meio de um Sistema Informatizado de Gerenciamento (SIG/SNT) baseado nas regras estabelecidas na legislação. Portanto, essas notícias são completamente infundadas e prestam total desserviço à população.
A córnea é uma estrutura transparente localizada na parte anterior do globo ocular, ou seja, na frente do olho. Trata-se de um tecido fino, delicado e transparente que nos permite ou não enxergar com nitidez. Se a córnea se tornar opaca, por enfermidades hereditárias, lesões, infecções, queimaduras por substâncias químicas, enfermidades congênitas ou outras causas, a pessoa pode ter a visão bastante prejudicada, podendo necessitar de um transplante.
O transplante de córnea é uma cirurgia que consiste em substituir uma porção da córnea doente, de forma total ou parcial, por uma córnea saudável. Pode ser substituída toda a espessura da córnea (Penetrante) ou apenas uma porção dela (Lamelar).
Esse tipo de cirurgia é indicado quando existe a perda da integridade da córnea, a fim de melhorar a visão, ou corrigir defeitos oculares que ponham em risco a anatomia ou a função do olho. Vários problemas podem afetar a córnea como o ceratocone, úlceras, infecções, traumas, cirurgias intraoculares, distrofias, degenerações, alergias e outras, podendo levar a uma visão bastante prejudicada.
Na maioria das vezes existem tratamentos específicos que recuperam a córnea, quando isto não é possível pode-se realizar um transplante, que representa a única chance de voltar a enxergar.
O sucesso da cirurgia dependerá da causa que motivou o transplante. A porcentagem de sucesso é alta nos casos não complicados e de bom prognóstico, sendo que a visão do paciente depende também da integridade de outras estruturas oculares. Geralmente os resultados visuais após o transplante de córnea são muito satisfatórios. Após o transplante, pode levar meses para que a visão atinja o seu melhor potencial, porém, após algumas semanas o paciente já poderá perceber alguma melhora.
Não. Somente alguns tecidos oculares, como a córnea e a esclera. Células-tronco da córnea também podem ser utilizadas para fins terapêuticos.
A córnea, a esclera e as células-tronco da córnea podem ser utilizadas com finalidade terapêutica. Os tecidos que por algum motivo não forem usados em cirurgias, poderão ser utilizados em pesquisas aprovadas por uma comissão de ética ou para fins de ensino.
As córneas doadas passam por um controle rigoroso de qualidade e por um processo de avaliação quanto à sua condição óptica, sendo utilizadas somente córneas que apresentem boa perspectiva para o sucesso do transplante. São também realizados exames sorológicos nos doadores para evitar a transmissão de doenças infecciosas. Esse controle é feito pelos bancos de tecidos oculares seguindo normas da Anvisa e do Sistema Nacional de Transplantes, e em concordância com recomendações internacionais.
O ideal é que os tecidos oculares sejam retirados até seis horas após o óbito do doador. Porém, vários fatores podem fazer com que este prazo seja maior, podendo ser de até 12 horas (neste caso o corpo do doador deverá estar sob refrigeração).
Para receber uma córnea, o potencial receptor deve estar inscrito em uma lista de espera, respeitando-se a ordem de inscrição. A lista é única, organizada por estado ou por região, e monitorada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) e por órgãos de controle federais, impossibilitando que uma pessoa conste em mais de uma lista ou que a ordem legal não seja obedecida. A inscrição na lista somente pode ser realizada por um médico com autorização vigente no SNT.
Sim. Algumas situações de urgência permitem o acesso mais rápido ao transplante, como crianças pequenas com opacidade bilateral, perfurações oculares, úlcera de córnea sem resposta ao tratamento e falência do tecido em transplantes recentes.
A lista de espera para a córnea considera a ordem de inscrição e a gravidade de cada caso. Os casos mais graves, se priorizados, são atendidos em poucos dias. Normalmente não existem listas de espera para transplantes de esclera.
A lista de espera de potenciais receptores por um transplante de córnea é atualizada mensalmente pelo Ministério da Saúde e publicizada no Portal dos Transplantes, podendo ser consultada acessando a “Lista de espera por categoria - Córnea”.
A quantidade de transplantes de córnea realizados no Brasil desde 2001 podem ser consultadas acessando “Estatísticas Gerais do SNT” no Portal dos Transplantes.
Qualquer pessoa que tenha falecido e que a família tenha autorizado a doação. Devem ser consideradas certas contraindicações absolutas como a presença de doenças transmissíveis.
O uso de correção visual (óculos ou lentes de contato) ou a existência de algum distúrbio visual, como miopia, hipermetropia e astigmatismo, entre outros, não são causas impeditivas da doação. São aceitos doadores com idade de 2 a 80 anos.
