Malária na região extra-amazônica
No Brasil, a região amazônica é considerada área endêmica para malária no país, registrando mais de 99% dos casos autóctones. Na região extra-amazônica brasileira, a malária é menos frequente e corresponde a menos de 1% do total de casos do país. No ano de 2023, foram registrados 589 casos da doença nesta região, sendo 30 (5,1%) deles com transmissão local (autóctone).
Mesmo a região extra-amazônica tendo baixa ocorrência de casos de malária, existe transmissão residual da doença principalmente em áreas de Mata Atlântica (SP, MG, RJ e ES entre outros estados).
Do total de casos notificados na região, em 2023, cerca de 60,8% foram importados da região amazônica e os outros 42,4% de outros países, dentre eles países da América Latina e do continente Africano.
Apesar da baixa ocorrência de casos na região extra-amazônica, foram registrados 11 óbitos em 2023. A letalidade nesta região foi 51,1 vezes maior que a letalidade da região amazônica, atingindo 1,87%. Isso ocorre principalmente devido ao fato dos sintomas serem semelhantes a outras doenças infecciosas febris, como dengue, leptospirose, doença de Chagas aguda e leishmaniose visceral, o que atrasa a suspeição da malária e aumenta o risco de agravamento do caso. Dessa forma, o histórico de saúde e viagem do paciente é essencial para subsidiar o processo de investigação epidemiológica da malária.
Devido à presença do mosquito vetor em praticamente todo o território brasileiro, existe o risco de ocorrência de surtos localizados. Para tanto, é fundamental a suspeita de malária em pacientes vindos de áreas endêmicas. O diagnóstico e o tratamento oportunos e adequados são essenciais para evitar o agravamento dos casos, além de serem capazes de impedir a transmissão.
A Fiocruz disponibiliza o Malária Fone, um telefone para fornecimento de informações, das 8h às 18h, sobre a malária e os locais para o seu diagnóstico: +55 (21) 9988-0113. Ele pode ser acionado 24h por dia em caso de emergência (paciente febril com suspeita da doença).
Os contatos das unidades de atendimento para diagnóstico e tratamento de malária podem ser consultados junto à gerência de malária ou ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS). Acesse os contatos de cada estado.