As geo-helmintíases constituem um grupo de doenças parasitárias intestinais que acometem as pessoas e são causadas pelos parasitos Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e pelos ancilostomídeos: Ancylostoma duodenale e Necator americanus.
SINAIS E SINTOMAS
Na maioria das vezes, os portadores dos geo-helmintos são assintomáticos. Entretanto, altas cargas parasitárias e ocorrência de poliparasitismo podem desencadear algumas manifestações clínicas severas.
Na fase inicial, o paciente pode apresentar:
- Febre,
- Suor,
- Fraqueza,
- Palidez,
- Náuseas e
- Tosse
Após o surgimento das formas adultas no intestino, podem ocorrer:
- Desconforto abdominal,
- Cólicas intermitentes,
- Perda de apetite,
- Diarreia,
- Dores musculares e
- Anemia de diversos graus
Nas infecções mais intensas com Ascaris, pode ocorrer: déficit nutricional. Outras complicações dessas infecções são a obstrução intestinal, requerendo intervenção cirúrgica em casos graves, e as localizações ectópicas dos vermes na vesícula biliar e pâncreas, causando inflamações.
Nos pacientes acometidos pelos ancilostomídeos, é possível verificar lesões cutâneas devido à penetração ativa das larvas e no caso de reinfecções pode haver o desenvolvimento de processos de hipersensibilidade. Infecções crônicas com altas cargas parasitárias podem levar a inflamação do intestino, perda de sangue e anemia, causada pela ação direta dos vermes ao se fixarem na mucosa intestinal para se alimentarem do sangue do hospedeiro.
Nas infecções por T. trichiura, observam-se manifestações semelhantes às descritas para os ancilostomideos, com a diferença do acometimento de parte do intestino. Infecções por Trichuris localizam-se no ceco e cólon ascendente e por ancilostomideos principalmente no duodeno. Em infecções maciças por Trichuris, o prolapso retal é a manifestação mais importante, em consequência da irritação da mucosa do reto, causa reflexo de defecação, mesmo na ausência de fezes.
TRANSMISSÃO
As pessoas adquirem o A. lumbricoides e o T. trichiura por meio da ingestão de ovos embrionados presentes em mãos sujas, em alimentos crus mal lavados, como hortaliças, legumes e frutas, ou pela ingestão de água não tratada ou não filtrada. Hábitos inadequados de higiene como não lavar as mãos após utilizar instalações sanitárias, antes da alimentação, ou na manipulação de alimentos são importantes formas de contágio.
Já a ancilostomíase ocorre principalmente pela penetração ativa das larvas infectantes do A. duodenale ou N. americanus na pele íntegra do hospedeiro, ou por via oral. O contágio ocorre quando há contato direto da pele com solo contaminado com larvas infectantes ou por sua ingestão com água. No Brasil, mais de 80% das infecções ocorrem pelo N. americanus.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO
O diagnóstico da infecção por meio de métodos parasitológicos é baseado na observação microscópica dos ovos dos parasitos nas fezes (coproscopia).
Medicamentoso. O tratamento das geo-helmintíases é simples e feito com Albendazol ou outro helmíntico de uso oral.
SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
Segundo dados do último Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose mansoni e Geo-helmintíases (Inpeg), realizado no período de 2010 a 2015, foram examinados 197.564 escolares e diagnosticados 5.192 casos de ancilostomíases (2,73%), 11.531 de ascaríase (6,00%) e 10.654 (5,41%) de tricuríase. As maiores prevalências encontradas foram nas regiões Norte e Nordeste.
Áreas de concentração no Brasil
As geo-helmintíases estão distribuídas por todo o país, principalmente nas zonas rurais e nas periferias dos centros urbanos.
Principais determinantes sociais
Ausência de saneamento básico e em áreas de maior concentração de pobreza. A falta de conhecimento sobre a doença, suas causas, sintomas e formas de prevenção pode influenciar na prevalência das geo-helmintíases.