O importante é conversar com os familiares a respeito do seu desejo, pois, por lei, este desejo só poderá ser cumprido se a sua família autorizar a doação.
Sim. A família é a única responsável por autorizar uma doação após a morte, seja de órgãos, tecidos oculares ou outros tecidos, como o osso ou a pele.
É muito raro acontecer alguma complicação durante a retirada dos tecidos oculares doados. No entanto, certos medicamentos administrados ao doador (em vida) podem provocar intercorrências, como sangramentos.
Não. Os tecidos oculares são retirados com técnicas cirúrgicas que não deixam vestígios e são devidamente reconstituídos com materiais ou gazes. A doação não modifica a aparência do doador.
Não. A distribuição dos tecidos oculares doados segue a ordem estabelecida pelo Regulamento Técnico do Sistema Nacional de Transplantes e operacionalizada no Sistema Informatizado de Gerenciamento (SIG/SNT), que considera a data de inscrição do paciente na lista de espera.
Todas as informações sobre os doadores e sobre os receptores de tecidos oculares doados são sigilosas, conforme determinado pela legislação pertinente. Nem mesmo o médico que realiza a cirurgia tem acesso à identidade do doador, pois os tecidos são identificados por códigos.
Manter as pálpebras bem fechadas e, sempre que possível, colocar uma compressa úmida sobre os olhos. Com os olhos bem protegidos, também poderá ser utilizada uma compressa de gelo.
Nenhum. Não há nenhum custo para a família do doador como também não recebe qualquer tipo de pagamento pela doação. A doação é um gesto altruísta, que pode beneficiar qualquer pessoa.
A esclera é um tecido fibroso externo, que reveste o globo ocular. Também conhecida como “branco do olho”, é recoberta por uma membrana transparente chamada conjuntiva. É uma camada opaca e densa, que tem a função de proteger o olho. Ela também ajuda a manter a forma, o tônus e o volume ocular. Os músculos que controlam os movimentos do olho estão ligados à esclera. O transplante de esclera é utilizado em cirurgias de plástica ocular.
A medula óssea é um tecido líquido – gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”, é rica em células-tronco hematopoéticas, responsáveis pela formação dos componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas.
É uma modalidade de tratamento no qual a medula óssea doente do paciente é substituída por células-tronco normais, com o objetivo de reconstituir uma nova e saudável medula. O transplante de medula óssea (TMO) é diferente da maioria dos transplantes; o órgão transplantado não é sólido, como o rim, e sim um tecido. Os transplantes de medula óssea são também chamados de Transplantes de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH).
Após quimioterapia em altas doses, associada ou não à radioterapia, o paciente (receptor) recebe a medula óssea doada por meio de uma transfusão. O transplante também pode ser feito a partir de células precursoras de medula óssea, obtidas de sangue periférico ou do sangue de cordão umbilical.
O transplante pode ser:
É a forma de transplante em que as células precursoras de medula óssea provêm do próprio indivíduo transplantado (que, neste caso é, também, o receptor).
É o transplante de medula em que as células provêm de outro indivíduo (chamado de doador). Esse indivíduo pode ser um parente ou não.
O transplante de medula é indicado quando há defeitos na produção de células do sangue (anemia aplástica severa, anemia falciforme, talassemia, dentre outras), em casos de câncer de medula óssea que não são curados com quimioterapia (alguns tipos de leucemia), em casos de doenças auto-imunes graves e também em casos de câncer que precisam de tratamento com altas doses de quimioterapia, que acabam destruindo a medula óssea.
O sucesso do transplante depende do tipo específico de doença do paciente e de sua situação clínica quando da realização do transplante, de sua tolerância aos efeitos próprios do tratamento e suas complicações em relação ao transplante de medula óssea. Por fim, o sucesso do transplante também está relacionado à resposta da doença aos procedimentos e tratamentos que envolvem todo o processo do transplante.
É possível se cadastrar como doador voluntário de medula óssea nos hemocentros dos estados. Clique e veja a lista - https://redome.inca.gov.br/rede-redome/hemocentros-para-cadastro-no-redome/
É retirada pela veia uma pequena quantidade de sangue (5 a 10 ml) e preenchida uma ficha com informações pessoais. O sangue será tipificado por exame de histocompatibilidade (HLA) - teste de laboratório para identificar suas características genéticas que podem influenciar no transplante. Seu tipo de HLA será incluído no cadastro. Os resultados são confidenciais e servem apenas para fins do Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (REDOME).
