Perguntas e respostas (FAQ)
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HPV - Geral
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O que é HPV?
O HPV (sigla em inglês para Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta pele ou mucosas (oral, genital ou anal) das pessoas, provocando verrugas anogenitais (região genital e ânus) e câncer, a depender do tipo de vírus. A infecção pelo HPV é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST).
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Quais são as formas de transmissão?
A transmissão do HPV se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada. A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Portanto, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão durante o parto. Como muitas pessoas infectadas pelo HPV não apresentam sinal ou sintoma, elas não sabem que têm o vírus, mas podem transmiti-lo.
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Como prevenir a doença?
- Vacinar-se contra o HPV. A vacina é distribuída gratuitamente pelo SUS e é indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos ( 2 doses). homens e mulheres que vivem HIV, pacientes oncológicos e pacientes transplantados na faixa etária de 9 a 45 anos também tem indicação da vacina. Nesses casos a indicação são 3 doses( 0,2,6 meses);
- Exame preventivo de Papanicolaou, para mulheres, a fim de identificar lesões precursoras do câncer do colo do útero;
- Uso do preservativo (camisinha) feminino ou masculino nas relações sexuais. É importante ressaltar que o seu uso, apesar de prevenir a maioria das IST, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois, frequentemente as lesões estão presentes em áreas não protegidas pela camisinha (vulva, região pubiana, perineal ou bolsa escrotal). A camisinha feminina, que cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual.
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Como a doença se manifesta?
A infecção pelo HPV é tipicamente assintomática (sem sintomas) na maioria das pessoas. Em alguns casos, o HPV pode ficar latente de meses a anos, sem manifestar sinais (verrugas na região genital e no ânus visíveis a olho nu), ou apresentar manifestações subclínicas (não visíveis a olho nu). As manifestações costumam ser mais comuns em gestantes e em pessoas com imunidade baixa.
Pode acometer vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis (geralmente na glande), bolsa escrotal e/ou região pubiana. Menos frequentemente, pode estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.
Mais raramente, crianças que foram infectadas no momento do parto podem desenvolver lesões verrucosas nas cordas vocais e laringe (Papilomatose Respiratória Recorrente).
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O que é a Papilomatose Respiratória Recorrente?
É uma doença rara, mas potencialmente grave e que atinge o trato respiratório com predileção pela laringe e traqueia. Manifesta-se geralmente como um tumor benigno epitelial da via aérea que mais frequentemente afeta a laringe, podendo estender-se a todo o trato respiratório. Um dos principais sinais e sintomas é a rouquidão e obstrução das vias aéreas. A doença afeta crianças que foram infectadas pelo HPV no momento do parto.
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Quanto tempo após a pessoa ser infectada surgem as lesões ou as verrugas anogenitais?
As primeiras manifestações da infecção pelo HPV surgem entre, aproximadamente, 2 a 8 meses, mas pode demorar até 20 anos para aparecer algum sinal da infecção.
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É possível que pessoas que não tenham relações sexuais há vários anos possam vir a desenvolver verrugas anogenitais?
Sim. O contato com o vírus HPV pode ter ocorrido há vários anos e este permaneceu no organismo. A diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões.
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Qual é o risco de uma pessoa infectada pelo HPV desenvolver câncer do colo do útero, anal, boca e orofaringe?
Aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo têm HPV, sendo que 32% estão infectadas pelo tipo 16 ou 18, ou por ambos, os tipos responsáveis pela maioria dos casos de câncer de colo do útero. Segundo estudos, o HPV está envolvido em quase 100% dos casos de câncer de colo do útero; 85% dos casos de câncer de ânus; 35% de orofaringe; e 23% de boca. Os cânceres de boca e garganta são o 6º tipo no mundo e a incidência está fortemente relacionada ao HPV e à prática de sexo oral.
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Todas as mulheres que têm o HPV desenvolvem câncer de colo do útero?
Não necessariamente. Algumas pessoas podem desenvolver verrugas anogenitais (na região genital e do ânus) ou alterações benignas (anormais, porém não cancerosas) no colo do útero, dependendo do tipo de HPV. No entanto, pessoas acometidas pelos tipos de HPV de alto risco de podem desenvolver câncer. Essas alterações são provocadas pela persistência do vírus. Por isso, é importante a detecção precoce, por meio do exame preventivo (Papanicolaou) regularmente no serviço de saúde.
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Há cura para a infecção pelo HPV?
O sistema imune pode combater de maneira eficaz a infecção pelo HPV, principalmente entre as pessoas mais jovens. Algumas infecções, porém, persistem e podem causar lesões. As melhores formas de prevenir essas infecções são a vacinação preventiva e o uso regular de preservativo.
É importante ressaltar que qualquer lesão causada pelo HPV precisa de acompanhamento no serviço de saúde para tratamento e prevenção de complicações.
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As verrugas anogenitais podem desaparecer naturalmente, sem nenhum tipo de tratamento?
