Alimentação saudável
A partir dos 6 meses, além do leite materno, é necessário incluir outros alimentos nas refeições das crianças, apresentando a ela a maior diversidade possível de alimentos saudáveis. Uma alimentação saudável é baseada em alimentos in natura e minimamente processados, conforme classificação do Guia Alimentar para a População Brasileira.
O Guia Alimentar para a População Brasileira classifica os alimentos em 4 categorias, segundo o seu nível de processamento: alimentos in natura ou minimamente processados; ingredientes culinários processados; alimentos processados; e alimentos ultraprocessados. Os alimentos in natura e minimamente processados são aqueles obtidos diretamente da natureza, das plantas ou dos animais, sem sofrerem alterações. Os alimentos minimamente processados passam por alguma modificação, como limpeza, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento ou outros processos que levam à adição de sal, açúcar, óleos, gorduras ou qualquer outra substância ao alimento original.
Assim, são apresentados abaixo os Doze passos para uma alimentação saudável de crianças menores de dois anos.
Doze passos para uma alimentação saudável de crianças menores de dois anos de acordo com o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos
- Amamentar até dois anos ou mais, oferecendo somente o leite materno até os seis meses.
- Oferecer alimentos in natura ou minimamente processados, além do leite materno, a partir dos 6 meses.
- Oferecer água própria para o consumo em vez de sucos, refrigerantes e outras bebidas açucaradas.
- Oferecer comida amassada quando a criança começar a comer outros alimentos além do leite materno.
- Não oferecer preparações ou produtos que contenham açúcar até os dois anos de idade.
- Não oferecer alimentos ultraprocessados para a criança.
- Cozinhar a mesma comida para a criança e para a família.
- Zelar para que a hora da alimentação da criança seja um momento de experiências positivas, aprendizado e afeto.
- Prestar atenção aos sinais de fome e saciedade da criança e conversar com ela durante a refeição.
- Cuidar da higiene em todas as etapas da alimentação da criança e da família.
- Oferecer alimentação adequada e saudável também fora de casa.
- Proteger a criança da publicidade de alimentos.
Orientações
Orientações alimentares para crianças de 2 a 10 anos de idade de acordo com o protocolo de Uso do Guia Alimentar para a População Brasileira
- Estimule o consumo diário de feijão ou outros legumes, preferencialmente no almoço e no jantar da criança e da família.
- Evite o consumo de bebidas adoçadas ultraprocessadas, tais como refrigerantes, sucos de caixinha, sucos em pó, refrescos, bebidas lácteas, achocolatados.
- Evite o consumo de alimentos ultraprocessados como hambúrguer pronto e/ou embutidos (linguiças, salsicha, presunto, mortadela, salames), macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos/bolachas salgados ou recheados, doces ou guloseimas.
- Estimule o consumo diário de legumes e verduras no almoço e no jantar da criança e da família.
- Estimule o consumo diário de frutas pela criança e pela família.
- Se puder, escolha realizar as refeições em um ambiente tranquilo, silencioso, sem distratores como telas (TV, celular, videogame, tablet, entre outros), evitando pular ou substituir as refeições.
- Sempre que possível estimule que a criança faça as refeições com a companhia da família ou de amigos.
- A organização e o planejamento das refeições e pequenas refeições, bem como o consumo de alimentos mais saudáveis, devem ser partilhados entre todos os familiares quando dentro ou fora de casa.
- Ensine a criança a lavar as mãos antes das refeições e a escovar os dentes depois de comer.
- Inclua carnes e vísceras como fígado em uma refeição ao longo da semana. Esses alimentos são fontes de ferro e vitamina A, nutrientes essenciais para prevenção de anemia.
- A publicidade de alimentos ultraprocessados domina os anúncios comerciais de alimentos, veiculando frequentemente informações incorretas ou incompletas sobre alimentação com intuito de vender o produto e não promover a saúde. As crianças são o alvo preferencial da indústria de alimentos já que são facilmente persuadidas, convencem os familiares e fidelizam os consumidores.
- Os locais próximos às escolas costumam oferecer uma ampla variedade de alimentos ultraprocessados, atrativos para as crianças. Oriente a criança a ter o hábito de ter na mochila opções saudáveis de lanches para a hora da fome.
O que levar na lancheira quando a criança estiver fora de casa? Confira as sugestões para composição da lancheira.
- Um líquido: preferencialmente água. Outras alternativas: suco natural sem açúcar, chás caseiros ou água de coco natural.
- Uma fruta fresca já higienizada (banana, caju, mangaba, jaca, acerola, maçã, morangos, pera, uva, goiaba, entre outras) ou vegetais (palitinhos de cenoura, abobrinha, brócolis cozido, beterraba, etc.).
- Um complemento: pão de queijo caseiro, tapioca, cuscuz, sanduíche, iogurte natural, bolo caseiro.
Para o recheio dos lanches utilizar recheios como:
Ricota temperada com ervas frescas e cenoura ralada; atum, carne moída ou frango desfiado com tomate e alface; pasta de grão-de-bico; abacate, queijo, tomate e orégano. Oriente que se evite embutidos como presunto, mortadela e peito de peru.
Não devem entrar na lancheira:
- Salgadinhos de pacote, biscoitos salgados.
- Refrigerante e sucos industrializados de caixinha.
- Achocolatados, iogurte com sabor artificial, iogurte tipo petit suisse ou leite fermentado.
- Balas e guloseimas.
- Bolos prontos, biscoitos recheados ou do tipo “maria”.
Se possível, estimule a escolha de uma lancheira e utensílios com cores que a criança goste. A criança pode ser envolvida na preparação e organização da lancheira.
Mais informações podem ser acessadas:
Suplementação de Ferro e Vitamina A
Nos primeiros dois anos de vida, é importante a criança tomar suplemento de ferro e vitamina A, pois a anemia por falta de ferro e a carência de vitamina A podem prejudicar o desenvolvimento físico e mental das crianças. Por isso, leve a criança regularmente às consultas na Unidade Básica de Saúde para acompanhamento e orientações.
Atualmente, o Ministério da Saúde possui três programas e estratégias voltados para a prevenção e atenção às deficiências de micronutrientes:
- Programa Nacional de Suplementação de Ferro: A anemia pode provocar cansaço, fraqueza e falta de apetite, deixando as crianças sem ânimo para brincar. Para evitar a anemia, todas as crianças de 6 a 24 meses, gestantes e mulheres no pós-parto e/ou pós-aborto devem suplementar profilaticamente o ferro.
- Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A: A vitamina A protege a visão, diminui o risco de diarreia e infecções respiratórias e ajuda no desenvolvimento e crescimento da criança. Para proteger e cuidar dessas crianças, o Governo Federal ampliou a distribuição de ferro e vitamina A para todos os estados brasileiros. Portanto, as crianças de 6 a 59 meses devem ser suplementadas na sua Unidade Básica de Saúde de referência.
- A Estratégia de Fortificação da Alimentação Infantil com Micronutrientes em Pó (NutriSUS): Tem por objetivo a prevenção e o cuidado da anemia e outras deficiências nutricionais por meio da suplementação com micronutrientes em pó (15 vitaminas e minerais). A estratégia consiste na adição direta da mistura de vitaminas e minerais em pó em uma das refeições oferecidas para as crianças diariamente. Entretanto, a criança que recebe suplementação pelo NutriSUS não deve receber outro suplemento de ferro, como o sulfato ferroso; e não necessita receber a megadose de vitamina A.
Converse com o profissional de saúde, ele vai lhe orientar como proceder.