Micetoma é uma infecção subcutânea crônica, progressiva e localizada, que acomete os pés, os membros superiores ou as costas. Essa doença surge quando fungos entram no organismo humano por meio de um trauma na pele.
Causas: Os indivíduos geralmente adquirem a infecção pela implantação do fungo na pele, por meio de um trauma decorrente de atividades laborais como manuseio do solo, material orgânico ou objetos contaminados. Os micetomas são causados por fungos filamentosos (eumicetoma) ou bactérias filamentosas aeróbicas (actinomicetoma). Os agentes etiológicos mais frequentes dos eumicetomas pertencem aos gêneros Madurella, Leptosphaeria e Pyrenochaeta.
A transmissão dos micetomas se dá por meio da inoculação (entrada) do fungo na pele a partir de um trauma ocasionado por espinhos ou farpas de madeira, entre outros, alcançando o tecido cutâneo e subcutâneo. Não há transmissão de homem a homem.
Sua ocorrência é predominante na região Nordeste brasileira. Como o fungo está disperso na natureza, os trabalhadores rurais constituem o principal grupo de risco, em vista da sua exposição ao meio ambiente.
Sintomas
Os micetomas se caracterizam pela observação de uma massa subcutânea indolor, de crescimento lento e progressivo, formando vários seios de drenagem e aglomerados de fungos sob a forma de “grãos”. A sintomatologia inclui febre, início súbito de dor na região acometida, inchaço, vermelhidão, aumento de volume de tecido cutâneo e subcutâneo (tumefação) e formação de fístulas com saída de material purulento.
As formas clínicas da doença dependerão de fatores como o estado imunológico do indivíduo e a profundidade da lesão. Os membros inferiores são locais frequentemente acometidos pelo fungo, seguidos dos membros superiores e do dorso. Entretanto, foi observado comprometimento de outras partes do corpo, como os ossos.
Diagnóstico
Os micetomas podem ser diagnosticados por meio de uma correlação entre os dados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. É comum a presença de grãos, que são característicos do tipo de micetoma, em meio ao pus que sai das lesões. A confirmação diagnóstica laboratorial é feita por meio do isolamento do fungo obtido de material de biópsia ou raspagem das lesões. O resultado negativo em amostras suspeitas não afasta o diagnóstico.
Prevenção
A principal medida de prevenção e controle a ser tomada é evitar a exposição direta ao fungo. É importante usar equipamentos de proteção individual (EPI), além de luvas, roupas de mangas longas e calçados ou botas, principalmente, em atividades que envolvam o manuseio de material proveniente do solo e plantas e demais práticas agrícolas. Os indivíduos com lesões suspeitas de micetomas devem procurar atendimento médico, preferencialmente de um dermatologista ou infectologista, para investigação diagnóstica e tratamento.