A Saúde da Mulher envolve o cuidado integral das mulheres em todas as fases da vida. Esse cuidado deve incluir um conjunto de ações de prevenção, promoção, tratamento e recuperação da saúde, garantindo acesso equitativo e de qualidade aos serviços de saúde. É fundamental atender as necessidades específicas das mulheres, respeitando suas diversidades e promovendo a equidade em saúde.
O cuidado integral inclui a saúde ginecológica, os direitos sexuais e reprodutivos, a saúde materna ao longo de todo o ciclo gravídico e puerperal, a dignidade menstrual, a atenção ao climatério e à menopausa, a saúde mental e os cuidados em situações de violência.
Além disso, o Ministério da Saúde se dedica a reduzir a mortalidade materna, prevenir doenças e agravos, promover a autonomia e o bem-estar das mulheres e combater a violência de gênero.
A Atenção Integral à Saúde das Mulheres é orientada pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher - PNAISM. Esta política foi elaborada em parceria com diversos setores da sociedade, em especial o movimento de mulheres, o movimento negro e o de trabalhadoras rurais, sociedades científicas, pesquisadores e estudiosos da área, organizações não governamentais, gestores do SUS e agências de cooperação internacional.
Saúde Ginecológica
Conhecido como “preventivo” ou “Papanicolau”, o exame citopatológico do colo do útero permite a detecção precoce do câncer de colo do útero. O principal fator de risco é a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), vírus que atinge pele e mucosas e que pode ser detectado através do exame.
Todas as mulheres entre 25 e 64 anos que já iniciaram sua vida sexual devem realizar este exame periodicamente, independentemente da presença de sintomas. A recomendação é fazer o exame anualmente e, após dois resultados negativos consecutivos, o intervalo pode ser estendido para três anos.
É essencial buscar atendimento na atenção primária o mais rapidamente possível em casos de corrimento, odor fétido ou lesões na vulva e vagina, como verrugas genitais. Vale destacar que mulheres que tiveram apenas relações homoafetivas também precisam realizar o exame. A vacinação contra o HPV é a principal forma de proteção contra a infecção pelo vírus. O uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer pelo contato com a pele da vulva, região perineal, perianal e bolsa escrotal.
Importância do exame preventivo: | Rastreio e prevenção do câncer de colo de útero. |
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Frequência: | Anual. Após dois resultados negativos consecutivos, a cada três anos. |
Onde realizar: | Na Unidade Básica de Saúde com médico(a) ou enfermeiro(a) ou profissional médico ginecologista e obstetra dos serviços de saúde especializados. |
O exame preventivo, a vacinação e o acesso a preservativos, tanto feminino quanto masculino, estão disponíveis nas unidades de saúde da Atenção Primária à Saúde. O exame é realizado em um consultório equipado e pode ser coletado por médica (o) ou enfermeira (o). O exame é ofertado e realizado na Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua casa. O procedimento de coleta do exame não causa dor, mas a inserção do espéculo vaginal para a coleta pode causar algum desconforto.
- É fundamental que o exame seja realizado de maneira respeitosa e com total privacidade, proporcionando uma experiência humanizada e confortável para a mulher que busca atendimento. Durante o exame, é importante assegurar: Privacidade da mulher;
- Respeito às suas escolhas sexuais, afetivas e de gênero;
- Respeito a sua classe social e raça.
Você sabia?
Estudos mostram que pessoas negras, pessoas com deficiência, idosas e LGBTQIAPN+ realizam menos exames de prevenção. Isso pode ser agravado pelo medo da discriminação durante o atendimento, pela falta de informações direcionadas à sua realidade e dificuldades no manejo clínico do exame. Por isso, é importante que as equipes de saúde garantam um ambiente de respeito e forneçam informações acessíveis para atender à diversidade de pessoas e grupos sociais no território de abrangência.
Leitura do resultado do exame:
- Negativo para câncer: se esse for o primeiro resultado negativo, é importante fazer o exame preventivo novamente em um ano. Se já houver um resultado negativo no ano anterior, o próximo exame preventivo deverá ser feito em três anos;
- Infecção pelo HPV ou lesão de baixo grau: repetir o exame em seis meses;
- Lesão de alto grau: o(a) médico(a) decidirá a melhor conduta, uma vez que outros exames podem ser necessários, como a colposcopia;
- Amostra insatisfatória: a quantidade de material coletado não foi suficiente para fazer o exame. Será necessário repetir o exame.
Importante: Lembre-se que o exame preventivo é fundamental para a detecção precoce do câncer de colo de útero, causado pelo HPV (Papilomavírus Humano), um vírus transmitido principalmente meio das relações sexuais.
Saiba mais sobre as diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero
Saúde sexual e reprodutiva
A saúde sexual diz respeito à possibilidade de mulheres e homens, ao longo de suas vidas, vivenciarem e expressarem sua sexualidade de maneira saudável, evitando riscos como infecções sexualmente transmissíveis, gestações não planejadas, coerção, violência e discriminação. A saúde sexual valoriza a vida, as relações pessoais e a expressão genuína de quem somos. Ela é enriquecedora, inclui o prazer e incentiva a autoconfiança e a comunicação nas relações.
As principais estratégias para a saúde sexual e reprodutiva incluem o acesso a uma ampla gama de serviços, tais como:
- Abordagem integral aos cuidados de saúde;
- Ações de educação em saúde;
- Disponibilização de métodos contraceptivos;
- Cuidado adequado durante a gestação, o parto e o puerpério;
- Prevenção, diagnóstico e tratamento de infecções sexualmente transmissíveis e da transmissão vertical;
- Atendimento a pessoas vítimas de violência sexual;
- Interrupção gestacional nos casos previstos em lei.
Saúde Materna
A gravidez é um período de grandes transformações para a mulher, sua parceria e para toda a família. Pode ser um momento esperado e desejado por muito tempo ou uma surpresa, por vezes, indesejada. Mesmo quando planejada, é necessária muita preparação para se adaptar a essa nova fase da vida.
Considerando a importância desse momento, toda mulher tem direito ao atendimento na gravidez, no parto e após o parto, e pode contar com a rede de atenção à saúde da gestante e da criança, uma política pública de saúde nacional, que fortalecem os seus direitos.