Atenção Hemoterápica
Na Atenção Hemoterápica, a Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados desenvolve ações voltadas ao fortalecimento da segurança e da qualidade dos que promovem a produtos hemoterápicos no Brasil, por meio da normatização e da qualificação das ações do ciclo do sangue.
- Fortalecimento da promoção da doação voluntária de sangue
São ações, iniciativas e medidas adotadas pela Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados para promover a conscientização e o engajamento da população para a doação voluntária e regular de sangue, sensibilizando-a sobre a importância e a necessidade de doar sangue, a fim de dar suporte transfusional a muitos pacientes, possibilitando tratamentos e procedimentos terapêuticos. Além das estratégias de âmbito nacional, a doação voluntária de sangue é promovida também pelos estados em campanhas e articulações locais.
- Disponibilização dos Programas de Avaliação Externa da Qualidade (AEQ) para a Hemorrede
O AEQ é um programa de caráter educativo, preventivoe gratuito, financiado e gerenciado pela CGSH. Esse Programa consiste no envio regular de avaliações práticas e teóricas para os serviços de hemoterapia, a hemorrede visando atender o disposto na norma no que diz respeito à obrigatoriedade da realização de ensaios de proficiência. Seu objetivo é analisar o desempenho dos serviços participantes, buscando a excelência dos resultados de triagem laboratorial dos doadores de sangue em sorologia, imuno-hematologia, teste do ácido nucleico (NAT) e controle de qualidade de hemocomponentes.
- Estabelecimento de estratégias para garantir o abastecimento de sangue em situações de contingências e durante a realização de grandes eventos
O Brasil possui cerca de 214* milhões de habitantes em uma área de 8.514.876.599 km2, com diversas realidades, apresentando regiões mais vulneráveis a desastres naturais, o que torna imprescindíveis a estruturação e a divulgação de ações preventivas ou emergenciais diferenciadas em situações de emergência, com vistas ao pleno atendimento hemoterápico da população nessas ocasiões. Além das questões demográficas, geográficas e climáticas, grandes eventos nacionais e internacionais, requerem um planejamento adequado das ações de saúde.Quando necessário, o Plano Nacional de Contingência do Sangue é acionado, possibilitando o remanejamento de bolsas de sangue de determinadas unidades da federação para aquelas com maior dificuldade, com o apoio operacional e logístico do Ministério da Saúde. Ressalta-se que o Ministério da Saúde acompanha diariamente o quantitativo de bolsas de sangue em estoque nos maiores hemocentros estaduais e essa estratégia permite uma possível antecipação na tomada de decisão, visando minimizar o impacto de eventuais desabastecimentos de sangue.
- Sangue Raro
Os antígenos eritrocitários e plaquetários têm um papel importante na medicina transfusional, nas doenças por incompatibilidade sanguíneas materno-fetal, nas anemias autoimunes, nos transplantes de órgãos, entre outras situações.
O impacto da falta de sangue compatível em tempo hábil compromete consideravelmente a evolução clínica dos pacientes e, do ponto de vista epidemiológico, a própria qualidade de vida da população. Dependendo da especificidade do anticorpo, pode-se levar dias para encontrar bolsas de sangue ou doadores aptos compatíveis ou, até mesmo, não os encontrar, prejudicando ou impossibilitando o tratamento dos pacientes, em especial daqueles com tipagens raras de sangue. Diante disso, o Ministério da Saúde criou o Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR), um banco de dados centralizado que conta com informações do quantitativo de doadores raros cadastrados nos hemocentros do país. Esse cadastro tem colaborado com a melhoria e a agilidade no atendimento às demandas de sangue raro, uma vez que facilitou a busca e aumentou as chances de se encontrar um doador compatível em tempo hábil. A consulta ao CNSR atende a demandas de todo o território nacional e possibilita a mobilização dessas bolsas de sangue até o serviço de assistência.
- Teste de Detecção de Ácidos Nucléicos (NAT) Brasileiro no SUS
O Teste de Amplificação de Ácidos Nucleicos (NAT) é uma tecnologia desenvolvida para a detecção do ácido nucleico de agentes infecciosos que complementa os testes sorológicos já realizados pela Hemorrede proporcionando maior segurança transfusional aos pacientes que dependem da doação de sangue.
Com a introdução do NAT na triagem laboratorial de doadores de sangue é possível a detecção e identificação do material genético viral durante o período próximo à contaminação, ou seja, ainda em janela imunológica. O NAT nacional, produzido por Bio-Manguinhos e disponibilizado pelo Ministério da Saúde, possibilita a redução do período de janela imunológica para o HIV, HCV e HBV. Portanto, além do aumento da segurança transfusional já alcançado, o desenvolvimento da tecnologia nacional para o NAT possibilita nacionalização de insumos utilizados no teste, além de agregar competências científicas e produtivas ao Brasil.
O Ministério da Saúde disponibiliza a realização do teste, de forma centralizada em 14 Sítios Testadores (SIT-NAT), como centros executores da metodologia, realizando os testes para todos os outros Serviços Hemoterapia da rede brasileira que realizam coleta de sangue de doadores.
Na busca de avanços tecnológicos e da inclusão de novos alvos, um novo kit NAT foi desenvolvido por Bio-Manguinhos/FIOCRUZ, incorporando a malária com o quarto alvo, ao NAT brasileiro. O projeto para o desenvolvimento do novo kit NAT HIV/HCV/HBV – malária e do parque tecnológico recebeu o nome de NAT Plus. A implantação do novo parque tecnológico associado ao desenvolvimento do kit NAT PLUS HIV/HCV/ HBV-Malária foi iniciada em agosto/2022. Tecnologia esta que, coloca o Brasil em condição de destaque mundial na testagem desta doença tropical e transmissível por via transfusional.
A inovação trará mais segurança às transfusões de sangue e permitirá a redução de 12 meses para um mês do período de impedimento à doação de sangue de pessoas que estiverem em áreas endêmicas para malária.
- Avaliação e Monitoramento de Serviços de Hematologia e Hemoterapia Públicos
O que é?
Desde de 2008 a Coordenação-Geral de Sangue e Hemoderivados (CGSH) tem como compromisso a promoção da qualificação técnica e gerencial e o aperfeiçoamento dos processos de trabalho e estrutura para desenvolvimento da ações de hematologia e hemoterapia, melhorando a segurança transfusional da Hemorrede Pública Nacional, realizada por meio do processo de avaliação e monitoramento dos serviços de hemoterapia e hematologia públicos. Para atender a este compromisso, definiu-se que seriam realizadas visitas de avaliação formativas e processuais, com ênfase na qualificação técnica e gerencial de todos os processos do ciclo do sangue e atenção hematológica e hemoterápica. O processo de avaliação e monitoramento dos serviços de hemoterapia e hematologia é fundamentado nos conceitos e nos pressupostos da gestão da qualidade apresentados na legislação, bem como na avaliação normativa de serviços. A partir dos dados levantados e analisados, com base nas não conformidades encontradas nas visitas, poderão ser descritas propostas de implementação de estratégias de melhoria pelos Serviços de Hemoterapia e Hematologia (SHH), com a elaboração de Plano de Ação de Melhorias.