Desenvolvimento Infantil
A primeira infância é um período muito importante para o desenvolvimento mental e emocional e de socialização da criança. É fundamental estimular a criança nessa fase, para que ela tenha uma vida saudável e possa se desenvolver bem na infância, na adolescência e na vida adulta. Acompanhe o desenvolvimento da criança com o profissional de saúde. Se achar que algo não vai bem, não deixe de alertá-lo para que possa examiná-la melhor.
Do nascimento até 2 meses de idade
- Para que o bebê se desenvolva bem, é necessário, antes de tudo, que seja amado e desejado pela sua família e que esta tente compreender seus sentimentos e satisfazer suas necessidades. A ligação entre a mãe e o bebê é muito importante neste início de vida; por isso, deve ser fortalecida;
- Converse com o bebê, buscando contato visual (olhos nos olhos). Não tenha vergonha de falar com ele de forma carinhosa, aparentemente infantil. É desse modo que se iniciam as primeiras conversas. Lembre-se de que o bebê reconhece e se acalma com a voz da mãe. Nessa fase, o bebê se assusta quando ouve sons ou ruídos inesperados e altos;
- Preste atenção no choro do bebê. Ele chora de jeito diferente dependendo do que está sentindo: fome, frio/calor, dor, necessidade de aconchego;
- Estimule o bebê mostrando-lhe objetos coloridos a uma distância de mais ou menos 30cm;
- Para fortalecer os músculos do pescoço do bebê, deite-o com a barriga para baixo e chame sua atenção com brinquedos ou chamando por ele, estimulando-o a levantar a cabeça. Isto o ajudará a sustentá-la.
2 a 4 meses
- Brinque com o bebê conversando e olhando para ele;
- Ofereça objetos para ele pegar, tocar com as mãos;
- Coloque o bebê de bruços, apoiado nos seus braços, e brinque com ele, conversando e mostrando-lhe brinquedos à sua frente;
- Observe que o bebê brinca com a voz e tenta “conversar”, falando “aaa, qqq, rrr”.
4 a 6 meses
- Ao oferecer algo para o bebê (comida, brinquedo etc.), espere um pouco para ver sua reação. Com isso, ele aprenderá a expressar aceitação, prazer e desconforto;
- Acostume o bebê a dormir mais à noite;
- Ofereça brinquedos a pequenas distâncias, dando a ele a chance de alcançá-los;
- Proporcione estímulos sonoros ao bebê, fora do seu alcance visual, para que ele tente localizar de onde vem o som, virando a cabeça;
- Estimule-o a rolar, mudando de posição (de barriga para baixo para barriga para cima). Use objetos e outros recursos (brinquedos, palmas etc.).
6 a 9 meses
- Dê atenção à criança demonstrando que está atento aos seus pedidos. Nesta idade, ela busca chamar a atenção das pessoas, procurando agradá-las e obter a sua aprovação;
- Dê à criança brinquedos fáceis de segurar, para que ela treine passar de uma mão para a outra;
- Converse bastante com a criança, cante, use palavras que ela possa repetir (dadá, papá etc.). Ela também pode localizar de onde vem o som;
- Coloque a criança no chão (esteira, colchonete) estimulando-a a se sentar, se arrastar e engatinhar.
9 meses a 1 ano
- Brinque com a criança com músicas, fazendo gestos (bater palmas, dar tchau etc.), solicitando sua resposta;
- Coloque ao alcance da criança, sempre na presença de um adulto, objetos pequenos como tampinhas ou bolinha de papel pequena, para que ela possa apanhá-los, usando o movimento de pinça (dois dedinhos). Muito cuidado para que ela não coloque esses objetos na boca, no nariz ou nos ouvidos;
- Converse com a criança e use livros com figuras. Ela pode falar algumas palavras como (mamã, papá, dá) e entende ordens simples como “dar tchau”;
- Deixe a criança no chão para que ela possa levantar-se e andar se apoiando.