Não há como saber se as verrugas genitais desaparecerão ou crescerão. Dependendo de seu tamanho e localização, existem várias opções de tratamento. Cabe ao profissional de saúde, definir o melhor tratamento para cada caso. Entre as opções terapêuticas, estão a aplicação de creme ou solução especial nas verrugas ou ainda remoção algumas delas por congelamento, cauterização, a laser ou cirurgia. Em 25% dos casos, as verrugas são reincidentes, reaparecendo mesmo após o tratamento.
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O que é HPV?
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HPV - Vacina
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Qual é a vacina indicada para prevenção do HPV?
A vacina HPV quadrivalente adotada pelo Ministério da Saúde é o método mais eficaz de prevenção contra o HPV, deve ser realizada antes do início da vida sexual, nas faixas etárias de 09 a 14 anos de idade. Essa vacina confere proteção contra os subtipos 6 e 16 (baixo risco), que causam as verrugas genitais e papilomatose respiratória recorrente, e 16 e 18 (alto risco), que podem causar câncer de colo do útero, vagina, pênis e de orofaringe.
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Quem pode tomar a vacina?
A população-alvo prioritária da vacina HPV são meninas e meninos na faixa etária de 9 a 14 anos, que receberão uma dose; e pessoas vivendo com HIV, transplantados de órgãos sólidos e medula, além de pacientes oncólogicos na faixa etária de 9 a 45 anos, que receberão três doses (0, 2 e 6 meses). Está indicada ainda para vítimas de abuso sexual, que deverão receber 3 doses (0, 2 e 6 meses) entre 15 e 45 anos, ou duas doses (0 e 6 meses) se estiver entre 9 e 14 anos.
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A vacina contra HPV provoca algum efeito colateral (evento supostamente atribuído à vacinação)? Caso sim, o que fazer no surgimento deles?
A vacina HPV quadrivalente é segura e os eventos supostamente atribuídos à vacinação, quando presentes, são leves e autolimitados. Eventos adversos graves são muito raros; entretanto, quando acontecem, necessitam de avaliação e assistência imediata e adequada de profissionais devidamente qualificados na rede de serviço do SUS.
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A vacina HPV quadrivalente previne quais tipos de cânceres?
A vacina protege contra os tipos de HPV de alto risco (tipos 16 e 18), responsáveis por casos de câncer de colo do útero, de vagina, vulva pênis, ânus e orofaringe.
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A vacina HPV quadrivalente pode ser administrada concomitantemente com outra vacina?
Sim. A vacina contra o HPV pode ser administrada no mesmo dia (em locais anatômicos diferentes) com outras vacinas. Não há necessidade de intervalos especiais entre a aplicação de uma vacina com a outra.
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As mulheres e homens que já tiveram diagnóstico de HPV podem se vacinar?
Sim, no Sistema Único de Saúde, desde que esteja na faixa etária elegível.
Existem estudos com evidências promissoras de que a vacina previne a reinfecção ou a reativação da doença relacionada ao vírus nela contido, até 45 anos. Não existe risco á saúde caso uma pessoa que já tenha tido HPV seja vacinada.
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Mesmo vacinada(o) será necessário utilizar preservativo durante a relação sexual?
Sim. A vacina garante a proteção apenas do vírus HPV e não de outras doenças sexualmente transmissíveis, por isso o uso do preservativo é fundamental em todas as relações sexuais.
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O Brasil produz a vacina de HPV?
A vacina contra o HPV é produzida por intermédio de uma transferência de tecnologia entre laboratório público Instituto Butantan e pelo laboratório privado MerckSharpDohme (MSD). A vacina é oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos de 9 a 14 anos, visando protegê-los antes da exposição ao vírus. O grupo prioritário também inclui pessoas com imunocomprometimento, vítimas de violência sexual e outras condições específicas, conforme disposição do Programa Nacional de Imunizações (PNI), podendo receber a vacina até os 45 anos. Recentemente, o Ministério da Saúde adotou um esquema de dose única para a vacinação contra o HPV, o que permite aumentar a capacidade de imunização com o estoque atual.
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Por que a vacina não é mais em duas doses?
O Brasil adotou o esquema de dose única para a vacina contra o HPV seguindo uma recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) feita em 2022 e da Organização Pan Americana de Saúde em 2023. Essa recomendação foi baseada em estudos científicos que demonstraram nos seus resultados, que uma dose oferecia a mesma proteção que duas doses em idades específicas.
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A vacina de HPV pode provocar paralisia em quem toma?
Não, a vacina HPV quadrivalente é segura e os eventos supostamente atribuídos à vacinação, quando presentes, são leves e autolimitados. Eventos adversos graves são muito raros; entretanto, quando acontecem, necessitam de avaliação e assistência imediata e adequada de profissionais devidamente qualificados na rede de serviço do SUS.
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Só precisa tomar a vacina de HPV quem é sexualmente ativo?
Não, o vírus HPV pode ser transmitido por outros meios que apenas por intermédio do sexo.
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Comecei o esquema anterior com duas doses. Preciso continuar o esquema?
Se você tiver entre 9 a 14 anos, não precisa mais se vacinar. Se faz parte do grupo de imunodeprimidos ou foi vítima de violência sexual, completar o esquema conforme já orientado.
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Qual é a vacina indicada para prevenção do HPV?
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