Situação epidemiológica
Não há dados consistentes sobre a incidência de varicela no Brasil, uma vez que somente os casos graves internados e óbitos são de notificação compulsória. Entretanto, a estimativa é de cerca de 3 milhões de casos ao ano. No período de 2006 a 2016, o número de internações variou de 4.200 a 12.600 por ano no Sistema Único de Saúde (SUS). As regiões com maior número de internações foram Sudeste e Nordeste.
A análise das internações por faixa etária demonstra que estas se concentram em crianças de 1 a 4 anos de idade, em crianças com menos de 1 ano e de 5 a 9 anos de idade, respectivamente. Embora o maior número absoluto de hospitalizações seja observado entre crianças, grupo em que se espera o maior número de casos da doença, proporcionalmente, os adultos apresentam maior risco de evoluir com complicações, hospitalização e óbito. Com a introdução da vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) no Calendário Nacional de Vacinação em 2013 para crianças de 15 meses de idade, houve uma redução considerável do número de internações no SUS.
A taxa de letalidade entre os casos hospitalizados variou de 1,0 a 4,3 no período de 2006 a 2016.
Características Epidemiológicas do Herpes-zóster e HIV:
A partir de 1981, o herpes-zóster passou a ser reconhecido como uma infecção frequente em pacientes portadores do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV). Posteriormente, observações epidemiológicas demonstraram ser uma manifestação inicial de infecção pelo HIV, cuja ocorrência é preditiva de soropositividade para HIV, em populações de risco. A incidência de herpes-zóster é significativamente maior entre indivíduos HIV positivos do que entre os soronegativos (15 vezes mais frequente nos primeiros). A incidência cumulativa de zóster por 12 anos após a infecção pelo HIV foi de 30%, taxa relativamente constante, podendo caracterizar manifestação precoce ou tardia da infecção pelo HIV. Complicações, como retinite, necrose aguda de retina e encefalite progressiva fatal, têm sido relatadas com mais frequência em pacientes HIV positivos.
No Brasil no período entre 2012 a 2017 foram notificados 602.136 casos de varicela no Brasil, a região sul notificou o maior número com 199.057 (33 %) dos casos, seguindo a região sudeste com 189.249 (31,4%), enquanto a região norte notificou apenas 40.325 (6,6%). Em 2013, destaca-se o ano com o maior registro de casos de varicela, com 197.628 (32,8%) casos, e em 2017 o menor número de registros, com 11220 (1,8%) casos, sendo dados parciais. A média de casos notificados neste período foi de 100.356 casos.
Na tabela 2 a faixa etária com a maior frequência de casos notificados foi de 1 a 4 anos com 227.660 (37,8%), seguido a faixa etária de 5 a 9 anos com 179.592 (29,8%). O menor registro foi observado em pessoas > 50 anos com apenas 4.081 (0,68%) casos.
No período de 2012 a 2017 foram registradas 38.612 internações por varicela no Brasil, o maior número ocorreu em 2013 com 9.553 (24,7%) e em 2017 apenas 1.793 (4,6%) internações até junho de 2017, com a média de 6.435 casos. A faixa etária com o maior número de internação foi > 50 anos com 12.455 (24,1%), seguidas pela faixa etária de 1 a 4 anos com 9.328 (24,1%) casos e o menor registro foi em pacientes com 15 a 19 anos, 1.099 internações(1,5%).
No Brasil, no período de 2012 a 2016, foram registrados 649 casos de óbitos por varicela com ou sem outras complicações, com destaque na faixa etária de 1 a 4 anos com 217 (33,4%). Em 2012 foi registrado o maior número de óbitos por varicela com 176 (27,1%) enquanto que nos anos de 2015 e 2016 foram registrados os menores números casos com 81 ( 12,4%) e 76 (11,7%) respectivamente.