DIU de cobre
O dispositivo intrauterino - DIU é um método contraceptivo de alta efetividade - acima de 99%, índice maior ao da pílula anticoncepcional é equivalente à laqueadura. Ele pode ser inserido em qualquer momento da vida reprodutiva, inclusive em mulheres que não tiveram filhos, desde que esteja descartada a possibilidade de gravidez.
Sua principal vantagem é ter duração de até 10 anos e ação localizada, de forma que:
- Sua eficácia NÃO diminui por interação com outras medicações;
- NÃO é um método hormonal;
- NÃO dependente da ação da pessoa para sua efetividade (não comportamental);
- NÃO é abortivo;
- NÃO provoca doença inflamatória pélvica e nem infertilidade.
O DIU atua enquanto contraceptivo por meio dos seguintes mecanismos:
- Provoca mudanças no endométrio (parede do útero) pela liberação de íons de cobre na cavidade uterina, levando a uma ação inflamatória e citotóxica com efeito espermicida, ou seja, impede a passagem dos espermatozoides, agindo antes da fecundação.
- Aumenta a concentração de cobre no muco cervical, ocasionando uma dificuldade de mobilidade para os espermatozoides.
- Alteração de mecanismos das trompas, o que dificulta a movimentação do óvulo em direção ao útero e à fecundação.
Se a pessoa optar por engravidar, o DIU com cobre pode ser retirado a qualquer momento, e a gravidez pode acontecer logo em seguida.
Contraindicações
A presença de qualquer uma dessas condições contraindica a inserção do DIU:
- Gestação;
- Prolapso uterino total;
- Câncer do colo do útero e câncer de endométrio;
- Imunodepressão grave pelo HIV (AIDS nos estágios clínicos 3 e 4);
- Trombocitopenia severa e outros distúrbios graves da coagulação;
- Período compreendido entre 48 horas e 1 mês pós-parto;
- Sangramento uterino anormal de origem desconhecida;
- Doença trofoblástica gestacional em tratamento;
- Distorções da cavidade uterina congênitas (malformações uterinas) ou adquiridas (miomas, pólipos, estenose do colo uterino) quando estas impedem a introdução ou a permanência do DIU no interior da cavidade uterina;
- Identificação ao exame físico de sinais sugestivos de cervicite, doença inflamatória pélvica aguda, endometrite crônica ou tuberculose pélvica. A inserção do DIU pode ser realizada imediatamente após o término do tratamento dessas afecções;
- Alergia ao cobre;
Durante o pós-parto / pós aborto imediato é contraindicada a inserção do DIU na:
- Presença de febre durante o trabalho de parto ou rotura de membranas amnióticas há mais de 24 horas;
- Ocorrência de hipotonia / atonia uterina ou retenção placentária;
- Vigência de abortamento infectado.
Em alguns casos a contraindicação relativa, cabe a avaliação da equipe de saúde:
- Câncer de ovário (considerar avaliação consultiva do ginecologista)
- Doença trofoblástica benigna (considerar avaliação consultiva do ginecologista)
- Doença relacionada ao HIV severa ou avançada (considerar risco x benefício)
- Trombocitopenia severa conhecida (checar plaquetas antes da inserção)
- Doenças que interferem na coagulação (checar coagulação antes da inserção)
Vale ressaltar os casos de indicação do DIU de cobre:
- Qualquer mulher em idade reprodutiva que não tenha nenhuma das contraindicações citadas.
- Adolescentes, mulheres que não tiveram filhos ou nunca engravidaram, e pessoas soropositivas assintomáticas, por exemplo, são candidatas a usar o DIU de cobre como método contraceptivo
Para mais informações, consulte o Manual Técnico para Profissionais de Saúde – DIU com Cobre T Cu 380 A.
Vantagens
- Alta eficácia.
- Longa duração (10 anos).
- Reversível.
- Não hormonal.
- Disponível no SUS.
- Pode ser inserido no pós-parto imediato.
- Pode ser inserido pós abortamento (induzido ou espontâneo).
- Pode ser utilizado como contracepção de emergência, em até 5 dias após relação sexual desprotegida.
- Pode ser retirado a qualquer momento.
Desvantagens
- Aumento do fluxo menstrual, observado principalmente nos três primeiros meses de uso. Um moderado aumento pode permanecer por períodos mais prolongados para algumas mulheres, cessando imediatamente com a retirada.
- Aumento ou aparecimento transitório de cólicas menstruais – especialmente nos primeiros meses.
- Possibilidade de expulsão, sendo mais comum no primeiro ano.
- Possibilidade de perfuração uterina durante a inserção, evento extremamente raro.