Situação Epidemiológica
No Brasil, a rubéola foi incluída na lista de doenças de notificação compulsória somente na segunda metade da década de 1990. Em 1997, ano em que o país enfrentou a última epidemia de sarampo, foram notificados cerca de 30.000 casos de rubéola, sendo que, no período de 1999 a 2001, ocorreram surtos em vários estados do país.
Nesse período, observou-se um aumento progressivo no número de casos suspeitos de SRC (de 200 para 600), o que refletiu tanto o aumento da circulação do vírus, com incidências de 5/100.000 mulheres na faixa etária de 15 a 19 anos e de 6,3/100.000 mulheres na faixa etária de 20-29 anos de Rubéola (em 2001), como o incremento de estratégias de vigilância para a detecção de casos.
Assim, a vigilância epidemiológica dessas doenças tem se mostrado sensível, oportuna e específica.
A implementação do Plano de Erradicação do Sarampo no país, a partir de 1999, impulsionou a vigilância e o controle da Rubéola. Em 2002, ocorreram 1.480 casos no Brasil, o que corresponde a um decréscimo de 95%, quando comparado com a incidência de 1997.
Nesse ano, os coeficientes de incidência do sexo feminino ficaram em 1/100.000 mulheres, tanto na faixa etária de 15-19 como de 20-29 anos de idade.
Entre 2000 e 2002, foram confirmados 37.663 casos de Rubéola. Em 2005, houve um surto de rubéola no Estado do Rio Grande do Sul, com 44 casos confirmados e identificação do genótipo 1D, o mesmo que circulava na Europa.
Observaram-se, nos anos de 2006 e 2007, elevados incrementos no número de casos confirmados e surtos nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e São Paulo, com genótipo 2B, sendo neste ano o incremento de 80% (6.692/8342), e destes 77% (6.640/8342) foram confirmados pelo critério laboratorial.
Com a intensificação da vigilância epidemiológica e a vacinação de bloqueio ampliada em 2008, o número de casos reduziu em 273,6% (6109/8342), quando comparado com o ano de 2007. Nesse ano, 84% (1868/2233) dos casos foram encerrados pelo critério laboratorial.
No Brasil o último caso confirmado de rubéola ocorreu no mês de dezembro de 2008 no estado de São Paulo. De janeiro de 2012 a dezembro de 2015, foram notificados 16.739 casos de rubéola, todos foram encerrados pelo critério laboratorial ou vínculo epidemiológico.
Salienta-se que, na Campanha de Vacinação contra a Rubéola realizada em 2008, foram vacinados cerca de 67,9 milhões de homens e mulheres, com idades entre 20 a 39 anos, incluindo as pessoas de 12 a 19 anos dos estados do RJ, MG, RN, MT e MA, conforme mencionado anteriormente.
Este quantitativo representou 96,7% do público alvo da vacinação.
A definição das faixas etárias para a Campanha de Vacinação da Rubéola, em 2008, ocorreu após o estudo de coorte de nascidos vivos entre 1927 – 2007 para identificar a população não vacinada. Destaca-se, também, a realização de uma campanha de vacinação em massa dirigida às mulheres em idade fértil, entre os anos de 2001 e 2002.
Nesse período, foram introduzidas as vacinas dupla viral (sarampo e rubéola) e tríplice viral no Calendário Básico de Vacinação do PNI, processo iniciado em 1992.
Em 2014 foi confirmado um caso importado de rubéola no estado do Rio de Janeiro, tripulante do navio proveniente das Filipinas, 28 anos de idade, masculino, não vacinado, apresentou exantema em 01 de outubro de 2014. Foi hospitalizado e notificado pelo sistema privado como suspeito de sarampo.
No diagnóstico diferencial a sorologia IgM foi reagente para rubéola e identificado o genótipo 2B.
A equipe de vigilância epidemiológica realizou a investigação buscando sintomáticos entre os 103 tripulantes e administrou 89 doses de vacina tríplice viral no bloqueio vacinal. Não foi identificado nenhum caso secundário.
O Brasil no dia 23 de abril de 2015 recebeu do Comitê Internacional de Experts o documento da verificação da eliminação da Rubéola e da Síndrome da Rubéola Congênita.
Em 27 de setembro de 2016, o País recebeu do Comitê Internacional de Experts o documento da verificação da eliminação do Sarampo.
Óbitos de Rubéola, Brasil, Grandes Regiões e Unidades Federadas 1990 a 2024*
Casos confirmados de Rubéola, Brasil, Grandes Regiões e Unidades Federadas 1997 a 2024*