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Ministra da Saúde dá posse aos novos diretores dos hospitais federais no RJ
Os hospitais e institutos federais no Rio de Janeiro estão sob nova gestão. O grupo de diretores, dentre eles três mulheres, tomou posse na última sexta-feira (14) durante um evento na sede do Ministério da Saúde no RJ. A ministra da Saúde, Nísia Trindade assinou os termos de posse, ao lado do secretário de Atenção Especializada à Saúde do ministério Helvécio Magalhães. Também participaram da cerimônia o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH), Alexandre Telles, o secretário municipal de Saúde do Rio, Rodrigo Prado, a subsecretária de vigilância e atenção primária da Secretaria de Estado de Saúde do RJ, Cláudia Melo, o deputado federal Dimas Gadelha, além de outros parlamentares, representantes da Fiocruz e profissionais da Saúde.
O médico Alexandre Oliveira Telles foi empossado como diretor do DGH. Nos hospitais federais, tomaram posse Abel Martinez Domingues, diretor do Hospital Federal dos Servidores do Estado; Claudio Ferreira Cotta, diretor do Hospital Federal da Lagoa; Gabriel Farias da Cruz, diretor Hospital Federal de Bonsucesso; Selene Maria Rendeiro Bezerra, diretora Hospital Federal de Ipanema; e Gustavo Albino Pinto Magalhães, diretor Hospital Federal Cardoso Fontes. Também foram empossadas Germana Lyra Barh, no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) e Aurora Felice Castro Issa, no Instituto Nacional de Cardiologia.
“É uma alegria enorme dar posse às diretoras e diretores. Mas, eu vejo esse dia de hoje como uma afirmação da importância da atenção à Saúde, do SUS, dos institutos nacionais e dos hospitais federais, que não devem ser vistos como um problema, e sim como parte da solução coletiva para as questões de saúde no Rio de Janeiro”, declarou a ministra Nísia Trindade.
Diagnóstico da rede federal
O diretor do DGH apresentou um diagnóstico da situação encontrada pela atual gestão nos hospitais da rede federal. “Uma das nossas primeiras ações no DGH foi a criação de uma comissão para realizar o diagnóstico das situações assistenciais e administrativas em que nós recebemos esses hospitais”, destacou Alexandre Telles. Foram listadas as necessidades de obras estruturais, de compra e manutenção de equipamentos e, principalmente, da contratação de profissionais de saúde. O relatório apontou uma redução de 1639 servidores estatutários entre 2018 e 2023. E, segundo uma recomendação do Ministério Público em uma Ação Civil Pública (nº 0134561-30.2016.4025.101), a rede federal possui um déficit de 7002 profissionais.
O diretor do DGH destacou ainda outros dados inéditos, a respeito do perfil dos pacientes atendidos. “A falta de definição de perfil assistencial das emergências implica em admitir pacientes com perfil de patologias de baixa complexidade, sobrecarregando as unidades que já padecem com a falta de recursos humanos e materiais”, explicou Alexandre Telles.
Abertura de leitos
Desde fevereiro, foram reabertos 305 leitos nos seis hospitais federais do Rio de Janeiro. Dos 593 leitos impedidos em janeiro, o Censo Hospitalar dos hospitais no Rio de Janeiro contabilizou no dia 06 de abril 288 leitos impedidos. “A maior justificativa era por causa da falta de recursos humanos. Mesmo assim, conseguimos chegar em abril com uma redução de 51% dos leitos impedidos desde o início da nossa gestão”, anunciou o diretor do DGH. Alexandre Telles também apresentou os dados da ocupação dos leitos liberados. Em janeiro eram 843 pacientes internados nos hospitais federais do Rio, contra 1205 no dia 6 de abril.
“O novo setor de Oncologia do Hospital Federal do Andaraí já está com as obras avançadas. No Hospital Federal de Bonsucesso, reabrimos a unidade coronariana que encontramos fechada, abrimos leitos na clínica médica, na enfermaria pediátrica e no CRT, e dobramos a oferta de cateterismo”, detalhou Alexandre Telles como algumas das principais medidas emergenciais realizadas nos hospitais. O gestor também anunciou a retomada das câmaras técnicas de cada hospital e a criação de um grupo de trabalho para elaborar o plano de emergência para os problemas identificados na rede hospitalar federal. “O SUS é fruto da participação e do controle social. Nossas primeiras medidas incluíram um diálogo com os conselhos municipais, com os conselhos distritais, com usuários, com os profissionais e com os gestores”, finalizou o diretor do DGH.
Diálogo governamental
O secretário municipal de Saúde do Rio, Rodrigo Prado, e a subsecretária de vigilância e atenção primária da Secretaria de Estado de Saúde do RJ, Cláudia Melo, destacaram os avanços no diálogo entre os diferentes representantes de órgãos públicos na gestão da SUS no Rio de Janeiro. “Estávamos ansiosos por essa retomada dos hospitais federais. Com a presença do Alexandre Telles na direção do DGH, a gente já percebe uma mudança de articulação com os níveis locais. Já temos diálogos e melhoras, mas sabemos dos desafios à frente, pois essas unidades são de suma importância para o Sistema Único de Saúde da cidade e do estado do Rio de Janeiro”, afirmou o secretário Rodrigo Prado.
O secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Magalhães, analisou os primeiros resultados da nova gestão do DGH/RJ como fruto de uma “longa travessia” e parabenizou todos os profissionais envolvidos na elaboração do relatório e na reabertura dos leitos. “Esses dados são uma constatação da realidade, de um legado horroroso que nós recebemos. Ao mesmo tempo, esse relatório mostra que abrimos o equivalente a um hospital de médio porte no Rio de Janeiro, do começo do ano pra cá”, analisou Helvécio Magalhães.
Por: Rodrigo Costa
fotos: Alexandre Brum