Vigilância
Vigilância de Casos Humanos
A vigilância de casos humanos é feita por meio da notificação da ocorrência de casos com sintomatologia compatível com FA. Todo caso suspeito deve ser prontamente comunicado por telefone ou e-mail às autoridades, por se tratar de doença grave com risco de dispersão para outras áreas do território nacional e mesmo internacional.
Além da comunicação rápida (até 24 horas), o caso suspeito deve ser notificado por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de Febre Amarela, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Para efeito de vigilância, a definição de caso humano suspeito é:
“Indivíduo não vacinado contra febre amarela, ou com estado vacinal ignorado, que apresentou quadro infecioso febril agudo (geralmente, até sete dias), de início súbito, acompanhado de icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, com exposição nos últimos 15 dias em área de risco, e/ou em locais com recente ocorrência de epizootia em PNH, e/ou em áreas recém-afetadas e suas proximidades.”
Vigilância de Epizootias
O sistema de vigilância de primatas não-humanos (PNH) foi iniciado em 1999, após período de intensa transmissão na região Centro-oeste brasileira, onde foi observada a ocorrência de mortalidade em primatas de formas precedente e concomitante aos casos humanos de febre amarela silvestre.
A partir de então, o Ministério da Saúde passou a incentivar iniciativas regionais para identificar a circulação do vírus em seu ciclo enzoótico.
Essa estratégia de vigilância consiste essencialmente em captar informações em tempo oportuno sobre adoecimento ou morte de PNH e investigar adequadamente esses eventos, já que as ocorrências de PNH mortos e/ou doentes alertam para o risco de transmissão de Febre Amarela Silvestre para o homem.
O principal objetivo dessa estratégia é subsidiar a tomada de decisão para a adoção de medidas de prevenção e de controle, e para reduzir a morbimortalidade da doença na população humana, em áreas afetadas (com transmissão ativa) e áreas ampliadas (áreas adjacentes).
Para efeito de vigilância, a definição de PNH suspeito de FA é:
“Primata não humano de qualquer espécie, encontrado doente ou morto (incluindo ossadas), em todo o território nacional”.
O registro de morte ou adoecimento de primatas não-humanos podem ser feitos no app SISS-Geo por profissionais de saúde, extra-saúde e por toda população. O aplicativo possibilita a notificação simultânea e em tempo real para todas as instâncias administrativas do SUS (municipal, regional, estadual e federal), com localização precisa e em tempo oportuno. Acesse o SISS-Geo Web e disponível nas plataformas da Apple Store e Play Store. Os profissionais de saúde devem também realizar a notificação no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) por meio da ficha de notificação de epizootias.
Acesse mais informações sobre a vigilância de primatas não-humanos
Vigilância Entomológica
A vigilância entomológica é definida como a contínua observação e avaliação de informações originadas das características biológicas e ecológicas dos vetores, nos níveis das interações com hospedeiros humanos e animais reservatórios, sob a influência de fatores ambientais, que proporcionem o conhecimento para detecção de qualquer mudança no perfil de transmissão das doenças, e tem por finalidade recomendar medidas de prevenção e controle dos riscos biológicos mediante a coleta sistematizada de dados e sua consolidação.
A vigilância entomológica constitui uma ferramenta alternativa de investigação de evento suspeito de Febre amarela e outros arbovírus, baseando-se na pesquisa de vírus a partir de mosquitos. A partir de um resultado positivo, é possível estabelecer vínculo epidemiológico entre esse achado laboratorial e o evento sob investigação.
Para o desenvolvimento das atividades de investigação entomológica de eventos relacionados à FA, é necessária a padronização dos métodos empregados com vistas à comparação dos dados produzidos nas diversas unidades federativas, o que permitirá a estratificação do risco de transmissão, com implicações na análise e na definição das áreas receptivas.
A vigilância entomológica da febre amarela divide-se em dois tipos:
- Vigilância passiva: refere-se às atividades realizadas por ocasião de notificações de casos humanos ou epizootias em PNH suspeitos de FA, a partir das quais são desencadeadas medidas de bloqueio de transmissão. Nessa modalidade, são levantados dados que contribuem para classificar os eventos notificados como descartados ou confirmados, a depender dos resultados encontrados.
- Vigilância ativa: ações que se baseiam no monitoramento sistemático e contínuo de áreas estratégicas (sentinelas e vulneráveis/receptivas), com o intuito de acompanhar espacial e temporalmente populações de culicídeos potencialmente vetores, detectar precocemente a circulação viral e definir áreas com potencial de transmissão (receptivas), nas quais serão desencadeadas medidas preventivas. São realizadas independentemente da notificação de casos humanos ou epizootias em primatas não humanos suspeitos de febre amarela. Constitui um instrumento para predição/estratificação do risco de emergência da febre amarela, e permite detectar precocemente a circulação viral, subsidiando o planejamento das ações de prevenção e controle antes da ocorrência de casos humanos.