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Pediatra fala da importância da vacinação infantil
Outubro é um mês importante para a saúde das crianças. Na última segunda-feira (17/10) foi comemorado o Dia Nacional da Vacinação e, hoje (24/10), é o Dia Mundial do Combate a Poliomielite. Essa agenda é estratégica, pois dados divulgados pelo Ministério da Saúde mostram que o Brasil não atingiu a meta estabelecida para a imunização infantil contra a poliomielite. O objetivo é vacinar 95% das crianças de até cinco anos, mas apenas cerca de 65% foram vacinadas até agora. A campanha de imunização contra a pólio ocorreu entre 8 de agosto e teve fim em 30 de setembro, mas as vacinas seguem disponíveis nos postos de vacinação do país.
Paula Mota, pediatra e infectologista pediátrica do Hospital Federal do Servidores do Estado (HFSE), ressalta que a vacinação é uma aliada da saúde infantil e seu principal desfecho é evitar a mortalidade, aumentando a expectativa de vida. “Quando a gente fala em saúde da criança, vemos a vacinação como principal aliado, isso porque quando ela nasce tem seu sistema imunológico extremamente imaturo. Alguns anticorpos são passados pela placenta, ainda dentro da barriga, e outros durante a amamentação, mas mesmo assim é bastante imaturo. A vacinação entra no sentido de apresentar ao sistema imunológico bactérias que as crianças nunca tiveram contato e, quando efetivamente tiveram, consigam uma resposta imunológica eficaz”, afirmou a pediatra.
Paula Mota, pediatra e infectologista pediátrica do HFSE
Apesar do Programa Nacional de Imunização (PNI) ser referência e exemplo mundial. Em 2021, três a cada 10 crianças não foram vacinadas contra a poliomielite. Paula acredita que essa baixa adesão à vacinação é pelo fato de algumas pessoas não terem visto a doença no Brasil. “Justamente por já ter sido erradicada do país e estarmos livres da circulação da doença, tem pessoas que nunca viram. Então, as pessoas têm a sensação de que estão totalmente protegidas, mas esquecem que alguns países ainda são endêmicos para esse vírus e ele pode ser reintroduzido no Brasil”, explicou a infectologista pediátrica do HFSE.
A médica aponta que a baixa cobertura vacinal além de trazer uma série de consequências para a saúde da criança, também afeta no desenvolvimento social dela. “Determinadas doenças causam sequelas irreversíveis, como impactos na função motora e isso pode vir a impactar na ida dela à escola, e até mesmo no futuro mercado de trabalho, visto que haverá menos oportunidade”, disse a pediatra.
Saiba mais
O último caso de Poliomielite registrado no Brasil foi em 1989. Em 1994, o país recebeu o certificado da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), de área livre de circulação do vírus selvagem da pólio. A poliomielite é uma doença infectocontagiosa aguda causada por um vírus que vive no intestino, chamado de poliovírus. Crianças infectadas podem desenvolver paralisia infantil e ter sequelas permanentes para toda a vida, com perda de força muscular e reflexos, além de insuficiência respiratória. A infecção também pode levar à morte.
Plano Nacional de Imunização (PNI)
O Plano Nacional de Imunização (PNI) do Brasil foi criado em 1973. Ele tem foco na universalização das imunizações no país. A partir de 1977, o PNI passou a administrar a BCG, além das vacinas contra o sarampo, a pólio e a tríplice bacteriana (DTP), que protege da difteria, do tétano e da coqueluche. Atualmente, 45 imunobiológicos são disponibilizados anualmente pelo programa.
Com informações do Ministério da Saúde
Por Guida Cury*
*Supervisão de Pâmela Pinto