Situação Epidemiológica
A Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) ocorre quando uma gestante contrai o vírus da rubéola, resultando em transmissão vertical para o feto, o que pode causar uma série de malformações congênitas, incluindo problemas auditivos, cardíacos, visuais e neurológicos. Essa condição pode ter impactos devastadores na saúde neonatal, especialmente em regiões onde a vacinação contra rubéola não é amplamente disseminada.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), antes da introdução em massa da vacina contra a rubéola, estimava-se que cerca de 100.000 casos de SRC ocorriam globalmente a cada ano. A implementação de programas de imunização em várias partes do mundo resultou em uma significativa redução da incidência de rubéola e da SRC. Em países de alta cobertura vacinal, a transmissão do vírus foi eliminada, e a erradicação da rubéola e da SRC se tornou um objetivo global.
A OMS tem trabalhado com estados-membros para erradicar a rubéola por meio da integração da vacina combinada contra sarampo, caxumba e rubéola (tríplice viral) nos calendários de vacinação de rotina. Apesar dos progressos, surtos ocasionais ainda são relatados, particularmente em países com baixas taxas de vacinação.
No Brasil, a rubéola foi incluída como doença de notificação compulsória apenas na segunda metade da década de 1990. Durante o período de 1999 a 2001, o país vivenciou o aumento do número de casos de SRC em diversos estados. Em 2001, foram notificados 107 casos de SRC no Brasil, com maior concentração na Região Norte (27 casos) e na Região Sudeste (51 casos).
A implementação do Plano de Erradicação do Sarampo, a partir de 1999, e as campanhas de vacinação massivas contra rubéola, como a realizada em 2008, foram cruciais para a redução da circulação do vírus da rubéola e, consequentemente, dos casos de SRC. Nessa campanha, 67,9 milhões de pessoas foram vacinadas, atingindo cerca de 96,7% do público-alvo, composto por homens e mulheres entre 20 e 39 anos.
O Brasil avançou significativamente no controle da SRC, tanto que, em 23 de abril de 2015, o país recebeu do Comitê Internacional de Experts o reconhecimento pela eliminação da SRC. Desde 2009, não foram registrados casos confirmados de SRC no Brasil.
Entre 1997 e 2008, foram confirmados surtos de SRC em várias regiões do país, com destaque para São Paulo, Rio de Janeiro e outros estados da Região Sudeste e Sul. Em 2008, com a intensificação da vigilância e vacinação de bloqueio, o número de casos de SRC caiu drasticamente. A última confirmação de caso de rubéola no Brasil foi em 2008, e desde então o país tem mantido o status de eliminação da SRC.
A eliminação da rubéola e da SRC é um exemplo do impacto positivo de programas de vacinação em larga escala. No Brasil, as campanhas de vacinação em massa e a vigilância epidemiológica rigorosa desempenharam um papel essencial na eliminação da doença.