A doação é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral, e requer internação por um mínimo de 24 horas. Nos primeiros três dias após a doação pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação. Existe outra forma de obtenção das células-tronco da medula óssea, que utiliza uma máquina específica (aférese) para separar do sangue periférico (corrente sanguínea) as células necessárias para o transplante. Neste caso, o doador tem de receber um medicamento antes da doação (fator de crescimento), que estimule a medula óssea a liberar essas células para a corrente sanguínea. Tal técnica só é utilizada em casos específicos, sob decisão médica e com consentimento do doador.
Os riscos são poucos e relacionados a um procedimento que necessita de anestesia. Uma avaliação pré-operatória detalhada verifica as condições clínicas e cardiovasculares do doador, visando orientar a equipe anestésica envolvida no procedimento operatório. Podem ocorrer alguns destes sintomas após a doação: dor local, astenia (fraqueza temporária), dor de cabeça. Esses sintomas, porém, são passageiros e controlados com medicamentos simples, como analgésicos.
Retira-se um volume de medula em torno de 15 ml por quilo de peso doador, podendo chegar até 20 ml por quilo. Esta retirada não causa qualquer comprometimento à saúde e o doador recebe alta no dia seguinte à doação. As células progenitoras (células-mãe do sangue) doadas se regeneram em poucas semanas, não acarretando nenhum dano à saúde do doador.
Para a realização do transplante, há necessidade de compatibilidade HLA (Antígenos Leucocitários Humanos) entre doador e receptor. A compatibilidade HLA é verificada por testes de sorologia e/ou por biologia molecular através de uma amostra de sangue periférico, procedimento igual ao de um simples exame de sangue. As moléculas HLA estão presentes na superfície de todas as nossas células nucleadas, e as características genéticas, ou a tipagem, de cada indivíduo são herdadas metade do pai, metade da mãe.
Os dados da base do REDOME são cruzados constantemente com os dos pacientes que precisam de transplante de medula óssea. Se o doador for compatível com algum paciente, outros exames de sangue serão necessários. Se houver compatibilidade, o doador será consultado para confirmar que deseja realizar a doação. Se a resposta for positiva, o seu estado atual de saúde será avaliado e será agendada a doação.
O doador compatível deve ser procurado, em primeiro lugar, entre os membros da família. Entre irmãos do mesmo pai e da mesma mãe, a chance de encontrar um irmão idêntico é de 25%. Aproximadamente 60% dos pacientes não encontram doador na família e precisam buscar um doador compatível voluntário cadastrado no Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea.
Quando não há um doador compatível entre seus irmãos, ou quando o paciente não tem irmão consanguíneo (de mesmo pai e mãe), é necessário fazer uma busca nos registros de doadores voluntários, tanto no REDOME – Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea – como nos registros internacionais. O REDOME, que conta hoje com mais de cinco milhões de doadores, é o responsável por toda a busca junto aos registros internacionais de doadores. Existem mais de 44 milhões de doadores em todo o mundo.
Existem três formas de doar as células-tronco da medula óssea.
Na primeira, as células são coletadas diretamente de dentro da medula óssea (nos ossos da bacia); na segunda, por filtração do sangue que passa pelas veias (aférese) e por último, é coletado o sangue que fica armazenado no cordão umbilical do recém-nascido. A coleta direta da medula óssea é realizada com agulha especial e seringa na região da bacia. Retira-se da medula do doador a quantidade adequada para o paciente (receptor). Para que o doador não sinta dor, é realizada anestesia; o procedimento dura em média 60 minutos. A sensação de incômodo do doador é de média intensidade e permanece por cerca de uma semana (2 a 14 dias), semelhante a uma queda, ou a uma injeção oleosa. Não fica cicatriz, apenas a marca de três a cinco furos de agulha. É importante destacar que não é uma cirurgia, ou seja, não há corte, nem pontos. O doador fica em observação por um dia e pode retornar para sua casa no dia seguinte.
Na coleta pela veia, é realizada a filtração do sangue através de procedimento com o uso de máquina de aférese. O doador recebe um medicamento por cinco dias, período em que há estímulo para a multiplicação das células-tronco. Essas células migram da medula para as veias e são filtradas. O processo de filtração dura, em média, três horas, até que se obtenha o número adequado de células. O efeito colateral mais frequente desse procedimento é em razão do uso do medicamento que, em alguns doadores, pode se dar como dor no corpo, semelhante ao sintoma de uma gripe. Também podem sentir formigamento, câimbra e náusea.
No caso do sangue de cordão umbilical, as células são coletadas após a secção (corte) do cordão, não trazendo riscos ao recém-nascido, utilizando uma seringa e a força da gravidade.
O Sistema Único de Saúde – SUS financia todo o procedimento de doação de medula óssea.
