Situação Epidemiológica da Malária
A malária é considerada um grave problema de saúde pública no mundo, sendo uma das doenças de maior impacto na morbidade e na mortalidade da população dos países situados nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 263 milhões de casos de malária foram registrados em 2023 em 83 países endêmicos. Em 2022 foram 252 milhões de casos. Os óbitos por malária reduziram de 600.000 em 2022 para 597.000 em 2023.
No Brasil, a região amazônica é considerada área endêmica para malária no país, registrando mais de 99% dos casos autóctones. A região compreende os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão. Nas áreas fora da região amazônica mais de 90% dos casos registrados são importados dos estados pertencentes à área endêmica e outros países amazônicos ou do continente africano. Apesar disso, existe transmissão residual de malária em estados da região extra-amazônica, principalmente em áreas de Mata Atlântica.
Dados do Ministério da Saúde apontam uma queda na frequência de casos de malária a partir de 2010 até 2016. Porém, em 2017, foi registrado um aumento de 52,7% nos casos autóctones em relação ao ano de 2016, com 189.515 casos. Em 2018, houve redução de quase 1%. A partir de 2019 são observadas reduções subsequentes até 2022, com a mais expressiva sendo de 18,4% em 2019, quando foram notificados 153.268 casos autóctones. Em 2023, foram registrados 140.265 casos autóctones de malária no país, um aumento de 8,8% em comparação ao ano anterior. Do total de casos autóctones registrados no país em 2023, 17,3% foram de malária por P. falciparum e malária mista, sendo os outros 82,7% de malária por P. vivax e outras espécies.
Em relação às mortes por malária, no ano de 2018, após o aumento do número de casos em 2017, o número de óbitos aumentou 64,7%, indo de 34 em 2017 para 56 em 2018. No ano seguinte, 2019, houve redução de 33,9%, tendo o Brasil registrado 37 óbitos. Em 2020 ocorreu novo aumento, neste ano foram registrados 51 óbitos, 37,8% de aumento em comparação ao ano anterior. Após sucessivos aumentos, em 2023, foram registrados 80 óbitos por malária, 14,8% a mais que no ano anterior.
A letalidade por malária na região amazônica é baixa, chegando a 0,05% no ano de 2023. Já na região extra-amazônica, a letalidade chega a ser 38,5 vezes maior que na região amazônica, chegando a 1,87% (dados preliminares). O óbito nessa região ocorre, na maior parte, em pessoas que vêm infectadas de outros países ou de estados da região amazônica e não recebem o diagnóstico e tratamento oportunos e adequado, devido à dificuldade na suspeição de uma doença que não é frequente nesta área do país e pela desinformação dos viajantes a respeito dos seus riscos. Acesse para mais informações sobre a malária na região extra-amazônica.