Prevenção
A profilaxia pré-exposição é uma medida de prevenção que deve ser indicada para pessoas com risco de exposição permanente ao vírus da raiva, durante atividades ocupacionais exercidas por profissionais como:
- Médicos Veterinários; biólogos; profissionais de laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva; estudantes de Medicina Veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica e áreas afins;
- Pessoas que atuam na captura, contenção, manejo, coleta de amostras, vacinação, pesquisas, investigações ecopidemiológicas, identificação e classificação de mamíferos: os domésticos (cão e gato) e/ou de produção (bovídeos, equídeos, caprinos, ovinos e suínos), animais silvestres de vida livre ou de cativeiro, inclusive funcionário de zoológicos;
- Espeleólogos, guias de ecoturismo, pescadores e outros profissionais que trabalham em áreas de risco. Pessoas com risco de exposição ocasional ao vírus, como turistas que viajam para áreas de raiva não controlada, devem ser avaliados individualmente, podendo receber a profilaxia pré-exposição dependendo do risco a que estarão expostos durante a viagem. A profilaxia pré-exposição apresenta as seguintes vantagens;
- Simplifica a terapia pós-exposição, eliminando a necessidade de imunização passiva (soro ou imunoglobulina), e diminui o número de doses da vacina;
- Desencadeia resposta imune secundária mais rápida (booster), quando iniciada a pós-exposição.
Em caso de título insatisfatório, aplicar uma dose de reforço e reavaliar a partir do 14º dia após o reforço.
Importante: A vacinação anual de cães e gatos é eficaz na prevenção da raiva nesses animais, o que consequentemente previne também a raiva humana. Deve-se sempre evitar de se aproximar de cães e gatos sem donos, não mexer ou tocá-los quando estiverem se alimentando, com crias ou mesmo dormindo. Nunca tocar em morcegos ou outros animais silvestres diretamente, principalmente quando estiverem caídos no chão ou encontrados em situações não habituais.
O que fazer após a exposição?
No caso de agressão por parte de algum animal, a assistência médica deve ser procurada o mais rápido possível. Quanto ao ferimento, deve-se lavar abundantemente com água e sabão, o mais rápido possível, e aplicar produto antisséptico.
A limpeza deve ser cuidadosa, visando eliminar as sujidades sem agravar o ferimento, e, em seguida, devem ser utilizados antissépticos como o polivinilpirrolidona-iodo, povidine e digluconato de clorexidina ou álcool-iodado.
Essas substâncias deverão ser utilizadas somente na primeira consulta. Nas seguintes, devem-se realizar cuidados gerais orientados pelo profissional de saúde, de acordo com a avaliação da lesão. O esquema de profilaxia da raiva humana deve ser prescrito pelo médico ou enfermeiro, que avaliará o caso indicando a aplicação de vacina e/ou soro. Nos casos de agressão por cães e gatos, quando possível, observar o animal por 10 dias para ver se ele manifesta doença ou morre.
Importante: Caso o animal adoeça, desapareça ou morra nesse período, informar o serviço de saúde imediatamente.
A Nota Técnica nº 08/2022 - CGZV/DEIDT/SVS/MS, de 10 de março de 2022, que substitui a nota informativa nº 26-SEI/2017-CGPNI/DEVIT/SVS/MS, traz orientações atualizadas referentes ao esquema de profilaxia antirrábica humana.
Ressalta-se que a nota técnica n° 8/2022, atualiza apenas algumas informações específicas que constam no Guia de Vigilância em Saúde 5 ed. 2021.
Sendo assim, as informações que não foram objeto da nota técnica nº 08/2022 devem continuar tendo como material norteador o Guia de Vigilância em Saúde 5 ed. 2021.
A Nota Técnica nº 134/2022-CGZV/DEIDT/SVS/MS destina-se a orientar a administração do soro antirrábico humano (SAR) e da imunoglobulina humana antirrábica (IGHAR) na profilaxia pós-exposição da raiva no Brasil, diante da escassez destes imunobiológicos, por período determinado.
Atualizações no quadro e no fluxograma da profilaxia pós-exposição da raiva humana