Depois de receber intensa dose de quimioterapia, associada ou não à radioterapia, com o objetivo de destruir as células da doença e da própria matriz de células normais da medula óssea, o paciente recebe as células da medula sadia. Essa infusão é semelhante a uma transfusão de sangue comum. Essa nova medula é rica em células chamadas “progenitoras” ou “células-tronco” que, uma vez na corrente sanguínea, circulam e vão se alojar na medula óssea, onde se desenvolvem. Durante o período em que essas células ainda não são capazes de produzir glóbulos brancos, vermelhos e plaquetas em quantidade suficiente para manter as taxas dentro da normalidade, o paciente fica mais exposto a episódios infecciosos e hemorragias. Em função disso, ele permanece internado no hospital, em regime de isolamento. Por um período em torno de três a quatro semanas o paciente necessitará ser mantido internado e, apesar de todos os cuidados, episódios de febre são muito comuns. Após a recuperação da medula, o paciente continua a receber tratamento, só que em regime ambulatorial, com consultas regulares. No caso do transplante alogênico, o paciente irá comparecer de uma a três vezes por semana, no hospital ou no consultório, e, uma vez por mês, se o transplante for autólogo.
Os resultados do transplante para o paciente dependem de fatores tais como o estágio de sua doença, sua condição clínica e a presença de doenças prévias que possam aumentar a incidência de complicações. Os principais riscos no transplante se relacionam à ocorrência de infecções potencialmente graves e toxicidade pelos medicamentos quimioterápicos. Após a recuperação das funções da medula e da alta hospitalar do paciente, segue-se uma fase de acompanhamento ambulatorial, em que o paciente é monitorado quanto a problemas que podem ocorrer, como a doença do enxerto contra o hospedeiro, a toxicidade de medicamentos imunossupressores e alguns tipos específicos de infecção mais próprios dos pacientes transplantados.
A atualização pode ser feita no site ou aplicativo REDOME (disponível para IOS e Android). Instale o aplicativo e clique em "Já Sou Doador". É só seguir o passo a passo para identificarmos o seu cadastro. Depois, clique em "Atualização de Cadastro" e preencha os campos necessários. Para atualizar pelo site, clique aqui - https://redome.inca.gov.br/doador-atualize-seu-cadastro/
O REDOME – Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea – é um banco de dados (registro) que reúne as informações dos doadores cadastrados. Encontra-se instalado no Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Rio de Janeiro, e reúne informações dos potenciais doadores (nome, endereço, resultados de exames, características genéticas). Um sistema informatizado cruza as informações genéticas dos doadores voluntários cadastrados no REDOME com as dos pacientes que precisam do transplante. Quando é verificada a compatibilidade, a pessoa é convocada para efetivar a doação.
Podem ser doados os tecidos oculares como córnea e esclera, e também pele, ossos, cartilagens, tecidos cardiovasculares como valvas cardíacas, vasos, entre outros.
A doação pode ser realizada tanto por doadores com diagnóstico de morte encefálica quanto em doadores em situação de parada cardiorrespiratória.
Apenas equipes treinadas e autorizadas para a retirada do tecido podem realizar o procedimento. Normalmente são profissionais da equipe própria do banco.
Os possíveis doadores de tecidos passam por rigorosa avaliação clínica, física e social, onde a possibilidade de doação poderá ser excluída ou aceita. Serão realizados também exames laboratoriais para detecção de doenças transmissíveis pelo sangue que em caso positivo são contra indicação para a doação e utilização do tecido.
A doação de tecidos, exceto córnea, é realizada com maior frequência nas localidades onde estão localizados os bancos de tecidos autorizados por conta da infraestrutura, logística e treinamento necessários. Já existe, na rotina dos serviços onde estão localizados os bancos de tecidos, orientação para as comissões intra-hospitalares de transplante de questionar a família sobre a possibilidade da doação de outros tecidos. Estes tecidos podem ser doados tanto por doadores falecidos como por doadores vivos submetidos a cirurgias ortopédicas, no caso de ossos, e doações (vivo) provenientes de receptores de coração.
Sim, este paciente pode realizar a doação da cabeça femoral retirada durante o procedimento ortopédico para colocação de prótese, mediante assinatura do Termo de consentimento livre e esclarecido e após análise das condições fisiológicas e patológicas do tecido.
Para a doação de ossos cada banco encontra uma realidade local e cada um se encontra em uma fase de conscientização, tanto dos profissionais quanto da população quanto à doação de tecidos. Em geral, a doação de ossos e de pele sofre preconceito por parte dos familiares por falta de informação. A família pensa que a aparência do familiar falecido poderá ficar comprometida. Quando devidamente informados, geralmente aceitam fazer a doação, pois as áreas doadoras do corpo não ficam aparentes, não deixando sangramento ou deformações.