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Dia Internacional da Enfermagem
Naira Maria Machado Dutra, chefe de enfermagem do Hospital Federal da Lagoa (HFL), recorda com emoção a primeira onda de Covid-19 na unidade, quando os protocolos de rotina, estabelecidos para os profissionais de enfermagem, não eram suficientes para controlar a disseminação do vírus no ambiente hospitalar. Neste dia 12 de maio, quando se comemora o Dia Internacional da Enfermagem, Naira Dutra lembrou a situação extrema que os profissionais enfrentaram naquele período:
“ Equipes com cinco pessoas precisavam trabalhar com três ou até dois enfermeiros. Alguns adoeciam e precisavam ficar afastados. Eu remanejava profissionais de setor o tempo todo. Foi muito estressante e cansativo. Mas a Enfermagem vestiu a camisa e conseguiu atender aos pacientes da melhor forma possível naquele momento”, afirmou Naira, orgulhosa.
Uma equipe muito qualificada
A data de 12 de maio foi escolhida por ser o nascimento de Florence Nightingale, uma chefe de enfermagem que organizou o atendimento de soldados feridos, em meio a Guerra da Crimeia. Por volta do ano de 1855, Nightingale se destacou por treinar enfermeiras em meio ao caos de uma guerra. Enquanto isso, no ano de 2022, a também chefe de enfermagem, Naira Dutra, revelou uma estratégia semelhante que utilizou para enfrentar a pandemia no HFL:
“ Os profissionais ficavam nervosos até para tirar o capote. Além disso, a equipe ficava muito abalada com a sucessão de mortes. Nossa estratégia foi intensificar os treinamentos. Estabelecer novos protocolos e deixar os profissionais mais seguros para realizar o atendimento. Nosso material humano é muito qualificado, mas foi colocado em uma condição que ninguém estava acostumado”, explicou.
No Hospital Federal da Lagoa, o treinamento passou a ser um exercício diário no ano de 2020. Se Florence Nightingale ficou conhecida como a Dama da Lamparina, por realizar rondas noturnas para ajudar os soldados feridos, no HFL a chefe de enfermagem ia pessoalmente em cada setor para ministrar treinamentos diários.
“ Como era tudo muito novo, os protocolos oficiais mudavam muito rápido. Então, precisávamos ir até eles para atualizar os procedimentos. O resultado foi considerável, tanto que nas ondas seguintes os enfermeiros já sabiam como agir”, concluiu.
Texto: Antonio Vianna