1 ano a 1 ano e 3 meses
- Seja firme e didático com a criança, mostrando-lhe o que pode e o que não pode fazer;
- Afaste-se da criança por períodos curtos, para que ela não tenha medo da sua ausência;
- Estimule o uso das palavras em vez de gestos, usando rimas, músicas e sons comumente falados;
- Ofereça à criança objetos de diversos tamanhos, para que ela aprenda a encaixar e retirar um objeto do outro;
- Crie oportunidades para ela se locomover com segurança, para aprender a andar sozinha.
1 ano e 3 meses a 1 ano e 6 meses
- Continue sendo claro e firme com a criança, para que ela aprenda a ter limites;
- Conte pequenas histórias, ouça música com a criança e dance com ela;
- Dê ordens simples, como “dá um beijo na mamãe”, bate palminha;
- Dê à criança papel e giz de cera (giz modelo “estaca”, grosso) para que inicie os seus rabiscos. Isto estimulará sua criatividade;
- Crie oportunidades para a criança andar não só para frente como também para trás (puxando carrinho etc.).
1 ano e 6 meses a 2 anos
- Estimule a criança a colocar e tirar suas roupas, inicialmente com ajuda;
- Ofereça brinquedos de encaixe, que possam ser empilhados, e mostre como fazer;
- Mostre figuras nos livros e revistas falando os nomes dessas figuras;
- Brinque de chutar bola (fazer gol);
- Observe que a criança começa a juntar palavras e a falar frases simples como “gato cadê?” ou “leite não”;
- Entenda que nesta idade a criança demonstra ter vontade própria, testa limites e fala muito a palavra não.
2 anos a 2 anos e 6 meses
- Continue estimulando a criança para que ela se torne independente em atividades de autocuidado diário, como, por exemplo, na alimentação (iniciativa para se alimentar), no momento do banho e de se vestir;
- Comece a estimular a criança a controlar a eliminação de fezes e urina, em clima de brincadeira, sem exercer pressão ou repreender. Gradativamente, estimule o uso do sanitário;
- Estimule a brincar com outras crianças.
2 anos e 6 meses a 3 anos
- Converse bastante com a criança, peça para ela comentar sobre suas brincadeiras e nomes de amigos, estimulando a linguagem e a inteligência;
- Dê oportunidade para ela ter contato com livros infantis, revistas, papel, lápis, giz de cera. Leia, conte historinhas, brinque de desenhar, recortar figuras, colagem;
- Mostre para ela figuras de animais, peças do vestuário, objetos domésticos e estimule a criança a falar sobre eles: o que fazem, para que servem (ex.: quem mia?);
- Faça brincadeiras utilizando bola e peça para a criança jogar a bola em sua direção, iniciando, assim, brincadeira envolvendo duas ou mais pessoas. Percebendo alterações no desenvolvimento;
- É importante observar como a criança reage ao contato com as pessoas e com o ambiente: se responde ao olhar, à conversa e ao toque dos pais/cuidadores quando amamentada/alimentada, colocada no colo, acariciada. Na criança maior, é importante observar se ela habitualmente se isola, recusa-se a brincar com outras crianças, tem dificuldade na linguagem ou apresenta gestos/movimentos repetitivos;
- É importante também observar se há atraso no desenvolvimento de atividades motoras (como sustentar a cabeça, virar de bruços, engatinhar e andar), na linguagem e comunicação, em memorizar, em realizar alguma tarefa até o fim, na aprendizagem e na solução de problemas práticos relacionados aos hábitos da vida diária. Se a criança não age como você espera e seu desenvolvimento causa dúvidas ou ansiedade na família, converse com o profissional de saúde sobre isso. Quanto mais cedo um problema for identificado e tratado, melhor o resultado. Qualquer atraso ou transtorno de desenvolvimento pode ser minimizado se a criança receber atenção e estimulação adequadas, com a participação da família e de profissionais;
- O diagnóstico de uma deficiência na criança pode gerar momentos difíceis e sentimentos como medo, dúvidas, angústias e dificuldades de aceitação. Todos esses sentimentos são normais diante de um fato novo e não esperado;
- No caso de crianças com deficiência, informações sobre os cuidados com a saúde e o conhecimento sobre os seus direitos são muito importantes para o fortalecimento da família e para o desenvolvimento de habilidades e capacidades que facilitem a independência e a participação social dessas crianças.