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A hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus HDV. Esse vírus depende da presença da infecção pelo vírus HBV (hepatite B) para infectar um indivíduo. Existem duas formas de infecção pelo HDV: coinfecção simultânea com o HBV e superinfecção do HDV em um indivíduo com infecção crônica pelo HBV. A coinfecção HBV-HDV é considerada a forma mais grave de hepatite viral, estando associada a uma maior ocorrência de cirrose, até mesmo dentro de dois anos da infecção, além da chance aumentada de evolução para descompensação, carcinoma hepatocelular e morte (OMS, 2023).
As formas de transmissão são idênticas as da hepatite B, sendo:
Da mesma forma que as outras hepatites, a do tipo D pode não apresentar sintomas ou sinais da doença. Quando presentes, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjoo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, observação de pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
O diagnóstico sorológico da hepatite D é baseado na detecção de anticorpos anti-HDV. Caso estes apresentem exame anti-HDV reagente, a confirmação da hepatite Delta será realizada por meio do somatório das informações clínicas, epidemiológicas e demográficas. A confirmação do diagnóstico também poderá ser realizada por meio da quantificação do HDV-RNA, atualmente realizados apenas em caráter de pesquisa clínica. Excepcionalmente, a confirmação diagnóstica poderá ser realizada por meio do exame de histopatologia para identificação da hepatite D.
Após o resultado positivo e confirmação, o médico indicará o tratamento de acordo com o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Hepatite B e Coinfecções.
Os medicamentos não promovem a cura da hepatite D, o objetivo principal do tratamento é o controle do dano hepático. Todos os pacientes com hepatite Delta são candidatos às terapias disponibilizadas pelo SUS. Atualmente, as terapias são compostas por alfapeguinterferona 2a e um análogo de núcleos(t)ídeo (TDF, ETV ou TAF).
Todos os pacientes com hepatite D devem ser encaminhados a um serviço especializado. Além do tratamento medicamentoso orienta-se que não se consuma bebidas alcoólicas.
A imunização para hepatite B é a principal forma de prevenção da doença, sendo universal no Brasil desde 2016 (CGPNI/DEVIT/SVS/MS, 2015). Outras medidas envolvem: uso de preservativo em todas as relações sexuais, não compartilhar de objetos de uso pessoal - como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings.
Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar as hepatites, o HIV e a sífilis.